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Relembrando o breve e talentoso Flávio Guarnieri



Por Diego Nunes


Vindo de uma família de artistas, Flávio Guarnieri e é filho do lendário ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri e da jornalista Cecília Thompson, que chegou a ser ser atriz no Teatro de Arena, onde conhece o marido. Ele também é irmão do também ator Paulo Guarnieri, e tio do ator e diretor Francisco Guarnieri.


Flávio, Gianfrancesco e Paulo Guarnieri

Flávio Eduardo Thompson Guarnieri nasceu em Lisboa, em 26 de setembro de 1959. Ele nasceu em Portugal porque seus pais estavam viajando em uma turnê com a peça Gimba, e Cecília Thompson acompanhava a o marido na viagem (eles foram de navio porque ela estava em estado avançado da gravidez, e foi proibida de embarcar em um avião).


Quando criança, ele queria ser médico, mas sempre acompanhando o pai nos bastidores do teatro e televisão, era inevitável que Paulo também se torna-se ator. Sua estreia foi na televisão, na primeira fase da novela Mulheres de Areia (1973), interpretando o personagem Tonho da Lua na primeira fase da novela, exibida pela TV Tupi. Paulo tinha 14 anos na época, e o papel foi magistralmente interpretado por seu pai, na fase adulta.



Mas foi só anos depois que ele se profissionalizou, após sua estreia no teatro, na peça infantil O Patinho Feio (1976). Paulo faria muito teatro em sua carreira, mas os espetáculos infantis tiveram um grande espaço em sua trajetória artística. Um ano após estrear profissionalmente, ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor ator revelação do ano, por Sonata Sem Dó (1977).

Em 1978 Flávio estreou no cinema, atuando no filme Parada 88: O Limite de Alerta (1978), um filme que aprestava um futuro distópico, onde atuou ao lado do irmão Paulo Guarnieri.


Paulo e Flávio Guarnieri em Parada 88: O Limite de Alerta

Em 1979 ele fez a sua primeira novela creditado, Como Salvar Meu Casamento (1979-1980), uma produção da TV Tupi que não teve final, pois a emissora saiu do ar antes do último capítulo da trama. Seu irmão Paulo também trabalhava na novela.

Em 1980 ele retornou ao cinema em Viúvas Precisam de Consolo (1980), e no ano seguinte, foi um dos entrevistadores do programa Canal Livre (1981), na TV Bandeirantes. No mesmo ano, retornou ao cinema no icônico filme Eles Não Usam Black-Tie (1981), um dos filmes mais importantes da história do cinema brasileiro, que era baseado na peça escrita por seu pai.


Flávio Guarnieri e Gianfrancesco Guarnieri em Eles Não Usam Black-Tie

O ano de 1981 foi muito especial em sua carreira. Além dos trabalhos já citados, Flávio foi um dos astros da peça Blue Jeans, e fez um enorme sucesso na novela Os Adolescentes (1981-1982), na TV Bandeirantes, que lhe valeu outro APCA, agora de ator revelação na TV.


Julia Lemmertz, Flávio Guarnieri e Tássia Camargo em Os Adolescentes

Em 1982 o ator teve uma breve passagem pela TV Globo, onde apresentou o programa Concertos Para a Juventude (1982), mas logo retornou a Bandeirantes, atuando nas novelas Ninho da Serpente (1982) e O Campeão (1982-1983), além de apresentar alguns programas de entrevistas.

Em 1983 retornou ao cinema em Janete (1983), onde contracenou com Lillian Lemertz, mãe de Julia Lemertez, sua colega de elenco de Os Adolescentes. Flávio considerava Lillian e Márcia de Windsor as grandes incentivadoras de sua carreira (Márcia foi sua mãe em Os Adolescentes).


Flávio Guarnieri em Janete

Flávio fez alguns especiais na Globo (Quarta Nobre e Caso Verdade), mas foi no teatro que conseguiu mais papéis. Foram poucas as novelas que o ator fez na década de 1980, atuando ainda em Transas e Caretas (1984), na Globo, e O Cometa (1989), na Bandeirantes.


Flávio Guarnieri em Transas e Caretas

Flávio Guarnieri em Romão e Julinha (teatro), 1986


Ao contrário do pai e do irmão, que fizeram muitos trabalhos na televisão, Flávio priorizou o teatro, e ficou anos afastado da TV, atuando eventualmente em especiais na TVE e na TVCOM (do Rio Grande do Sul).

Em 1998 ele ganhou o Prêmio Schell, outra importante honraria do teatro brasileiro, pela peça O Jovem Hamlet (1996-1997).


Flávio Guarnieri e seu Prêmio Schell



Foi somente em 2006 que ele voltou para as novelas, em Cidadão Brasileiro (2006), na TV Record. No ano seguinte, no SBT, interpretou o Juca Ramos em Amigas e Rivais (2007-2008). Foi seu último trabalho na televisão.

No cinema, ainda atuou em Justiça S.A. (2008) e Água Corrente (2015). Nos palcos, entre outros, participou de uma nova montagem de Eles Não Usam Black-Tie (2011) e do musical Eu Te Amo Meu Brasil (2013), de Atílio Bari. E ao lado do irmão Paulo, despediu-se dos palcos em Irmãos, Irmãos, Negócios à Parte (2015).

Sua última aparição foi no programa Persona em Foco, em 2015, na TV Cultura, onde foi um dos entrevistadores.


Flávio Garnieri e Paulo Guarnieri em Irmãos, Irmãos, Negócios à Parte (2015)


Flávio Guarnieri no programa Persona em Foco



Pouco tempo depois, Flávio Guarnieri faleceu em 07 de abril de 2016, com apenas 56 anos de idade. Um mês antes de seu falecimento, o ator tinha sido diagnosticado com leucemia.

O ator havia sido casado com a engenheira Carla Henklein, entre 2005 e 2012.






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