Em
1984 o SBT apresentou ao Brasil a série mexicana Chaves. Logo as
aventuras do menino Chaves do 8 tornou-se um grande sucesso na
televisão brasileira. O público se encantou com Chaves e sua turma,
composta por Quico, Dona Florinda, Dona Clotilde (A Bruxa do 71),
Professor Girafales, Seu Barriga, Seu Madruga e sua filha, a endiabrada
Chiquinha, personagem de María Antonieta de Las Nieves.
Produzida
pela Televisa, Chaves, a série surgiu em 1972 e tinha Roberto Gómez
Bolaños como protagonista e produtor. María Antonieta de Las Nieves, era
a mais jovem integrante do elenco, com apenas 22 anos de idade. Mas já
era uma veterana do cinema mexicano quando ingressou na série.
A jovem María Antonieta de Las Nieves
María
Antonieta Gómez Rodríguez de Fernández nasceu na Cidade do México, em
22 de dezembro de 1950, e aos sete anos de idade estreou no cinema em El
Caudillo (1957).
María Antonieta de Las Nieves, quando criança
Pioneira
da televisão, ela atuou na novela Senda Prohibida (1958), a primeira
telenovela feita no México. No mesmo ano ela atuou no filme Aventuras do
Pequeno Polegar (Pulgarcito, 1958).
Ela retornou ao
cinema em El Tiro de Gracia (1961). Nesta época tornou-se uma das mais
atuantes dubladoras do México. Em seu país, María Antonieta de Las
Nieves emprestou a voz para diversas atrizes e personagens de filmes,
desenhos e séries de televisão.
Ela era a dubladora de
Shirley Temple e de Judy Garland (inclusive em O Mágico de Oz). No
cinema também dublou Peter Ostrum (em A Fantástica Fábrica de
Chocolates). Em desenhos, emprestou sua voz aos personagens Bambam e
Pedrita (em Os Flintstones), o Hajid em Johnny Quest e a Marcie (de
Snoopy). Na televisão, dublou a Thabata de A Feiticeira (papel de Erin Murphy), o Eddie Monstro (Butch Patrick), Batgirl (Yvonne Craig) e a
Vandinha Addams (Lisa Loring). Após muitos anos afastada deste ofício,
ela voltou a dublar a animação Detona Ralph (Wreck-It Ralph, 2012), e sua continuação.
María Antonieta de Las Nieves em Detona Ralph
Ela continuou atuando no cinema, aparecendo inclusive em Duelo Indio (1961) e Enterrado Vivo (1961), continuações de El Tiro de Gracia. No mesmo ano trabalhou na novela La Leona (1961).
Em 1966 ela atuou na comédia Un Novio para dos Hermanas (1966), onde atuou pela primeira vez ao lado da atriz Angelines Fernández, que mais tarde viveria a "bruxa do 71". Na internet circulam inúmeras biografias falsas sobre Angelines, e constantemente fotos da mexicana Maria Felix e da espanhola Sarita Montiel são atribuidas, erroneamente, a Angelines na juventude.
Angelines Fernández e Pilar Bayona em Un Novio para dos Hermanas
María Antonieta de Las Nieves em Un Novio para dos Hermanas
Em 1968 ela dubou a atriz Silvia Pinal em El amor de María Isabel (1968), e ganhou um papel na sequência El Amor de María Isabel (1970). Neste mesmo ano ela ingressou no elenco da série Chespirito, onde interpretou pela primeira vez a personagem Chiquinha (La Chilindrina, em espanhol).
Logo ela também ingressou no elenco dos programas Chaves, Chapolin e demais comédias produzidas por Bolaños. Em 1974 ela deixou o grupo para apresentar o programa infantil Pampa Pipiltzin.
María Antonieta de Las Nieves e Julio Lucena em Pampa Pipiltzin
Mas em 1975 ela regressou ao elenco da série. Durante sua ausência, foi dito que Chiquinha havia ido morar com umas tias ricas do interior, no Brasil, a dublagem informava que ela havia ido morar em Presidente Prudente.
Com a saída de Ramón Valdéz da série, ela passou a interpretar também a sua bisavó, Dona Neves, que passou a ser a guardiã da menina Chiquinha.
Chiquinha retornando à vila, após deixar o programa por um tempo
A atriz então permanceu no elenco até o final da série, e permanece trabalhando com Roberto Gómez Bolaños até 1991, fazendo a personagem Marujinha na série Chespirito (com o personagem Chaveco).
Com Bolaños ela faria diversos filmes, como El Chanfle (1979), El Chanfle II (1982), Don Ráton y Don Ratero (1983) e Charrito (1984). Neste período ela ainda fez o filme Secuestro en Acapulco (1983) e El Mas Valiente del Mundo (1986), este último ao lado dos antigos colegas Edgar Vivar (Seu Barriga) e Ramón Valdés, que interpretou seu pai, o Seu Madrugada. Em 1990 ela interpretou uma freira em Sor Batalla (1990), ao lado de Angelines Fernández.
Angelines Fernández e María Antonieta de Las Nieves em Sor Batalla
Em 1994 ela apresentou seu próprio programa, Aquí está la Chilindrina, que durou apenas 20 episódios, mas foi reprisado por cinco anos no México. Por causa deste programa, Bolanõs a processou, por ser detentor dos direitos autorais da personagem. No mesmo ano ela fez o filme La Chilindrina en Apuros (1994)
Após anos de disputas e relações cortadas, ela conseguiu enfim registrar os direitos da Chiquinha, que lhe garantiram dar continuidade em apresentações como tal. A atriz chegou a ter um circo onde se apresentava como Chiquinha, por diversos países da América Latina.
Em 2005 ela retornou as novelas, interpretando Antonieta de Monraz na novela Sueños y caramelos, produzida pela Televisa. Também atuou nas novelas Dame Chocolate (2007) e Amar de Nuevo (2011).
María Antonieta de Las Nieves em Sueños y caramelos
Atualmente, a atriz reduziu seus trabalhos devido ao seu estado de saúde. María Antonieta de Las Nieves sofre de fibromialgia, e tem problemas com a diabetes, além de ter perdido parcialmente a audição e precisar usar aparelhos auditivos.
Em novembro de 2021 ela entrou para o Guinnes Book, o Livro dos Recordes, como a artista que interpretou o mesmo personagem por mais tempo, na época eram 48 anos e 261 interpretando a eterna Chiquinha.
María Antonieta de Las Nieves atualmente
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3 Comentários
.muito bom
ResponderExcluirMuito bom saber mais sobre a Maria Antonieta.
ResponderExcluirParabéns e obrigada pelo texto
Caramba, não sabia da versatilidade desta grande atriz. Obrigado por todas as informações contidas no site.
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