Otelo Zeloni ficou famoso no Brasil como o patriarca da Família Trapo (1967-197), um dos seriados brasileiros mais bem sucedidos na história da nossa televisão. Mas Zeloni já era um veterano do humor quando o programa foi ao ar, na TV Record.
Otelo Zeloni nasceu na Itália, em Roma, em 26 de novembro de 1921. Ao 21 anos foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial, pelo exercito italiano, onde virou piloto aviador. Reza a lenda que ele sobreviveu a dois acidentes aéreos, e fugiu do front na garupa de uma moto, em 1943.
Após desertar, Zeloni migrou para a Argentina, e ao fim da Guerra encontrou alguns colegas italianos, agora trabalhando como pilotos de voos comerciais internacionais. Ele encomendava os maiores sucessos do cinema da Itália para os colegas, e distribuía para os cinemas locais. O negócio fez tanto sucesso que ele começou a vir vender os filmes também no Brasil, e acabou ficando no país.
No Brasil, seus contatos como distribuidor cinematográfico levaram Zeloni para o rádio, onde começou a trabalhar como rádio-ator. Posteriormente migrou para o teatro de revista, atuando como comediante em grandes companhias teatrais. Seu jeito bonachão e o forte sotaque italiano eram sua marca registrada.
Em 1950 estreou no cinema no filme Suzana e o Presidente (1950), e foi um dos maiores coadjuvantes do cinema brasileiro na década de 1950, atuando nos filmes É Proibido Beijar (1954), A Doutora é Muito Viva (1956), Com Água na Boca (1956), De Pernas Pro Ar (1957), A Baronesa Transivada (1957) e Cala Boca Etelvina (1958).
Em 1955 estreou na televisão atuando na série Quem Bate? (1955), o programa humorístico da TV Record era uma paródia do norte-americano Combate, estrelado por Vic Morrow, que fazia muito sucesso por aqui.
Em 1957, também na televisão, Zeloni protagonizou outra série, Pequeno Mundo de D. Camilo (1957), onde interpretava um padre. A série fez um enorme sucesso, e fez do ator um astro do primeiro time.
O sucesso da série deu melhores papéis no cinema para o ator, que atuou na produção luso-brasileira O Cantor e a Bailarina (1960), Marido de Mulher Boa (1960), Por Um Céu de Liberdade (1961) e Três Colegas de Batina (1962). Em 1965 fez um raro papel sério no clássico São Paulo, Sociedade Anônima (1965).
Em 1963 também fez um enorme sucesso no teatro, ao estrelar a peça Os Ossos do Barão.
Com Renata Fronzi e Jô Soares, protagonizou Papai Trapalhão no cinema (1968). Eles também fazia parte do elenco de Família Trapo. E com Ronald Golias, outro colega da série, fez Golias Contra o Homem das Bolinhas (1969).
No cinema ainda brilhou em 2000 Anos de Confusão (1969), Beto Rockfeller (1970), A Arte de Amar Bem (1970), Roberto Carlos 300 Quilômetros por Hora (1971), Lua-de-Mel e Amendoim (1971), Como Ganhar na Loteria Sem Perder a Esportiva (1971).
Em 1972 retornou a Tupi, onde protagonizou Dom Camilo e os Cabeludos (1972), ao lado de Terezinha Sodré. A série retomava seu personagem famoso, criado em 1957. No mesmo ano, na emissora, apresentou o programa Forno e Fogão, tornando-se o primeiro apresentador masculino de um programa de culinária na televisão brasileira. Além de cozinhar, Zeloni entrevistava convidados, que recebiam o "garfo de ouro"
1 Comentários
Uma perda prematura
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