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Richard Kiel, o vilão que partiu os cabos do bondinho do Pão de Açúcar com os dentes


Por Diego Nunes


Richard Kiel ficou eternizado na história do cinema como o invencível capanga de dentes de aço Jaws (tubarão, na tradução), único vilão a aparecer em dois filmes da saga James Bond: 007: O Espião Que Me Amava (The Spy Who Loved Me, 1977) e 007 Contra o Foguete da Morte (Moonraker, 1979).

Com 2,18 de altura, ele sempre era escalado para papéis de homens maus e perigosos, embora na vida real fosse uma pessoa doce e amável, admirado e elogiado por seus colegas.





Richard Dawson Kiel nasceu em Detroit, em 13 de setembro de 1939. Sua altura extraordinária era o resultado de acromegalia, uma condição física causada pelo excesso de hormônio de crescimento. 

Aos 9 anos de idade, sua família se mudou para Los Angeles, e Richard Kiel sonhava em ser advogado, mas com a morte de seu pai, no final da década de 1950, precisou trabalhar em vários empregos para ajudar a família. Ele foi vendedor de aspirador de pó de porta em porta, vendedor de terrenos de cemitérios e professor de matemática. Outro emprego que Kiel teve foi de segurança de uma boate, e foi assim que acabou sendo descoberto por um produtor de Hollywood, que o convidou para fazer um papel, não creditado, no filme The D.I. (1957).





No começo da década de 1960 Richard Kiel, creditado como Dick Kiel, apareceu em diversas séries de televisão, como Além da Imaginação (The Twillight Zone), A Ilha dos Birutas (Gilligan's Island), The Monkees e Jeannie é Um Gênio (I Dream of Jeannie).

Kiel também atuou em 4 episódios da série James West (Wild Wild West).



Richard Kiel, Barbara Eden e Larry Haggman em Jeannie é Um Gênio


Robert Conrard e Richard Kiel em James West


Devido ao seu tamanho, o ator geralmente era escalado para papéis de vilões, homens fortes ou monstros, e raramente tinha falas diante das telas.

No cinema, sua grande chance foi como protagonista do filme Eegah (1962), uma produção independente onde Kiel interpretava um homem das cavernas trazido para a atualidade. E embora tenha feito muitos filmes na década de 1960, seus papéis eram bastante pequenos, e pouco desafiadores.


Richard Kiel em  Eegah


Seus outros créditos na década incluem O Planeta Fantasma (The Phantom Planet, 1961), O Castelo Maldito (House of the Damned, 1963), O Professor Aloprado (The Nutty Professor, 1963), A Grande Aventura de Lassie (Lassie's Great Adventure, 1963), Carrossel de Emoções (Roustabout, 1964), 7 Dias de Agonia (Two on a Guillotine, 1965), A Era dos Robots (The Human Duplicators, 1965), Amor Violento (Brainstorm, 1965), Las Vegas Hillibillys (1966), Dagger, Caçador de Espiões (A Man Called Dagger, 1968) e Skidoo se Faz a Dois (Skidoo, 1968).



Jerry Lewis e Richard Kiel em O Professor Aloprado



Na década seguinte, o ator continuou aparecendo em pequenos papéis em filmes como Num Dia Claro de Verão (On a Clear Day You Can See Forever, 1970), Golpe Baixo (The Longest Yard, 1974), Gus, A Mula Falante (Gus, 1976) e O Expresso de Chicago (Silver Streak, 1976). Neste último, ele também interpretava um personagem com dentes de aço.



Gene Wilder e Richard Kiel em O Expresso de Chicago



As coisas começaram a melhorar na sua carreira quando ele ganhou um papel fixo na série A Cidade do Pecado (Barbary Coast, 1975-1976).



Richard Kiel em A Cidade do Pecado



Kiel chamou a atenção novamente dos produtores de Hollywood, e foi chamado para viver o personagem Hulk na série O Incrível Hulk (The Incredible Hulk, 1977-1982), e chegou a gravar o episódio piloto por dois dias, mas foi demitido porque os produtores queriam alguém mais musculoso, e acabou sendo substituído por Lou Ferrigno.

Richard Kiel disse em entrevista, anos mais tarde, que não ficou chateado por perder o papel, porque era cego de um olho, e as lentes verdes atrapalhavam sua visão, que já era limitada. Além disto, não havia gostado de trabalhar com a pesada maquiagem verde.


