A atriz Leila Diniz foi um furacão que passou brevemente por aqui, mas deixou sua marca na história brasileira para sempre. Leila, uma artista talentosa e mulher a frente do seu tempo, ela é uma das maiores estrelas do cinema brasileiro.
Lígia Diniz, sua irmã, trilhou a própria carreira de artista, e também deixou sua marca. As comparações com a irmã tornaram-se inevitáveis, deixando um pouco ofuscado o talento desta atriz, que resolveu deixar a vida artística.
Lígia da Costa Diniz nasceu no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1951. Ela e Leila eram irmãs por parte de pai, tendo mães distintas.
Aos 18 anos ela pensava em ser advogada, e ajudava a irmã como divulgadora de seus filmes e peças, e estreou na carreira de atriz por acaso. Leila Diniz estrelava o espetáculo de revista Tem Banana na Banda (1970), e certo dia uma das meninas do elenco não pode comparecer.
Lígia Diniz trabalhava como assistente de cena, e Leila a convenceu a substituir a atriz que faltou. Lígia acabou ingressando no elenco, e logo Leila, grávida, deixou o elenco, sendo substituída por Tânia Scher. E quando Tânia adoeceu, Lígia Diniz chegou a ser a estrela do espetáculo.
Leila Diniz grávida, em 1970
O espetáculo era encenado no Teatro Poeira, e Lígia Diniz também ganhou o papel principal na peça infantil Pop, A Garota Legal (1970), conciliando os dois trabalhos. Ainda no Poeira, estrelou a revista Tem Piranha na Lagoa (1971) ao lado de Vera Setta (mãe da atriz Morena Bacarrin).
Lígia Diniz em Tem Piranha na Lagoa
Ainda em 1971, ela estrelou o filme Como Ganhar na Loteria, Sem Perder a Esportiva (1971). A carreira da atriz parecia estar indo bem, quando em junho de 1972 Leila morreu em um fatídico desastre de avião.
Muitos empresários e produtores quiseram transformar Lígia em uma substituta da irmã, mas ela se recusou. Ela voltou ao teatro, mas protagonizando um espetáculo infantil, Jardim das Borboletas (1972), escrito para ela por André José Adler.
Ligia dizia que não se importava em mostrar o corpo, mas não gostava. Também não queria fazer televisão, por achar as novelas cansativas. Ela recusou muitas ofertas para atuar em filmes e emissoras de televisão, que queriam aproveitar o sobrenome Diniz. Também recusou interpretar a irmã no filme biográfico de 1987.
Nos anos seguintes a morte de Leila, deu mais importância para o teatro, participando de peças como o musical Godspell, A Esperança (1973), que revelou a atriz Lucélia Santos; Seu Sol, Dona Lua (1976) e o infantil A Fada e o Dragão (1978). Em 1979, por um breve período, substituiu Sônia Braga na peça O País dos Prequetés (1979), enquanto a atriz estava ocupada filmando um longa metragem.
Lígia Diniz só retornou ao cinema em A República dos Assassinos (1979). Ela ainda atuou em outros filmes, são eles: Amor Bandido (1979), Prova de Fogo (1980), Bububu no Bobobó (1980), O Beijo no Asfalto (1981), Aventuras de um Paraíba (1982), Amenic - Entre o Discurso e a Prática (1984), Memórias do Cárcere (1984) e O Homem da Capa Preta (1986).
Lígia Diniz no cinema
Na década de 80 ela montou novamente Jardim das Borboletas (1982), mas desta vez como diretora. Também dirigiu a peça Joana e a Menina dos Sinos (1984-1985) e shows de Cristina Buarque.
Em 1981 apareceu cantando no espetáculo Uma Noite com Caymmi (1981), que era composto pelo repertório do compositor.
Aos poucos, ela foi se afastando da vida artística. Formou-se em Psicologia e em Artes Cênicas, e passou a trabalhar como terapeuta, com especialização em arteterapia, profissão que exerce até os dias de hoje.
Lígia Diniz tem um filho, Thiago Diniz Vugman, que também é ator.
Lígia Diniz, atualmente
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1 Comentários
Eternamente Leila
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