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Relembrando o talentoso ator Cláudio Cavalcanti



Ator, diretor, tradutor, cantor, escritor, poeta e dublador,  Cláudio Cavalcanti começou a trabalhar ainda adolescente, e fez parte da história da televisão, cinema e teatro brasileiro. Muito carismático e querido pelo público, ele deixou papéis marcantes ao longo de sua carreira.



Cláudio Murillo Cavalcanti nasceu em uma pensão no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, em 24 de fevereiro de 1940.

Aos 15 anos de idade, ele ingressou no teatro, atuando no lendário Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, contracenando com atores como Fernanda Montenegro, Sérgio Britto e Nathalia Timberg. Sua estreia foi na peça Nossa Vida Com Papai (1956-1957).


Cláudio Cavalcanti em Nossa Vida Com Papai


Em 1957 ele deixou o TBC para ingressar na companhia teatral de Eva Todor, e no mesmo ano fez sua estreia na televisão, atuando nos teleteatros da TV Tupi (do Rio de Janeiro). Cláudio já era adolescente, mas tinha feições juvenis, e acabou fazendo diversos papéis infantis, tendo inclusive protagonizado a novela As Aventuras de Pinóquio, no papel do famoso menino de madeira.

No final da década de 1950, ele atuou em diversos teleteatros da Tupi.

Sem contrato fixo, ele também atuaria em teleteatros na TV Rio e na TV Continental.

Cláudio Cavalcanti e Sérgio Britto em um teleteatro da Tupi, em 1957

Em 1959 o ator também passou a trabalhar no estúdio de dublagem Cinecastro, onde iniciou sua carreira de dublador. Entre suas dublagens mais famosas estão o personagem Kookie (Ed Byrnes) na série 77 Sunset Strip e o Robin Hood, astro da animação da Disney de 1973. Em estúdios de dublagem, também trabalhou como tradutor, traduzindo os roteiros em inglês dos filmes e séries para o português, tendo inclusive traduzido o famoso seriado Bonanza para o Brasil.

No começo da década de 1960, Cavalcanti, que continuava trabalhando no teatro, também passou para os bastidores dos palcos. Ainda muito jovem, mas muito experiente, passou a exercer funções de diretor, produtor, roteirista e até criador de cenários.

Sua irmã, Leila Cavalcanti, também trabalhou como atriz, tendo estrelado a novela infantil As Aventuras de Pollyana (1958), na TV Rio. Mas depois, Leila não deu continuidade na carreira artística.


Leila Cavalcanti

O ator também faria uma novela na TV Rio, a primeira de sua carreira, Pouco Amor Não É Amor (1963-1964).

Em 1965 Cláudio Cavalcanti foi contratado pela recém inaugurada TV Globo, e ingressou no elenco da série 22-2000 Cidade Aberta (1965). E em 1967 fez sua primeira novela na emissora, atuando em A Mulher Que Amou Demais (1967). Depois fez Anastácia, a Mulher Sem Destino (1967),A Gata de Vison (1968) e Demian, o Justiceiro (1968).



Jardel Filho e Cláudio Cavalcanti em 22-2000 Cidade Aberta


Cláudio Cavalcanti em Anastácia, a Mulher Sem Destino 


Em 1969 o ator retornou brevemente a Tupi, onde atuou nas novelas Enquanto Houver Estrelas (1969) e O Retrato de Laura (1969), mas depois retornou a Globo, atuando em Rosa Rebelde (1969) e Véu de Noiva (1969).


Cláudio Cavalcanti e Neila Tavares em Enquanto Houver Estrelas



Em 1970 o ator fez um de seus papéis mais famosos na televisão, interpretando o Jerônimo Coragem no grande sucesso Irmãos Coragem (1970).



Cláudio Cavalcanti e Lúcia Alves em Irmãos Coragem


Tarcísio Meira e Cláudio Cavalcanti em Irmãos Coragem


No ano seguinte, o ator gravou o primeiro disco de sua carreira. Além de cantor, Cláudio também compôs diversas das canções que gravou ao longo dos anos. Talentoso, também escreveu diversos livros, a maioria deles de poesias.







