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Anouk Aimée morre aos 92 anos de idade



A atriz Anouk Aimée morreu no dia 18 de junho, aos 92 anos de idade. A morte foi confirmada por sua filha.

Estrela de Um Homem, Uma Mulher (Un Homme et une Femme, 1966), grande sucesso de Claude Lelouch, Annouk Aimée é uma estrela francesa cujo talento transcendeu as fronteiras, e fez dela umas das poucas atrizes indicadas ao Oscar por um filme falado em francês.




Nicole Françoise Florence Dreyfus nasceu em Paris, França, em 27 de abril de 1932. Ela é filha da atriz Geneviève Sorya e do ator Henry Murray. Na juventude, ela estudou dança na Ópera de Marselha, e depois fez teatro na Inglaterra.

Ela estreia no cinema aos 15 anos de idade, atuando em La Maison Sous La Mer (1947), onde interpretou a personagem Anouk. Ela gostou tanto do nome, que o adotou artisticamente.


Anouk Aimee em sua estreia no cinema

Dois anos depois, e com dois filmes no currículo, Jacques Prévet escreveu o roteiro de Os Amantes de Verona (Les Amants de Vérone, 1949), para ela. O filme era uma versão de Romeu e Julieta, e vivia a jovem e trágica Capuleto. Foi Prévet quem sugeriu que ela adotasse o sobrenome Aimée (amada, em francês).


Anouk Aimee e Serge Reggiani em Os Amantes de Verona

Anouk seguiu atuando em diversas produções francesas, que cada vez mais aumentavam sua fama de atriz. Entre seus filmes notáveis da época estão Le Rideau Cramoisi (1952), As Mulheres dos Outros (Pot Bouille, 1957), Os Amantes de Montparnasse (Les Amants de Montparnasse, 1958) e La Tête Contre Les Murs (1959).

Em 1960 ela se tornou uma estrela famosa internacionalmente, após atuar em A Doce Vida (La Dolce Vita, 1960), de Federico Fellini. Com o diretor, ela ainda atuaria em (Idem, 1963).


Anouk Aimée e Marcello Mastoianni em A Doce Vida


O filme Lola, a Flor Proibida (Lola, 1961), de Jacques Demy, também fez um enorme sucesso e ajudou a firmar seu nome como uma estrela do cinema mundial.




Mas sua consagração veio com o enorme sucesso de Um Homem, Uma Mulher (Un Homme et une Femme, 1966), dirigido por Claude Lelouch. Anouk contracenava com Jean-Louis Trintignant e com o compositor e ator Pierre Barouh, com quem ela se casou em 1966.


Pierre Barouh e Anouk Aimée em Um Homem, Uma Mulher


 Jean-Louis Trintignant e Anouk Aimée em Um Homem, Uma Mulher

O filme foi o grande vencedor do Festival de Cannes e recebeu diversos prêmios internacionais, também ganhou quatro indicações ao Oscar, incluindo uma de Melhor Atriz para Anouk Aimée.

Anouk atuou em O Segredo Íntimo de Lola (Model Shop, 1969) de Jacques Demmy, e conquistou Hollywood atuando em Justine (Idem, 1969) de George Cuckor e O Encontro (The Appointment, 1969), de Sidney Lumet.


Omar Sharif e Anouk Aimée em O Encontro


Anouk Aimée no cartaz de Justine

Separada de Barouh em 1970, Anouk se casou (pela quarta vez), com o ator Albert Finney. Eles ficaram juntos até 1978.


Anouk Aimée e Albert Finney

Apesar do estrondoso sucesso, a atriz ficou alguns anos longe das telas, só retornando na produção americana Crime e Paixão (Hustle, 1975), um filme estrelado por Burt Reynolds. Anouk só fazia uma participação especial na obra estrelada por outra estrela francesa, Catherine Deneuve.

Deneuve e Aimée atuaram juntas em Se Tivesse Que Refazer Tudo (Si C'ètait à Refaire, 1976), de Claude Lelouch.


Catherine Deneuve e Anouk Aimée em Se Tivesse Que Refazer Tudo

Ela então desacelerou seus trabalhos no cinema, mas fez papéis notáveis em filmes como A Tragédia de Um Homem Ridículo (La Tragedia di un Uomo Ridicolo, 1981), de Bernardo Bertolucci.

Em 1984 foi anunciado que ela atuaria em La Brava, ao lado de Dustin Hoffman, mas o projeto nunca foi concluído. E Robert Altman queria Aimée em Lago Lugano, sobre uma sobrevivente do holocausto, mas foi outro projeto que não saiu do papel. 

Em 1986 Aimée reencontrou Lelouch e Trintignant no nostálgico Um Homem, Uma Mulher: 20 Anos Depois (Un Homme et Une Femme, 20 ans Déjà, 1986), que voltavam aos seus papéis mais famosos, duas décadas após o enorme sucessos.


Anouk Aimée e Jean Louis Trintignant em Um Homem, Uma Mulher: 20 Anos Depois


Finalmente trabalhando com Robert Altman, ela fez parte do elenco estrelar de Prêt-à-Porter (Idem, 1994). No ano seguinte, fez As Cento e Uma Noites (Les Cent et Une Nuits de Simon Cinéma, 1995), de Agnés Varda.

Em 1995 a revista inglesa Empire, dedicada ao cinema, elegeu Aimée como  "uma das cem estrelas mais sexys da história do cinema".


Rossy de Palma e Anouk Aimée em Prêt-à-Porter

Atuando com mais intensidade a partir do final da década de 1990, a atriz tem aparecido principalmente em produções francesas, inclusive na televisão do país. Entre seus filmes também estão Absolutamente Los Angeles (L.A. Without a Map, 1998), E Viveram Felizes Para Sempre (Is Se Marièrent et eurent Beaucoup d'enfants, 2004), e Esses Amores (Ces Amours-Là, 2010), novamente dirigida por Lelouch.

Também fez participação especial no filme norte-americano Mais Estranho que a Ficção (Stranger Than Fiction, 2006);

Seus trabalhos mais recentes no cinema são Amor Plus Size (Mince Alors!, 2012) e no belo Os Melhores Anos de Uma Vida (Les Plues Belles Années d'une Vie, 2019), onde ela e Jean Louis Trintignant repetem seus papéis de Um Homem, Uma Mulher, agora maduros, e sob direção de Claude Lelouch.




Anouk Aimée e Jean Louis Trintignant  em Os Melhores Anos de Uma Vida


Claude Lelouch, Anouk Aimée e Jean Louis Trintignant  em 2019

Em 2002, Anouk Aimée recebeu um César honorário, o prêmio nacional de cinema da França, e em 2003 recebeu um Urso de Ouro honorário no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
No final de 2013, o festival de cinema em Montreal, Canadá, prestou homenagem à carreira de Aimée. Aimée foi casada e divorciada quatro vezes: Edouard Zimmermann (1949-1950), com o diretor Nico Papatakis (1951-1954), o ator e produtor musical Pierre Barouh (1966-1969) e ator Albert Finney (1970-1978). A atriz tem uma filha, Manuela Papatakis (nascida em 1951), de seu segundo casamento.




A atriz Manuela Papatakis, filha de Anouk Aimée


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