Por Diego Nunes
Um dos maiores galãs do cinema e televisão do Brasil das décadas de 1970 e 1980, Marcelo Picchi brilhou nos palcos, cinema e TV. Sua fama ficou ainda maior também devido ao seu longo casamento com a atriz Elizabeth Savalla, com quem teve quatro filhos.
José Dionísio Marcelo Salles Pichi nasceu na cidade de São Carlos, interior de São Paulo, em 08 de agosto de 1948. Ele começou a atuar no Grupo Porão 7, em sua cidade natal, e ganhou notoriedade em 1970, quando participou da peça O Cão Siamês, de Antônio Bivar, com direção de Antônio Abujamra.
Em 1971 ele fez seu primeiro trabalho no cinema, atuando em Noites de Iemanjá (1971). E no ano seguinte, estreou na televisão, atuando na novela Camomila e Bem-Me-Quer (1972), na TV Tupi. Na emissora ainda atuou em A Volta de Beto Rockfeller (1973), Rosa dos Ventos (1973) e Divinas e Maravilhosas (1973).
Marcelo logo conquistou uma legião de fãs, e viu sua carreira ascender meteoricamente. Em 1973 ele se casou com a atriz Elizabeth Savalla, com quem teve quatro filhos, incluindo os atores Thiago Picchi, Diogo Picchi e o gêmeos Ciro e Tadeu.
O casamento com a atriz durou até 1984.
Depois de atuar em 4 novelas na Tupi, transferiu-se para a TV Globo, estreando em Bravo! (1975), novela de Janete Clair e Gilberto Braga. Marcelo Picchi permaneceu na emissora carioca por 10 anos como um de seus principais galãs, atuando em várias novelas de sucesso.
Na Globo, fez parte do elenco de O Casarão (1976), A Sombra dos Laranjais (1977), Sem Lenço Sem Documento (1977), Feijão Maravilha (1979), Coração Alado (1980), Ciranda de Pedra (1981), O Homem Proibido (1982) e Corpo a Corpo (1985).
Consagrado como galã, ele também brilhou no cinema nacional neste período, atuando nos filmes Exorcismo Negro (1974), Marília e Marina (1976), Sábado Alucinante (1979), Os Campeões (1982) e Amor Voraz (1984).
Em 1985 foi contratado pela TV Manchete, onde fez 3 novelas: Mania de Querer (1986), Dona Beija (1986) e Helena (1987). Depois, voltou à TV Globo em 1987 para atuar em Mandala (1987), e na emissora fez uma série de novelas, com destaque para Mico Preto em 1990, onde interpretou um personagem homossexual.
De volta à Manchete, atuou em 74.5 - Uma Onda no Ar (1994) e Tocaia Grande (1995). Aos poucos os convites para atuar foram cessando, evidenciando a dificuldade de um galã fazer a transição da fase jovem para papéis mais maduros. A busca por novos rostos bonitos foi fazendo Marcelo Picchi ser esquecido pelos diretores de elenco.
Fazendo apenas participações ocasionais na televisão, Marcelo Picchi aceitou a posar nu para a revista G Magazine, aos 52 anos de idade.
Sem muitos trabalhos como ator, ele ingressou na faculdade de filosofia, e formou-se professor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
No cinema, ainda atuou em Eternamente Pagu (1987); Uma Escola Atrapalhada (1990); A República dos Anjos (1991) e A Morte da Mulata (2002).
Em 2005 ele retornou à televisão, fazendo parte do elenco da novela Prova de Amor (2005), da TV Record. Marcelo interpretava um dos Mutantes, mais especificamente um vampiro.
Desde então, seu papel de maior destaque foi como o deputado Arlindo Sebonette na série de humor Pé Na Cova (2013-2016), escrita pelo seu amigo Miguel Falabella. Ele também fez participações especiais em programas, a maioria deles humorísticos, como Zorra Total, Toma Lá, Dá Cá, e Toc's de Dalila (2017), este último exibido pelo canal a cabo Multishow. Também fez participações nas novelas A Vida Alheia (2010), e Aquele Beijo (2012).
A partir de 2012, passou a usar o nome artístico de José Picchi, embora não seja conhecido assim pelo grande público. Ainda trabalhando como ator, tem se dedicado mais ao teatro nos últimos anos.
Marcelo Picchi também faz trabalhos voluntários na Igreja Messiânica, que ele frequenta há mais de 30 anos.
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