Três vezes indicado ao Oscar, e vencedor na categoria de Melhor Ator Coadjuvante por Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990), Joe Pesci é um dos atores coadjuvantes mais queridos de Hollywood, e um dos artistas favoritos de Martin Scorcese.
Pesci, que normalmente é chamado para interpretar personagens ítalo-americanos (muitas vezes relacionado com a máfia), também é querido pelo público como o ladrão de residências Harry em Esqueceram de Mim (Home Alone, 1990).
Filho de imigrantes italianos, Joseph Frank Pesci (Pesci, em italiano é o plural de peixes), nasceu em Nova Jersey, em 09 de fevereiro de 1943.
Joe Pesci começou na carreira como ator mirim, e fez seus primeiros trabalhos na televisão no programa Star Time Kids (1959), onde crianças prodígios cantavam e dançavam, exibindo seus talentos. Connie Francis também foi revelada neste programa.
Joe Pesci, vestido de mágico, cantando
no programa Star Time Kids (a partir de 16:38 minutos)
No começo da década de 1960 ele lançou um disco com o nome artístico de Joe Ritchie, intitulado Little Joe Sure Can Sings, e tocou guitarra em várias bandas, incluindo a Joey Dee & The Starliters.
Com Frank Vicent, seu amigo de bairro, chegou a montar um ato de comédia para se apresentar em espetáculos de Vaudeville, e fizeram relativo sucesso. Anos mais tarde, eles trabalhariam juntos em filmes como Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990) e Cassino (Casino, 1995).
Frank Vicent e Joe Pesci
Pesci não fez muito sucesso na carreira musical, mas foi responsável pelo surgimento de uma banda muito famosa, The Four Seasons. Amigo de infância de Frankie Valli, Tommy DeVito e Nick Massi, foi ele quem apresentou Bob Gaudio aos amigos, que formariam o conjunto que fez muitos sucessos.
Frankie Valli, Tommy DeVito e Joe Pesci (ao fundo, cortando o cabelo na barbearia de sua família), e homem desconhecido
Sua estreia no cinema se deu quando ele tinha 18 anos, numa pequena cena dançando Twist durante um número música de Chubby Checker no filme Vamos ao Twist (Hey, Let's Twist!, 1961). Mas teve que esperar 15 anos para voltar as telas, em papéis pequenos nos filmes The Death Collector (1976) e Short Eyes (1977).
Os filmes eram independentes, e quase não tiveram muita projeção, mas Robert De Niro assistiu Short Eyes, e convenceu Martin Scorsese que Pesci era o melhor ator para viver Joey LaMotta em Touro Indomável (Ranging Bull, 1980). Quase desconhecido na indústria cinematográfica, o papel lhe deu um Bafta, além de indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar, na categoria de coadjuvante.
Robert De Niro e Joe Pesci em Touro Indomável
O filme lhe abriu as portas em Hollywood, e Pesci atuou em filmes como Dançando Como Loucos (I'm Dancing aas Fast as I Cam, 1982) e Tudo Por Uma Herança (Easy Money, 1983), uma comédia que ele co-estrelou ao lado de Rodney Dangerfield.
Em 1984 voltou a atuar com seu amigo De Niro em Era Uma Vez na América (Once Upon a Time in America, 1984), dirigido por Sérgio Leone. A parceria De Niro e ou Scorsese marcaria a carreira do ator Joe Pesci.
Joe Pesci em Era Uma Vez na América
Em 1985 ele estreou o telefilme Half Nelson, que era o piloto de uma série de televisão que ele também participou. Pesci interpretava um policial, mas a série foi cancelada após o sétimo episódio. Seu retorno ao cinema se deu no filme Um Homem em Fogo (Man on Fire, 1987), e no ano seguinte esteve no musical Moonwalker (Idem, 1988), estrelado por Michael Jackson.
Joe Pesci em Moonwalker
Em 1989 o ator esteve no sucesso Máquina Mortífera 2 (Lethal Weapon 2, 1989), onde interpretou o vigarista Leo Getz. Ele retomaria o papel em outros dois filmes da saga.
Danny Glover, Joe Pesci e Mel Gibson em Máquina Mortífera 2
Convidado por Scorsese, reencontrou Robert De Niro em Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990), filme que lhe deu um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Com apenas seis palavras de agradecimento, seu discurso é um dos mais curtos na história da premiação, perdendo apenas para Alfred Hitchcock, que apenas proferiu a palavra obrigado.
No mesmo ano Pesci atuou no grande sucesso natalino Esqueceram de Mim (Home Alone, 1990), onde ao lado de Daniel Stern interpretou um ladrão atrapalhado que passa mal bocados ao tentar roubar a casa do pequeno Kevin (Macaulay Culkin). Ele repetiria o papel na sequência de 1992.
O diretor Chris Columbus implorou para Pesci atuar no filme, pois considerava ele um dos maiores comediantes que já havia visto nas telas. Inicialmente Pesci não queria o papel, mas o amigo Daniel Stern o convenceu a aceitar.
Em 1991 ele protagonizou seu primeiro filme, interpretando um senhorio que é condenado a viver em seu prédio decadente na comédia O Dono do Pedaço (The Super, 1991).
Pesci retornou aos papéis dramáticos como o conspirador David Ferrie em JFK: A Pergunta Que Não Quer Calar (JFK, 1991) e viveu o advogado porta de cadeia na comédia Meu Primo Vinny (My Cousin Vinny, 1992).
Depois foi convidado por Robert De Niro para atuar em Desafio no Bronx (A Bronx Tale, 1993), primeiro filme dirigido por De Niro. Ainda atuou em Jimmy Hollywood (Idem, 1994) e Com Mérito (With Honors, 1994), antes de viver o gângster enlouquecido Nick em Cassino (Casino, 1995), novamente dirigido por Martin Scorsese.
Robert De Niro e Joe Pesci em Cassino
Após estrelar as comédias Cabeças Vão Rolar (8 Heads in a Duffel Bag, 1997) e Pescando Confusão (Gone Fishin', 1997), que não tiveram sucesso nas bilheterias, o ator atuou em Máquina Mortífera 4 (Lethal Wapon, 1998), e anunciou sua aposentadoria em seguida, para se dedicar a carreira musical, um sonho dos tempos de infância.
A capa de seu primeiro disco era justamente uma foto de Pesci, menino, cantando no microfone.
Pesci deixou a aposentadoria para fazer uma participação em O Bom Pastor (The Good Shepherd, 2006), segundo filme dirigido por Robert De Niro, e depois para atuar Rancho do Amor (Love Ranch, 2010), ao lado de Helen Mirren.
Joe Pesci e Helen Mirren
Depois, só retornou ao cinema em O Irlandês (The Irishman, 2019), de Martin Scorsese. Por seu último trabalho no cinema, recebeu sua terceira indicação ao Oscar.
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