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Por onde anda? A brasileira Jennifer O'Neill, de Houve Uma Vez um Verão


Jennifer O'Neill ficou eternizada no filme Houve Uma Vez Um Verão (Summer of' 42, 1971), no papel de uma mulher mais velha que se envolve com um adolescente. Nascida no Rio de Janeiro, Jennifer é brasileira, e mantém sua cidadania até hoje.




Jennifer Lee O'Neill nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 20 de feverreiro de 1948. Seu pai era brasileiro, filho de irlandês (seu avô era presidente de um banco estrangeiro na capital carioca) e sua mãe era inglesa. Embora seu pai fosse brasileiro, ele lutou na Segunda Guerra Mundial, como piloto , e chegou a ser preso em um campo de concentração. Após ser libertado, foi para a Inglaterra, onde conheceu a mãe de Jennifer. O casal então mudou-se para o Rio de Janeiro, onde a atriz nasceu.

Mas ela morou pouco no Brasil, mudando-se com a família para Nova York. Por causa da mudança, Jennifer O'Neill, então com 14 anos, tentou suícidio tomando remédios de sua mãe. Ela estava deprimida por ter se separado de seu cachorro e seu cavalo, que tiveram que ficar. Jennifer ficou em coma por duas semanas.

Pouco tempo após sair do hospital, ela foi descoberta por um agente da Ford Models, que a convidou para fazer algumas fotos. Logo ela estaria estampando capas de revistas como Cosmopolitan e Vogue.

No ano de 1962 O'Neill recebeu 80 mil dólares como modelo (o equivalente a mais de 660 mil nos dias de hoje).

Jennifer O'Neill na capa da revista Vogue

Com o dinheiro que ganhou como modelo, ela comprou um cavalo, e passou a participar de competições e exibições. Mas sofreu um acidente que quebrou seu joelho e lhe causou uma lesão na coluna. Ela então voltou a carreira de modelo. Aos 17 anos ela se casou pela primeira vez, com Dean Rossiter, um executivo da IBM.

Jennifer O'Neil estreou no cinema em Um Homem para Ivy (For Love of Ivy, 1968), estrelado por Sidney Poitier. Era um papel pequeno, mas foi suficiente para chamar a atenção.

 Jennifer O'Neill (a esquerda) em Um Homem para Ivy

Após fazer pequenas participações (onde ela nem foi creditada) em Um Tipo Meio Louco (Some Kind of a Nut, 1969), estrelado por Dick Van Dyke e Futz (1969), a atriz recebeu um convite do diretor Howard Hawks  para co-estrelar Rio Lobo (Idem, 1970), ao lado do veterano John Wayne.





Foi então que seu agente insistiu para ela fazer o teste para Houve Uma Vez Um Verão (Summer of' 42, 1971),que viria a ser seu filme mais famoso. O diretor Robert Mulligan queria Barbra Streisand para o papel, mas ela recusou. Jennifer era a terceira opção na lista.

O filme mostrava uma mulher mais velha, que se envolve com um adolescente de 15 anos, 20 anos mais novo que ela. Embora na época, Jennifer só tivesse 23 anos de idade. Houve Uma Vez Um Verão fez muito sucesso, e eternizou a canção tema, escrita por Michel Legrand. Curiosamente, a atriz só aparece em 12 minutos do filme.




Após o filme, Jennifer O'Neill fez escolhas erradas de novos projetos, e nunca mais conseguiu repetir o sucesso. Seu filme seguinte foi Amigo é pra Essas Coisas (Such Good Friends, 1971), um dos últmos filmes do diretor Otto Preminger. Ela também trabalhou com Blake Edwards em Receita: Violência (The Carey Treatmen, 1972).

Jennifer ainda fez filmes como A Reencarnação de Peter Proud (The Reincarnation of Peter Proud, 1975) e na comédia Um Assalto Muito Louco (Whiffs, 1975). Mas geralmente era escalada para filmes que pouco exploravam seu talento artístico, explorando apenas sua beleza e sensualidade, como A Deusa do Sexo e os Diamantes Fatais (Lady Ice, 1973).


