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Cascatinha e Inhana, a dupla caipira que encantou o Brasil


A dupla sertaneja Cascatinha e Inhana fez um enorme sucesso no Brasil. Eles gravaram diversos discos, e se apresentaram por todo país, seja em rádio, teatros, casas de show ou mesmos em circos pelos rincões mais distantes.

Com sucessos como Índia e Meu Primeiro Amor, eles ficaram eternizados na história da cultura brasileira.



Cascatinha era o nome artístico de Francisco dos Santos, nascido em Araraquara (SP), em 20 de abril de 1919. Já Inhana era o nome de Ana Eufrosina da Silva, nascida em Araras, em 28 de março de 1923.

Francisco tocava bateria e violão, e se apresentava no interior de São Paulo cantando modinhas, canções e valsas românticas. Um dia, um circo chegou em sua cidade, Araraquara, e entre as atrações estava o cantor Chopp (Natalício Firmino dos Santos). 

Eles ficaram amigos, e formaram uma dupla caipira. Como Chopp já era conhecido artisticamente, Francisco adotou o nome Cascatinha, em referência a uma famosa cerveja da época.



Pouco tempo depois, Cascatinha conheceria Ana Eufrosina, que se apresentava como cantora de circo, ao lado de seus irmãos. Ana, ou melhor Inhana, era prima da cantora Dona Inah.

Usando o nome de Ana Silva, ela já era famosa como cantora na rádio local de Araras, tendo recebido o apelido de "A Voz de Araras". Um dia, Cascatinha foi até a rádio fazer publicidade da chegada do circo na cidade, e acabou conhecendo a cantora, com quem além de fazer dupla, se casaria em 1941



Cascatinha, Chopp e Inhana formaram então o Trio Esmeralda, que obteve um relativo sucesso na época. O Trio chegou a fazer uma temporada no Rio de Janeiro, onde se apresentaram em programas como o de César Ladeira, na Rádio Mayrink Veiga e o programa de Renato Murce, na Rádio Nacional.

De volta a São Paulo, o trio se desfez em 1942, e agora a dupla Cascatinha e Inhana foram contratados pelo Circo Estrela D'Alva, com o qual excursionaram pelo interior de São Paulo e do Rio de Janeiro. Depois, já na capital paulista, passaram a fazer parte do elenco do Circo Imperial.

O nome Inhana na era uma junção de Sinhá Ana, como a cantora era apresentada diversas vezes.

A dupla só gravaria seu primeiro disco em 1951. Na mesma época, Inhana, em carreira solo, também gravou um disco, e ao longo de sua carreira ela gravaria cerca de 15 músicas sem o marido.

No ano seguinte, 1952, a dupla gravou seu primeiro grande sucesso, a guarânia Meu Primeiro Amor, que foi regravada posteriormente por diversos outros artistas.




O sucesso de Meu Primeiro Amor fez da dupla um grande sucesso nacional, e o disco com a canção Índia vendeu mais de 300 cópias na época. O presidente Juscelino Kubitscheck dizia que Índia, na voz de Cascatinha e Inhana era a sua música favorita.

A fama levou a dupla a diversas rádios brasileiras, e fez com que eles vendessem cerca de 3 milhões de discos ao longo dos anos. Eles também ganharam diversos prêmios, incluindo dois prêmios Roquette Pinto.

Outro grande sucesso, dentre muitos, foram Colcha de Retalhos e Flor do Cafezal. Cascatinha e Inhana receberam o apelido de "os rouxinóis do sertão", e formaram uma das duplas sertanejas mais famosas do Brasil.




Contratados da Rádio Record, Cascatinha e Inhana apareceram no filme Carnaval em Lá Maior (1955). Gravado nos estúdios da TV Record, o filme contava com quase todo o elenco de astros do canal.

Sem Cascatinha, Inhana ganhou um papel no filme A Sina do Aventureiro (1958), uma das primeiras obras dirigidas por José Mojica Marins, antes dele criar o personagem Zé do Caixão.

No cinema, Cascatinha e Inhana ainda participariam do filme ...E A Vaca Foi Pro Brejo (1981), onde apareciam cantando La Paloma, a primeira canção gravada pelo casal, em 1951.



Mas o filme foi lançado somente após a morte de Inhana, que morreu 11 de junho de 1981. 

Ela se preparava para um grande show ao lado do marido no Maracanãzinho, quando sofreu uma parada cardíaca. A cantora foi levada às pressas ao hospital, mas acabou falecendo, com apenas 58 anos de idade.

Cascatinha ainda cantaria por 12 anos sem Inhana, e também morreu de parada cardíaca, em 14 de março de 1996, aos 76 anos de idade.




Cascatinha em 1988


Em maio de 2021 a dupla ganhou uma exposição em sua homenagem, na cidade de Araraquara. Marcelo, o único filho do casal ajudou na organização, porém, ele faleceu dois dias antes da inauguração, vítima da Covid-19.



Veja Também: A História de Zequinha e Quinzinho. Quinzinho também é conhecido como "O Anão dos Trapalhões"








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1 Comentários

  1. Ah, que dupla memorável! A música " índia e seus cabelos é um ícone.

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