Uma pequena cena gravada por Richard Kiel, entretanto, acabou sendo usado no episódio piloto.






Após perder o papel em O Incrível Hulk, Kiel recebeu convite para atuar em duas super produções. Ele foi chamado para viver o Chewbacca no primeiro filme da saga Star Wars e o vilão Jaws em 007: O Espião Que Me Amava (The Spy Who Loved Me, 1977). Ele escolheu o segundo, porque não precisaria usar um traje pesado que esconderia seu rosto. Porém, a prótese dentária usada pelo ator lhe causava grandes dores, e ele só conseguia usar o adereço em poucos minutos de filmagens.

Jaws, o capanga de dentes de aço, caiu no gosto do público, e tornou-se um dos vilões mais famosos dos filmes de James Bond.


Roger Moore e Richard Kiel


O personagem ficou tão popular que regressou em  007 Contra o Foguete da Morte (Moonraker, 1979), sendo o único capanga a aparecer em dois filmes da saga. 007 Contra o Foguete da Morte teve cenas rodadas no Brasil, com direito a Jaws partir os cabos do Bondinho do Pão de Açúcar com os dentes. O filme tinha alguns atores brasileiros no elenco, como Carlos Kurt, conhecido coadjuvante do programa Os Trapalhões.





Kiel tinha pavor de altura, e não foi ele quem na verdade gravou as cenas no Bondinho. Foi o dublê Martin Grace que o substituiu na icônica cena, e embora fosse 30 cm menor que o ator, ele desempenhou tão bem seu trabalho que a diferença fica imperceptível na edição final.






No intervalo entre as duas produções do agente 007, Richard Kiel atuou no filme Comando 10 de Navarone (Force 10 From Navarone, 1978) e fez um filme em Taiwan, Wu Zi tian Shi (1978). Na Itália, também gravou O Humanóide (L'Umanoide, 1979).








Mas apesar do sucesso nos filmes de James Bond, não conseguiu muitos papéis após seus trabalhos mais famosos. Kiel apareceu em Amor na Medida Certa (So Fine, 1981), e fez uma versão não oficial de um filme de 007 em Hong Kong, chamado Missão Suicida (Zui Jia Pai Dang3: Nu Huang mi Ling, 1984).



Richard Kiel em Missão Suicida



De volta aos Estados Unidos, esteve no elenco de Um Rally Muito Louco (Cannonball Run II, 1984) e O Cavaleiro Solitário (Pale Rider, 1985). Ele fez outros filmes em Hong Kong, e sem convites em Hollywood, escreveu o roteiro e produziu o filme infantil O Gigante da Montanha (The Giant of Thuder Montain, 1990), que ele também estrelou.






Em 1992 o ator sofreu um grave acidente de carro, que limitou sua mobilidade. Richard Kiel passou a usar uma bengala ou um veículo motorizado para poder ser locomover. Isto também limitou seus trabalhos no cinema.

Em Um Maluco no Golfe (Happy Gilmore, 1996), o ator apareceu em quase todas as cenas apenas da cintura para cima. As únicas duas cenas que aparecia de pé, estava amparado por uma coluna ou em outro ator.



Richard Kiel em Um Maluco no Golfe


Kiel foi homenageado em Inspetor Bugiganga (Inspector Gadget, 1999), onde interpretou um vilão com dentes de aço, uma referência ao personagem Jaws. Depois, aposentou-se das telas.



Richard Kiel em Inspetor Bugiganga


Ele deixou a aposentadoria para dublar o vilão Vlad na animação da Disney Enrolados (Tangled, 2010).





Richard Kiel foi casado duas vezes. Seu segundo casamento, com Diane Rogers (que media 1,54), durou de 1970 até a sua morte. Eles tiveram 4 filhos e 9 netos.






Em setembro de 2014  o ator quebrou uma perna e foi internado. Uma semana depois, ainda no Hospital, ele sofreu um ataque cardíaco fatal, falecendo em 10 de setembro de 2014, três dias antes do seu aniversário de 75 anos.





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3 Comentários

  1. Michael Carvalho Silva30 de julho de 2022 às 04:31

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  2. Michael Carvalho Silva30 de julho de 2022 às 09:47

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  3. Michael Carvalho Silva30 de julho de 2022 às 14:00

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