Por Diego Nunes
Nascida na Alemanha, Elizabeth Gasper se tornaria uma das grandes estrelas das artes brasileiras, com uma vasta carreira no teatro, cinema e televisão.
Elsbeth Hella Manhardt nasceu em Chemnitz, Alemanha, em 07 de fevereiro de 1938, porém, foi criada em Berlim. Elizabeth Gasper nasceu poucos meses antes do inicio da Segunda Guerra Mundial, e após o início do conflito, sua família se mudou para a Tchecoslováquia, onde seu pai possuía uma fábrica.
Ainda criança, estreou como atriz mirim, tendo atuado no filme polonês Kolberg (1945).
Após o término do conflito, o exército russo chegou à Praga, e Elizabeth, com sete anos de idade, foi mandada para um campo de concentração na Sibéria, junto com sua família. Desnutrida, ela chegou a ser dada como morta, e seu corpo foi jogado em uma vala comum. Seu pai, após voltar dos trabalhos forçados acabou encontrando Elizabeth, e percebeu que ela ainda estava viva.
Buscando um destino melhor, sua mãe conseguiu fugir, levando os filhos, porém, o marido ficou para trás. Mas elas foram capturadas, e novamente enviadas para a Sibéria. Depois, sua família conseguiu fugir novamente, vindo então para o Brasil, onde passaram a residir em Friburgo.
Seu pai faleceu logo nos primeiros anos no Brasil, e a família passou a ter problemas financeiros, que se agravaram ainda mais quando a sua avó, que recebia uma pensão, também faleceu. A contra gosto da mãe, Elizabeth começou a trabalhar como modelo, para ajudar nas despesas domésticas, e passou a desfilar para renomadas estilistas cobiçadas pela sociedade carioca. E foi como modelo que ela apareceu pela primeira vez no cinema, no filme Colégio de Brotos (1955).
Sua carreira nas passarelas fez com que ela chamasse a atenção de Carlos Machado, um dos maiores produtores de teatro de revista do Brasil, que encantando com sua beleza, a convidou para ingressar no elenco do espetáculo Banzo-Aiê (1956).
Logo Elizabeth tornou-se uma das mais badaladas estrelas do teatro de revista, tanto que no ano seguinte, em 1957, tornou-se a primeira estrangeira a figurar na famosa lista "As Certinhas do Lalau", organizada pelo jornalista Stanislaw Ponte Preta.
Ela também voltou ao cinema, atuando em O Contrabando (1956), e começou a ser um dos destaques do programa Espetáculos Tonelux, na TV Tupi.
Em 1957 Elizabeth Gasper foi uma das estrelas do famoso espetáculo Mr. Samba, ainda produzido por Carlos Machado. O espetáculo fez tanto sucesso, que viajou para países como Guatemala, Panamá, El Salvador e Honduras.
Na peça também atuava uma jovem vedete que estava fazendo um enorme sucesso, chamada Norma Benguell. Logo a imprensa tratou de inventar uma rivalidade entre as duas.
Mr. Samba ficou em cartaz por mais de um ano, terminado a temporada em 1958. A atriz atuaria em outro grande espetáculo de revista, nos moldes da Broadway, chamado Skindô (1961).
Em 1961 Elizabeth Gasper fez seu primeiro grande papel no cinema, atuando no filme Teus Olhos Castanhos (1961), cujo título era inspirado em uma música de grande sucesso do cantor galã português Francisco José, o astro do filme.
E com passagens pela TV Record, TV Excelsior e TV Continental, ela acabou contratada pela TV Rio, tornando-se uma estrela da emissora, atuando em programas da linha de show, que muito lembravam os espetáculos de revista.
Em 1965 Gasper atuou na série 22-2000 Cidade Aberta (1965), um dos primeiros programas de teledramaturgia produzidos pela recém inaugurada Rede Globo. Mas foi na TV Rio onde faria sua primeira novela, O Porto dos Sete Destinos (1965-1966), um grande sucesso da emissora.
No canal carioca também atuou em A Noiva do Passado (1966). Depois, a atriz faria novelas em outros canais, atuando em Anjo Marcado (1966), Os Fantoches (1968) e os Tigres (1968), na TV Excelsior, e em As Professorinhas (1968) e A Última Testemunha (1968-1969), na TV Record.
No cinema, Elizabeth Gasper ainda atuou em Um Ramo Para Luísa (1965), O Beijo (1965), Rio, Verão & Amor (1966) e Terra em Transe (1967), clássico do cinema brasileiro dirigido por Glauber Rocha.
Cada vez mais respeitada pelo seu talento artístico, a atriz fez parte do elenco da lendária peça Roda Viva (1968), baseada na obra de Chico Buarque, e com direção de José Celso Martinez Correa. Mas durante uma apresentação em Porto Alegre, Elizabeth e o músico Zelão foram sequestrados pelo CCC (Comando de Caça aos Comunistas), que levaram os dois em um porta-malas de um carro até a cidade de Viamão.
Lá, eles foram agredidos e ameaçados, e só não foram mortos porque Elizabeth Gasper mentiu que estava grávida, e Zelão era seu amigo. O mesmo grupo, já havia agredido anteriormente a atriz Marília Pera dias antes.
Pouco tempo depois, a ditadura militar seria implementada no Brasil.
Após ser torturada por ter atuado em Roda Viva, Elizabeth fez a novela Pigmalião 70 (1970), na Rede Globo. No canal ainda faria Minha Doce Namorada (1971), e depois assinaria com a TV Tupi, onde tornaria-se uma das grandes estrelas das novelas do canal.
Na Tupi, atupi em Na Idade do Lobo (1972), Divinas & Maravilhosas (1973), A Volta de Beto Rockfeller (1973), Tchan! A Grande Sacada (1976), O Direito de Nascer (1976) e Gaivotas (1979).
1 Comentários
Ta, mas por onde ela anda?
ResponderExcluirA matéria não entrega o que promete no titulo