Considerada uma das mais belas e sensuais mulheres brasileiras, Vera Fischer despontou para a fama quando ainda menor de idade venceu o concurso de Miss Brasil, em 1969. Dona de uma longa trajetória artística, Vera teve que batalhar muito para firmar seu nome e comprovar seu talento como atriz.
Vera Fischer nasceu em Blumenau, Santa Catarina, em 27 de novembro de 1951. Filha de uma família de classe média catarinense, sua mãe era brasileira, mas netas de alemães e seu pai era um alemão nato. Emil Fischer, o pai da atriz, era um "nazista convicto" como Vera o classificaria anos mais tarde em sua biografia. Segundo ela, o pai era agressivo e a obrigava a ler Mein Kampf, obra escrita por Adolf Hitler.
Até os 5 anos de idade, Vera Fischer só falava alemão.
Aos 17 anos a bela adolescente participou do concurso Miss Blumenau, e foi agraciada vencedora, garantindo uma vaga no Miss Brasil de 1969. Vera foi coroada como a Miss Brasil daquele ano posteriormente, mas por ser menor de idade, não poderia participar do Miss Universo, já que só candidatas maiores de idade poderiam concorrer.
Ela então falsificou os documentos e acabou ficando entre as 15 finalistas do concurso mundial.
Vera não ganhou o Miss Universo, mas garantiu a projeção do seu nome, num tempo em que as Misses viraram verdadeiras estrelas nacionais. E foi Paulo Monte, um veterano ator e apresentador, que chegou a atuar em Hollywood na década de 1940, quem primeiro viu o potencial de Vera, e a convidou para trabalhar na televisão.
Ela estreou como co apresentadora em 1970, ao lado de Monte, no programa Show de Turismo, na TV Rio.
Vera Fischer entretanto, ficou pouco tempo na emissora, pois acabou sendo contratada pela TV Tupi do Rio de Janeiro. Inicialmente ela era apresentadora, junto com Sérgio Bittencourt do programa esportivo Jogo Limpo.
Depois, acabou tornando-se jurada do famoso programa Flávio Cavalcanti. Foi nesta época que surgiu a fama de "mulher fatal" de Vera Fischer, que começou a usar vestidos decotados e roupas sensuais, a pedido da direção.
Na Tupi ela ainda apresentou o programa Domingo é Dia de Show (1973), e fez sua estreia como atriz na televisão, atuando em um teleteatro da emissora.
A atuação já não era novidade para ela na época, pois havia estrado no cinema um ano antes, no filme Sinal Vermelho - As Fêmeas (1972). No ano seguinte, bateu recordes de bilheterias e lotou as salas de cinemas nacionais com A Super Fêmea (1973), de Anibal Massaíni Neto.
No filme Vera contracenava com o ator Perry Salles, com quem se casou em 1972. Com Perry, ela teve uma filha, Rafaela Fischer (nascida em 1979). O casal se divorciou em 1987.
O sucesso de A Super Fêmea fez de Vera uma estrela do cinema nacional. Musa das pornochanchadas da época, a atriz tornou-se uma das mulheres mais desejadas do país. Ainda em 1973 ela fez seu terceiro filme, Anjo Loiro (1973), onde demonstrou que além de um símbolo sexual era também uma talentosa atriz dramática.
Em 1974 ela emplacou 4 sucessos no cinema, em filmes que sempre exploravam a sua beleza. Vera atuou em Macho e Fêmea (1974), Essa Gostosa Brincadeira a Dois (1974), As Mulheres Que Fazem Diferente (1974), As Delícias da Vida (1974) e no ano seguinte fez Intimidade (1975).
Por Intimidade Vera ganhou muitos elogios da crítica pelo seu desempenho, e provou que mais que uma mulher bonita era uma boa atriz, garantindo inclusive o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Atriz em 1976.
Mas as telenovelas só se renderiam ao talento da atriz em 1977, quando ela foi contratada pela TV Globo para atuar na novela Espelho Mágico (1977).
Vera emendou trabalhos na televisão, atuando em Sinal de Alerta (1979-1980), Os Gigantes (1979-1980) e Coração Alado (1980-1981), mas foi como a Luiza de Brilhante (1981-1982), que veio o reconhecimento como atriz de novelas. O papel inclusive lhe valeu sua primeira indicação ao Troféu Imprensa.
Paralelamente a carreira na TV, ela continuava sendo uma das maiores estrelas do cinema nacional, atuando em filmes importantes como Perdoa-Me Por Me Traíres (1980), Bonitinha Mais Ordinária (1981), Eu Te Amo (1981) e Dora Doralina (1982). Vera também atuou no polêmico filme Amor Estranho Amor (1982), uma bela obra dirigida pelo mestre Walter Hugo Khouri que acabou envolta de uma polêmica boba devido ao papel da futura apresentadora infantil Xuxa.
Amor Estranho Amor rendeu a Vera Fischer o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Brasília.
A década de 1980 foi de vital importância para a carreira da atriz, que decidiu mostrar ser uma artista séria, e não apenas mais um rosto bonito no mundo audiovisual. Ela priorizou papéis no cinema que explorassem mais seu talento do que seu corpo. Vera também deu um tempo recusando trabalhos na televisão, para estudar e investir na sua formação como atriz, além de se dedicar ao teatro para ganhar mais experiência profissional.
Vera ainda faria os filmes Quilombo (1984) e Amor Voraz (1984), novamente sob direção de Walter Hugo Khoury. Mas a atriz só retornaria a televisão em 1987, no grande sucesso Mandala (1987), que foi um divisor de águas em sua trajetória profissional, e lhe valeu sua segunda indicação ao Troféu Imprensa.
Sua personagem Jocasta foi um dos papéis mais marcantes de sua carreira na TV, e durante as filmagens da novela ela conheceu o ator Felipe Camargo, com quem se casaria em 1988. Vera e Felipe ficaram juntos até 1995, e tiveram um filho, Rafael Fischer, nascido em 1993.
No cinema, Vera Fischer ainda protagonizaria Doida Demais (1989), O Quinto Macaco (1990) e Forever - Juntos Para Sempre (1991), novamente sob a direção de Walter Hugo Khoury, que a elegeu como uma de suas musas. Neste filme, ela contracenava com o veterano ator americano Ben Gazzara.
No começo da década de 1990 Vera Fischer brilhou em papéis marcantes em 3 bem sucedidas mini séries. Ela foi a Eduarda em Riacho Doce (1990), e logo em seguida encarnou Anna de Assis em Desejo (1990), depois viveu Alice em Agosto (1993).
Ela também retornou aos cinemas como estrela de Navalha na Carne (1997), vivendo a Neusa Suely, personagem criada por Plínio Marcos. Vera também foi produtora do filme.
Vera Fischer então brilhou como uma mulher forte e mãe abnega em Laços de Família (2000), vivendo uma das mais famosas Helenas de Manoel Carlos. O papel lhe rendeu outra indicação ao Troféu Imprensa e lhe deu o prêmio de Melhores do Anos de 2000, na categoria melhor atriz de novelas. Ela recebeu outra indicação ao Troféu Imprensa pelo seu papel seguinte, a Ivette de O Clone (2001-2002) e voltou a contracenar com Xuxa no cinema, no filme Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas (2002).
1 Comentários
Vera Fischer em ''Coração Alado'' mostrou que além de boa atriz,também era a mulher mais bonita do Brasil.
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