Apesar de ser uma estrela de primeira grandeza, Ângela Leal nunca se importou com isto, priorizando papéis que desafiassem seu talento, sem se preocupar em ser bela ou glamurosa. Filha de artista, ela também é mãe da talentosa atriz Leandra Leal.
Ângela Maria Rodrigues Leal nasceu no Rio de Janeiro, em 08 de dezembro de 1947. Filha do empresário teatral Américo Leal, dono do tradicional Teatro Rival, Ângela não pretendia ser atriz, e chegou a formar-se em direito.
Sua mãe Aurora também foi atriz, mas renunciou a carreira para dedicar-se a família.
Ângela Leal, Leandra Leal e Américo Leal
Mas paralelamente ao curso de direito, Ângela estudou atuação com o ator e diretor Sérgio Britto, e ao término do curso, Britto a indicou para o papel de Yolanda Queiroz, na novela Irmãos Coragem (1970). A partir de então, tornou-se uma das atrizes mais presentes nas telenovelas, atuando em O Homem Que Deve Morrer (1971), Selva de Pedra (1972), O Semideus (1973), Gabriela (1975), Vejo a Lua no Céu (1976), Escrava Isaura (1976), O Astro (1977) e Dona Xepa (1977). Algumas destas produções se tornaram grandes sucessos da história da teledramaturgia nacional.
Ângela Leal e Roberto Bonfim em Selva de Pedra
Lucélia Santos e Ângela Leal em Gabriela
Ângela Leal e Fúlvio Stefanini em Gabriela
Ângela Leal e Francisco Cuoco em O Astro
Mesmo não tendo feito papéis de protagonista, Ângela Leal tornou-se uma das mais respeitadas atrizes brasileiras, sendo também bastante ativa no teatro e no cinema nacional. Seu pai, Américo Leal, foi um grande promotor de espetáculos com travestis, encenados no palco do Rival.
Certa vez, precisando de mais uma artista no palco, colocou a filha no espetáculo. E a espontaneidade e graça de Ângela Leal chamou tanto a atenção, que os censores da ditadura militar quiseram saber quem era a nova travesti, e a atriz teve que provar que realmente era uma mulher.
No cinema, a atriz fez sua estreia no filme O Casal (1975), e na década de 1970 ainda atuou em Fogo Morto (1976) e Muito Prazer (1979).
Ângela Leal iniciou a década de 1980 com o marcante papel de Suely Bandeira na novela Água Viva (1980), onde fazia uma personagem sem glamour algum.
Ângela Leal, Isabela Garcia e Reginaldo Faria em Água Viva
Na Globo, a atriz fez ainda O Bem-Amado (1980), Quem Ama Não mata (1982), Roque Santeiro (1985) e Tenda dos Milagres (1985), e depois foi para a TV Manchete, onde faria diversos outros trabalhos.
Na Manchete, atuou em Carne de Sol (1985), Novo Amor (1986), A Rainha da Vida (1987), e voltou para a Globo para atuar no sucesso Mandala (1987). Mas logo retornou a Manchete, onde fez alguns de seus trabalhos mais notáveis na televisão.
No canal, ela foi a primeira atriz a interpretar a Maria Bruaca na versão original de Pantanal (1990), uma das novelas mais famosas do Brasil feita fora das produções Globo.
Ângela Leal e Ângelo Antônio (Maria Bruca e Alcides), em Pantanal
Ainda na Manchete, ganhou o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), como coadjuvante, por seu trabalho em A História de Ana Raio e Zé Trovão (1992).
No canal, ela fez ainda outras produções, como Guerra Sem Fim (1993), O Marajá (1993), Tocaia Grande (1995) e Mandacaru (1997), além de atuar em outro grande sucesso que foi Xica da Silva (1996).
Ângela Leal em Xica da Silva
No cinema, Ângela reviveu os tempos áureos do teatro de revista na comédia Bububu no Bobobó (1980). Ela ainda atuou em filmes como Sinal Vermelho (1980), Perdoa-Me Por Me Traíres (1983) e Madre Paulina: Súdita de Deus (1991).
Ângela Leal em Bububu no Bobobó
Ângela Leal e Nildo Parente em Sinal Vermelho
Em 1981 Ângela havia se casado com o advogado Júlio Braz e Silva, e no ano seguinte deu à luz a sua única filha, a atriz Leandra Leal. . Com a morte de Júlio, quando Leandra tinha apenas 12 anos de idade, mãe e filha ficaram cada vez mais próximas.
Elas chegaram a trabalhar juntas em Pantanal, A História de Ana Raio e Zé Trovão e Confissões de Adolescentes. Mas a medida que Leandra despontava na carreira, Ângela começava a se afastar da mídia, dedicando-se principalmente a administração de seu teatro, herdado de seu pai.
Ângela Leal e Leandra Leal
Eventualmente, a atriz voltou a atuar na Globo, participando do elenco de Chiquinha Gonzaga (1999), Páginas de Vida (2006) e Sete Pecados (2007). Mas foi na TV Record, onde a Ângela foi contratada após 2007, que ela fez a maior parte de seus trabalhos na época.
Ela já havia trabalhado na emissora em Vidas Cruzadas (2000), antes de retornar ao canal em Amor e Intrigas (2007). Na Record, Ângela Leal atuou em Bela, a Feia (2009), Rei Davi (2012), Balacobaco (2012) e Dona Xepa (2013), a primeira novela que ela protagonizou.
Ângela Leal em Dona Xepa
No cinema, atuou ainda em Zuzu Angel (2006), Querô (2007), Febre do Rato (2012), Bonitinha, mas Ordinária (2013) e Mato Sem Cachorro (2013). Por seu trabalho em Febre do Rato, ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
De volta à Globo, interpretou a dona Noêmia na série Sob Pressão (2017-2018).
Administrando seu teatro, que foi retratado no documentário Divinas Divas (2017), dirigido por sua filha, Ângela sofreu um infarto após perder o patrocínio de sua casa de espetáculos. Recuperada de um câncer, que lhe deixou sequelas, a atriz anunciou sua aposentadoria em 2020.
Ângela Leal com a filha Leandra Leal e o neto
Isabel Teixeira (que interpretou Maria Bruca na segunda versão de Pantanal) e Ângela Leal
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