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A inesquecível Tereza Rachel



Tereza Rachel foi uma grande diva do teatro brasileiro, que também brilhou no cinema e televisão. Além de grande atriz, pertencia a uma rara categoria, quase extinta, de artistas empresárias, um grupo seleto do qual fazem parte Eva Todor, Maria Della Costa, Ruth Escobar e Bibi Ferreira. Era mulheres fortes e talentosas, que não mediram esforços e recursos para manter os seus teatros e companhias.



Terezinha Malka Brandwain Taiba nasceu em Nilópolis, Rio de Janeiro, em 10 de março de 1934. Filha de judeus poloneses, Tereza Racahel passou a infância no Grajaú, e em 1953 ingressou na Escola de Teatro da Prefeitura. Depois, foi aluna do Teatro Duse, dirigido por Paschoal Carlos Magno, e com ele fez parte da caravana de 15 alunos que foram estudar teatro na Itália, com uma bolsa de estudos de quatro meses. Ao mesmo tempo,  ingressou na faculdade de filosofia, mas nunca seguiu a profissão.

Ainda em 1953, como estudante, fez as peças Hécuba e Phedra. Também fez parte do elenco do Rádioteatro Duse, na Rádio MEC. Ao retornar da Europa, em 1955, estreou no teatro profissional, atuando em Os Elegantes (1955), dirigida por Henriette Morineau.

No ano seguinte ela seria eleita a revelação feminina pela Associação Paulistas de Críticos Teatrais (APCT) por seu trabalho em Prima Donna (1956). Com uma breve carreira, Tereza Rachel logo se consolidou como uma das mais importantes atrizes teatrais brasileiras, atuando em diversas peças na década de 1950.

Já aclamada como atriz dramática nos palcos, estreou no cinema em uma comédia, Genival é de Morte (1956), onde fazia par romântico com o ator Ronaldo Lupo.

Ronaldo Lupo e Tereza Rachel em Genival é de Morte

No ano seguinte a atriz estreou na televisão, atuando no Grande Teatro Tupi. Além de fazer teleteatros na emissora, ela estrelou a série O Jovem Dr. Ricardo (1958), ao lado de Cyl Farney. A série, exibida pela TV Tupi, era inspirada no sucesso internacional Dr. Kildare (com Richard Chamberlain), e ainda tinha no elenco a menina atriz Vera Lúcia (futura mãe do apresentador Rodrigo Faro).

Leia mais sobre Vera Lucia aqui.


Vera Lúcia (de costas), Tereza Rachel e Cyl Farney em O Jovem Dr. Ricardo


Vera Lúcia e Tereza Rachel em O Jovem Dr. Ricardo

Mas apesar de ter estreado no cinema e televisão, a atriz priorizou o teatro nos próximos anos, e em 1960 ganhou o prêmio Saci de Melhor Atriz após atuar na peça Quando Se Morre de Amor e brilhou em Bonitinha, Mas Ordinária (1962), de Nelson Rodrigues.


Tereza Rachel e Oswaldo Loureiro em Bonitinha, Mas Ordinária

Ela retornou ao cinema no clássico Ganga Zumba (1963), e fez alguns filmes na década de 1960, incluindo a produção alemã Manaus, Glória de Uma Época (Und Der Amazonas Schweight, 1963), rodada no Brasil. Ela ainda estrelou Procura-se Uma Rosa (1964) e Canalha em Crise (1965).




Tereza Rachel e Leonardo Villar em Procura-se Uma Rosa


Flávio Migliaccio e Tereza Rachel em Canalha em Crise

Em 1966 ela aceitou voltar a televisão, atuando em sua primeira telenovela, A Pequena Karem (1966), na TV Excelsior. Mas a atriz não se deu bem com o formato, e pediu para sair da trama antes do final. Ela ainda faria outra novela na Exelsior alguns anos depois, A Mansão dos Vampiros (1970), ultima produção da emissora.



Em 1971 Tereza Rachel ganhou o prêmio Molière por seu desempenho na peça A Mãe. Neste mesmo ano fundou em Copacabana o Teatro Tereza Rachel, que apresentou diversas produções importantes do teatro brasileiro.



De volta a Tupi, fez uma participação em Jerônimo, o Herói do Sertão (1972), como Maria Homem, a sofrida mãe do mocinho, interpretado por Francisco di Franco.


Tereza Rachel em Jerônimo, O Herói do Sertão

Em 1973 ela retornou ao cinema, interpretando Brigitte em Amante Muito Louca (1973), de Denoy de Oliveira. O filme é considerado um dos melhores trabalhos cinematográficos de sua carreira, e lhe rendeu o Prêmio Coruja de Ouro do Cinema Nacional e o Kikito de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Gramado.


Tereza Rachel e Jô Soares em Amante Muito Louca


Tereza Rachel agraciada no Festival de Gramado


Nas telas do cinema, ela ainda imprimiu seu talento em Feminino Plural (1976), Revólver de Brinquedo (1977), A Volta do Filho Pródigo (1978), Águia na Cabeça (1984) e Pedro Mico (1985).

Em 1974 Tereza Rachel foi contratada pela Rede Globo, onde fez diversas novelas. A primeira delas foi O Rebú (1974). Na emissora, atuou em muitas produções como O Grito (1975), Marron Glacê (1979), Baila Comigo (1981), Paraíso (1982) e Louco Amor (1983).


Tereza Rachel e Rodrigo Santiago em O Rebú

Um grande papel na carreira da atriz, feito na televisão, foi a da socialite Clô Hayalla, no sucesso O Astro (1978). Durante as filmagens desta novela, Tereza Rachel sofreu um grave acidente de carro, e teve que se afastar por um período das gravações.


Tereza Rachel e Rubens de Falco em O Astro

Tereza interpretou a Princesa Isabel em duas minisséries na emissora, Abolição (1988) e República (1989), mas foi como outra nobre que deixou a sua marca na televisão.

A atriz esteve inesquecível como a Rainha Valentine de Que Rei Sou Eu? (1989), um grande marco da televisão brasileira. Na novela, Tereza interpretava a filha de Dercy Gonçalves.

Que Rei Sou Eu? rendeu a atriz um Troféu Imprensa.


Carlos Kroeber, Tereza Rachel e Odilon Wagner em Abolição


Tereza Rachel em Que Rei Sou Eu?





Após alguns anos afastada da televisão, retornou as novelas em outro sucesso, A Próxima Vítima (1995), onde interpretou Francesca Ferreto. 

Aracy Balabanian e Tereza Rachel em A Próxima Vítima

Tereza Rachel ainda viveu a vilã Bertha em Era Uma Vez... (1998) e depois fez participações especiais nas novelas Caras e Bocas (2009) e Babilônia (2015), seu último trabalho como atriz.

Tereza Rachel morreu aos 80 anos, em 02 de abril de 2016, após longo período de internação no Hospital São Lucas, em Copacabana, onde esteve desde 30 de dezembro de 2015, vítima de complicações no intestino. Foi sepultada no dia seguinte, no Cemitério Comunal Israelita de Nilópolis.

A atriz foi casada com o empresário italiano De La Sierra (1959-1963) e com o cineasta Ipojuca Pontes (1977-1993).


Tereza Rachel em Era Uma Vez...

Tereza Rachel (ao centro) em Caras e Bocas






Relembre os artistas, que como Tereza Rachel, faleceram em 2016




Leia também:  Veja também: Tributo à atriz Cacilda Becker


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1 Comentários

  1. Parabéns pela postagem. Excelente. Tereza Rachel era maravilhosa. Simplesmente genial!!!

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