Jennifer O'Neill e Michael Sarrazin em A Reencarnação de Peter Proud



Desconte com sua carreira nos Estados Unidos, ela migrou para à Europa, em busca de novas oportunidades. Após trabalhar com Franco Nero em Gente de Respeito (Gente di rispetto, 1975), foi convidada por Luchino Visconti para atuar em O Inocente (L'innocente, 1976). Visconti também dirigiu a brasileira Florinda Bolkan.

 Laura Antonelli, Jennifer O'Neill e Giancarlo Giannini, em O Inocente  

Jennifer ainda faria um filme na Espanha e outro na Itália, antes de retornar aos Estados Unidos. De volta à América, atuou em Caravanas (Caravans, 1978), ao lado de Anthony Quinn, Michael Sarrazin e Christopher Lee. No ano seguinte, atuou com Chuck Norris em Força Destruidora (A Force of One, 1979).

 Jennifer O'Neill e Chuck Norris em Força Destruidora

Sua carreira decaiu nos anos seguintes, e ela fez poucos filmes importantes, trabalhando em muitos telefilmes e fazendo participações em séries de televisão. A exceção foi Scanners: Sua Mente Pode Destruir (Scanners, 1981), de David Cronnenberg.

Jennifer O'Neill em Scanners: Sua Mente Pode Destruir

Jennifer então conseguiu o papel principal da série Retrato Falado (Cover Up, 1984-1985). Ela interpretava Danielle Reynolds, uma fotógrafa de uma agência de modelos que também investiga e resolve crimes. A série começou muito bem de audiência, mas seu colega e co-astro Jon-Erik Hexum morreu em um estúpido acidente durante as filmagens, com apenas 26 anos de idade. O ator Anthony Hamilton entrou na série para substituir Hexum, mas a audiência despencou, e a série foi cancelada. (leia mais sobre Jon-Erik Hexum aqui).

Jon-Erik Hexum e Jennifer O'Neill em Retrato Falado

Desde então, Jennifer O'Neill nunca parou de atuar, mas fez filmes inexpressivos. Aos 49 anos de idade ela atou em Escalada do Poder (The Corporate Ladder, 1997), um filme de suspense feito para o canal Playboy.

Jennifer O'Neill foi casada nove vezes (duas vezes com o mesmo marido), e tem três filhos. Em 1999 ela escreveu uma autobiografia, onde narra com detalhes sua vida, incluindo um aborto que um namorado a obrigou a fazer e sobre a experiência onde quase morreu em 1982, quando acidentalmente atirou em sua barriga em 1982, quando limpava uma arma.

Seu último filme foi Uma Vida com Propósito (I'm Not Ashamed, 2016), sobre uma estudante vítima do massacre da escola em Colombine. Atualmente ela vive em um rancho onde cria cavalos, e dedica seu tempo a várias ações sociais. Jennifer O'Neill mantém uma instituição de apoio para jovens que são obrigada a abortarem por pressão dos pais, e contribui para ações de combate ao HIV na África, além de contribuir para fundações de pesquisa contra a artrite e o câncer, sendo ela mesma uma sobrevivente de um câncer de mama. Ela também tem um projeto de prevenção contra a crueldade animal.


Jennifer O'Neill, atualmente

Veja também: Tributo a Cary Grant


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23 Comentários

  1. esta mulher é maravilhosa.. quando eu assisti summer of 42 em 71 eu tinha 15 anos... vendo a situaçao do filme, me teletransportei para ele... nunca a esqueci.. eu a vi em varias atuações, mas não me toquei que era ela... esta semana ao reencontrar o filme. summer of 42 que eu revi varias atuações... inclusive da serie retrato falado. que eu acompanhei na época. mas não sabia da tragédia do colega protagonista... não entendia pq ele havia sumido.. pena que a carreira dela não foi o quanto deveria ter sido... ela é magnífica como mulher. ate hoje. aos 70 e como atríz. alem de ser brasuca como nos.. minha homenagem a esta magnífica mulher

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    1. Acho que todos os adolescentes que assitiram esse filme ficaram marcados para sempre. E com uma certa queda por mulheres mais velhas...