Na Globo, o ator fez diversos trabalhos em sequência, atuando em O Homem que Deve Morrer (1971), O Bofe (1972), Carinhoso (1973), Cavalo de Aço (1973), Bravo! (1975), O Feijão e o Sonho (1976), Vejo a Lua no Céu (1976), Dona Xepa (1977), Nina (1977), Maria, Maria (1978), Pecado Rasgado (1978), Pai Herói (1979), Água Viva (1980), Baila Comigo (1981), Terras do Sem Fim (1981), Sétimo Sentido (1982), Padre Cícero (1984) e Transas e Caretas (1984).


Nívea Maria e Cláudia Cavalcanti em O Feijão e o Sonho


Em 1985 Cláudio Cavalcanti interpretou o Padre Albano em Roque Santeiro (1985), outro grande papel de sua carreira.


Lídia Brondi e Cláudio Cavalcanti em Roque Santeiro


Depois, também atuaria em Hipertensão (1986), O Salvador da Pátria (1989), República (1989), Lua Cheia de amor (1990), Rainha da Sucata (1990), Desejo (1990) e Mulheres de Areia (1993).

Em 1994 Cláudio interpretou o Dr. Alberto Rezende no grande sucesso A Viagem (1994), uma das novelas mais famosas da época.


Cláudio Cavalcanti em A Viagem


Cláudio Cavalcanti ainda esteve no elenco de Explode Coração (1995), Salsa e Merengue (1996) e Labirinto (1998). E após atuar em Chiquinha Gonzaga (1999), ele deixou a Globo.


No ano de 2000 o ator se candidatou a vereador no Rio de Janeiro, e foi eleito. Seu mandato foi destinado principalmente a criar leis de proteção e bem estar para os animais. Ele foi reeleito em 2004.

Na TV, ainda atuou nas novelas Marcas da Paixão (2000) e Roda da Vida (2001), na TV Record. Depois, ainda fez Amor e Revolução (2011), no SBT.

Seu último trabalho na televisão seria na série Sessão de Terapia (2013), no canal GNT.


Cláudio Cavalcanti em Sessão de Terapia



No cinema, estreou em Pluft o Fantasminha (1962), depois fez Um Ramo Para Luísa (1965), A História de um Crápula (1965), Engraçadinha Depois dos Trinta (1966), Nudista à Força (1966), Cuidado, Espião Brasileiro em Ação (1966), A Um Pulo da Morte (1969), A Cama ao Alcance de Todos (1969), Memórias de Um Gigolô (1970), Ascensão e Queda de Um Paquera (1970), Quando as Mulheres Paqueram (1971), O Grande Gozador (1972), Como nos Livrar do Saco (1973), Ipanema, Adeus (1975), Um Marido Contagiante (1977), Contos Eróticos (1977), Uma Estranha História de Amor (1979), Caminhos Cruzados (1983), Bacabal do 3° Grau (1983), Mutirão de Amor (1984), Menino Maluquinho 2 - A Aventura (1998), Tiradentes - O Filme (1999) e Uma Fábula Urbana em Um Rio de Janeiro Mágico (2012).


Annik Malvil e Cláudio Cavalcanti em Cuidado, Espião Brasileiro em Ação

Cláudio Cavalcanti e Sandra Barsotti em Como nos Livrar do Saco 

Cláudio Cavalcanti e Cristina Aché em Contos Eróticos


Cláudio Cavalcanti foi casado com Lívia Imbassahy (1965-1972) e com a atriz Maria Lúcia Frota (1979-2013). Ele nunca teve filhos, mas criou como suas duas enteadas.

O ator morreu em 29 de setembro de 2013, aos73 anos de idade. Ele estava internado na UTI desde setembro, após sofrer complicações durante uma cirurgia na coluna. Cláudio Cavalcanti sofreu um choque cardiogênico, que evoluiu para uma insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos.








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