Por Diego Nunes
A talentosa Jean Hagen curiosamente ficou famosa como a sem talento e mimada Lina Lamont, a estrela de cinema cuja voz estridente não é adequada para o recém chegado cinema falado no clássico Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, 1952). Numa daquelas ironias da vida, ela dublou a atriz Debbie Reynolds em Cantando na Chuva, cuja personagem no filme justamente dublava a personagem de Hagen.
Jean Shirley Verhagen nasceu em 03 de agosto de 1923, em Chicago, Illinois. Quando começou a atuar Jean encurtou seu sobrenome para Hagen, e estudou teatro na universidade, onde foi colega de quarto da atriz Patricia Neal.
Sua carreira começou no rádio, na década de 1940. Ela também trabalhou na Broadway, onde chamou a atenção dos diretores Ben Hecht e Charles MacArthur, que começaram a escrever para ela. Seu sucesso nos palcos chamou a atenção da MGM, que lhe ofereceu um contrato.
A estreia de Jean Hagen no cinema foi como uma femme fatale cômica em A Costela de Adão (Adam's Rib, 1949), uma comédia estrelada pela dupla Katherine Hepburn e Spencer Tracy.
Ela também teve papéis de coadjuvante em Armadilha (Ambush, 1950) e Pecado Sem Mácula (Side Street, 1950). Ainda em 1950 a atriz foi protagonista de O Segredo das Joias (The Asphalt Jungle, 1950), que infelizmente para Hagen acabou ficando mais famoso por ser o primeiro trabalho de Marilyn Monroe no cinema, fazendo com que as pessoas esqueçam o seu protagonismo.
Em seguida ela coadjuvou Lana Turner em Perdidamente Tua (A Life of Her Own, 1950), e também atuou em Veneração (Night Into Morning, 1950), No Questions Asked (1951) e A Chuva me Tortura (Shadow in the Sky, 1952).
Em 1947 ela havia se casado com o ator Tom Seidel, com quem teve dois filhos. Hagen inclusive estava grávida quando fez o seu papel mais famoso, o da atriz Lina Lamount em Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, 1952), que lhe valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.
Jean Haen fazia uma atriz com uma voz estridente e engraçada, cuja carreira estava com os dias contados com a chegada do cinema falado.
O filme fez um enorme sucesso, e hoje é considerado um dos maiores clássicos da história do cinema. Infelimente, o retumbante sucesso prejudicou sua carreira, pois muitos produtores acreditaram que aquela era mesmo a voz de Hagen, e os convites começaram a cessar.
Ela ainda atuou em Dupla Redenção (Carbine Williams, 1952), Meu Amor Brasileiro (Latin Lovers, 1953) e Quase Herói (Half Hero, 1953).
Sem muitas oportunidades no cinema, ela passou a trabalhar na televisão, interpretando a esposa de Danny Thomas no The Danny Thomas Show (1953-1956), papel que lhe rendeu três indicações ao Emmy. Mas após três temporadas, ela pediu para deixar o programa, e foi substituída pela atriz Marjorie Lord.
Jean Hagen começou a ter diversos problemas de saúde, o que fez sua carreira diminuir ainda mais. Deprimida, ela começou a beber, fazendo com que seu marido pedisse o divórcio (em 1965), e tirasse dela a guarda de seus filhos.
No cinema, a atriz atuaria ainda em A Grande Chantagem (The Big Knife, 1955), O Amor Chegou A Primavera (Spring Reunion, 1956), Felpudo, o Cão Feiticeiro (The Shaggy Dog, 1959), Dez Passos Imortais (Sunrise at Campobello, 1960), Pânico no Ano Zero (Panic in Year Zero!, 1962) e Alguém Morreu em Meu Lugar (Dead Ringer, 1964), além de aparecer em alguns programas de televisão.
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2 Comentários
Olá. O nome correto do protagonista no filme "O Segredo das Jóias" é Sterling Hayden, e não Sterling Howard, como foi descrito no texto. Parabéns pelo post.
ResponderExcluirÉ verdade, me enganei. Já corrigi.
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