Últimas Notícias

6/recent/ticker-posts

Por Onde Anda? A Atriz Kátia D'Angelo



Embora tenha feito muito sucesso na televisão, Kátia D'Ángelo foi uma das grandes musas do cinema brasileiro das décadas de 1970 e 1980. Bela e talentosa, a atriz teve uma carreira premiada, e chegou a trabalhar no exterior. 




Kátia Rebibout D'Angelo nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1951. Após completar seus estudos normais, ela arrumou um emprego como instrumentadora cirúrgica. Nesta época, frequentando os bares cariocas, acabou fazendo amizades no meio artístico, e acabou convidada para atuar no teatro, incialmente atuando em peças infantis.

Logo ela também começou a brilhar na publicidade, até ser contratada pela Rede Globo, onde fez sua primeira novela, O Espigão (1974).

Kátia também fez pequenos papéis em Supermanoela (1974) e Escalada (1975). Mas foi somente como a ingênua Tuninha, a irmã de Suzana Vieira em Anjo Mau (1976), que ela conquistou o Brasil. O papel, assim como a novela, fez um enorme sucesso na época, e fez de Kátia D'Angelo uma estrela.


Nelia Tavares, Suazana Vieira, Vera Gimenez, Pepita Rodrigues e Kátia D'Angelo em Anjo Mau


Em seguida, a atriz ganhou um papel de destaque na novela Despedida de Casado (1977). Com trinta capítulos já gravados, e com as chamadas no ar, a novela acabou sendo censurada pela Ditadura Militar um dia antes de sua estreia, e acabou nunca sendo exibida ou concluída.


Kátia D'Angelo e Lauro Góes em Despedida de Casado



Ainda na década de 1970, também atuaria nas novelas Nina (1977) e Pecado Rasgado (1978). Mas era no cinema onde a atriz realmente estava brilhando na época.

Ela havia estreado nas telonas em um pequeno papel em A Extorsão (1975), mas logo tornou-se uma atriz requisitada pelos diretores do cinema brasileiro.

Incialmente, ela atuou em produções que basicamente exploravam a sua beleza, como Maníacos Eróticos (1975), Deliciosas Traições do Amor (1975), Ana, A Libertina (1975), As Grã-finas e o Camelô (1976) e O Vampiro de Copacabana (1976).

Mas aos poucos ela conseguiu mostrar seu talento dramático, e conquistou papéis mais desafiadores, em filmes como Marilia e Marina (1976).


Denise Bandeira e Kátia D'Angelo em Marília e Marina


A atriz também esteve no elenco de Gente Fina é Outra Coisa (1977), Quem Matou o Pacífico? (1977) e Barra Pesada (1977), que lhe rendeu um Kikito de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Gramado.

Preferindo atuar no cinema ao invés da televisão, a atriz ainda atuou em Rastro de Sangue (1978), e contracenou com o jogador de futebol Pelé em Os Trombadinhas (1979). Mas o maior sucesso de bilheterias de sua carreira foi como a protagonista de O Caso Cláudia (1979), obra baseada no assassinato de Cláudia Lessin Rodrigues.


Nuno Leal Maia e Kátia D'Angelo em O Caso Cláudia


O filme não fez sucesso somente no Brasil, como também foi um dos filmes mais vistos na Argentina naquele ano. A repercussão do filme fez com quem Kátia D'Angelo fosse convidada para atuar também na Argentina, onde estrelou o filme La Conquista del Paraíso (1980).


Arturo Puig e Kátia D'Angelo em La Conquista del Paraíso


Mas após o sucesso nas telas, Kátia ficou um hiato de tempo longe das telonas, retornando ao cinema cinco anos depois, quando atuou em Fulaninha (1986), que lhe valeu um prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Brasília.


Cláudio Marzo e Kátia D'Angelo em Fulaninha


Na década de 1980 a atriz também fez pouca televisão, atuando em As Três Marias (1980), e em O Amor é Nosso (1981), uma novela que não foi bem sucedida, e teve as fitas dos capítulos destruídas pela TV Globo.

Na emissora, também atuou em programas como O Bem Amado, Caso Verdade e Sítio do Picapau Amarelo.


Kátia D'Ágelo e Ivan Mesquita em O Amor é Nosso


Após muitos anos atuando na Globo, a atriz participou de Uma Esperança no Ar (1985), produzida pelo SBT. Cinco anos depois faria sua última novela, Pantanal (1990), na TV Manchete.

No grande sucesso produzido pela Manchete, interpretou a prostituta Generosa. Depois, ainda faria o filme O Lado Certo da Vida Errada (1996).

Após Pantanal, ela montou sua escola de teatro, onde foi a primeira professora de interpretação de Taís Araujo. Mas sua escola, na Barra da Tijuca, foi fechada arbitrariamente em 1991, quando moradores de um condomínio da região reclamaram do estabelecimento.

No mesmo ano a atriz passou pela maior tragédia de sua vida, quando seu filho mais velho, Ronny, foi assassinado por policias que faziam segurança em um baile de carnaval, Ronny tinha 26 na época, e os policiais nunca foram julgados.

Já em 2007, por um erro no sistema, a atriz foi presa por engano, e permaneceu em uma cela por 30 horas, até que foi percebido que o erro havia sido cometido pela Vara de Execuções Penais, e não havia nenhuma acusação contra a atriz. Kátia D'Angelo processou o estado, mas nunca foi indenizada.

Se isto não fosse o bastante, em 2009 a casa da atriz, na Barra da Tijuca, foi demolida por ordem do governo do estado. Kátia D'Angelo morava na residência desde 1963, mas em 1991 o local foi considerado área de preservação ambiental. 

A residência foi demolida, e a atriz teve apenas uma hora para retirar seus pertences. O local onde ficava a casa de Kátia D'Angelo hoje abriga o condomínio Vivenda da Barra.

Eventualmente, ela atuou ainda no cinema, nos filmes Bela Noite Para Voar (2009) e Só Pelo Amor Vale a Vida (2016), e também fez uma participação especial na novela Ti Ti Ti (2010). Atualmente, a atriz vive em Paraty, e sobrevive das economias que fez durante sua vida artística.


Kátia D'Angelo atualmente

Kátia D'Angelo antes e depois


Kátia D'Angelo e Fernanda Montenegro

Kátia D'Angelo e Mário Cardoso





Veja também: A História de Armando Bogus




Postar um comentário

0 Comentários