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  2. Esse filme me marcou demais...
    Eu o assisti em 1976 e nunca mais saiu da minha cabeça.
    Seu tema é imortal e Jennifer foi apaixonante nesse filme.
    Tenho coragem de ser seu décimo marido...
    Abraço a todos,que tem esse filme no coração !!!

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  3. Comentei como:
    fucahalabi@gmail.com
    Um beijo Jennifer !!!

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  4. Vi esse filme com 15 anos e me apaixonei pela música tema e pela atriz linda. Otimo descobrir que ela é carioca como eu ❤

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  5. O filme dispensa comentarios justamente pela trilha sonora que Legrand que proporcionou o lado romantico do filme que na verdade e triste, pois o marido morre na guerra deixando-a viuva e pela saudade e lembranca dos momentos vividos pelo casal enquanto juntos e ira marcar uma profunda solidao e a falta do que iria por vir..Na verdade quando fomos meninos ainda como no filme, existe sempre uma paixao escondida o que nao foi diferente com o da narracao..Jennifer sempre foi uma mulher magra porem seus tracos sao lindos e com um charme motivador...eu tinha 9 anos quando assisti e passados todo esse tempo o filme jamais saiu da minha mente..Um filme cativador dos coracoes apaixonados por mulheres mais experientes, e que na verdade ja vivi algo assim quando tive 23 anos..que maravilha..

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  6. É...eu tenho minha Jennifer!!! Elas são inesquecíveis!!!

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  7. Filme e atriz marcantes, assisti quando foi lançado e jamais saiu da memória.

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  8. Doces lembranças... inesquecíveis.

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  9. Eu senti o que já está muito bem descrito nos comentários anteriores. Tinha 16, lembro que saí do cinema atordoado, emocionado, sem saber (até hoje) lidar com a extrema beleza e a poesia de "Houve uma Vez um Verão". Outro filme que me sensibilizou foi "A Força do Destino", com Debra Winger. Não somente ela, que estava simples e linda demais, também a fotografia, Gossett Jr e Richard Gere estavam perfeitos

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  10. Eu senti o que já está muito bem descrito nos comentários anteriores. Tinha 16, lembro que saí do cinema atordoado, emocionado, sem saber (até hoje) lidar com a extrema beleza e a poesia de "Houve uma Vez um Verão". Outro filme que me sensibilizou foi "A Força do Destino", com Debra Winger. Não somente ela, que estava simples e linda demais, também a fotografia, Gossett Jr e Richard Gere estavam perfeitos

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  11. Parabéns pelo texto. Muito bom!

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    1. Muito obrigado pelo honroso elogio. É recíproco. Um grande abraço!

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  12. Assisti a esse filme por volta dos meus 15 anos ,trilha sonora marcante, inocência nos modos de todos naquela época , Jenifer uma atriz estonteante ,aquela cena na farmácia ..,dou risada até hoje ,a contemplação de Oce quando vê a carta de despedida ,que obra , muito sentimento deixado ali. Marcou minha vida esse filme.

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  13. Maravilhoso sempre que posso vejo novamente

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  14. A beleza fascinante e incontestável de Jennifer O'Neill encanta o mundo inteiro até os dias de hoje sem contar também que ela é de longe uma das beldades brasileiras mais lindas e maravilhosas que já existiram em todas as épocas existentes.

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  15. Nunca me esqueci dela. Linda

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  16. linda, talentosa, inteligente, envelheceu e mantém a jovialidade com elegância, bom revê-la assim...

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