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A bela e trágica Capucine, a super modelo que encantou Hollywood


Considerada uma das mais belas mulheres da Europa de seu tempo, Capucine tornou-se uma das mais requisitadas modelos das casas de alta costura. Sua beleza, e talento, a acabou levando para Hollywood, onde deixou seu nome eternizado. 





Capucine era o nome de Germaine Hélène Iréne Lefebvre, nascida na França, em 06 de janeiro de 1928, embora muitas vezes ela tenha mudado sua idade dizendo ter nascido em 1931 ou 1933. 

Vinda de uma família abastada, ela falava diversos idiomas, e foi descoberta aos 17 anos de idade, enquanto passeava de carruagem pelas ruas de Paris. Um fotógrafo a viu, e a convidou para trabalhar como modelo, e logo ela já estava desfilando para casas como Channel, Givenchy e Dior, apesar dos inúmeros protestos de sua família, que era contra a carreira de modelo.

Certa vez, quando desfilava como modelo em um navio cruzeiro, ela dividiu a cabine com uma dançarina que se apresentava nos show promovidos pela embarcação. A jovem dançarina, de 17 anos de idade, era a futura estrela Brigitte Bardott.

Mas foi outra estrela de cinema que marcaria a vida de Capucine, a atriz Audrey Hepburn, que ela conheceu quando desfilava para Givenchy. Elas se tornaram amigas por toda a vida.



Capucine e Audrey Hepburn

Capucine, nos tempos de modelo

Em 1948 ela estreou no cinema, em um pequeno papel não creditado em Águia de Duas Cabeças (L'Aingle à Deux Têtes, 1948), de Jean Cocteau. Nos anos seguintes, faria pequenas figurações em outras produções francesas, como Eterna Ilusão (Rendez-vous de Juillett, 1949), e teve um pouco  maiores papéis em Mademoiselle de Paris (1955) e Os Amores de Frou-Frou (Frou-Frou, 1955).

Em 1949, durante as filmagens de Eterna Ilusão, ela conheceu o ator Pierre Trabaud, com quem se casou em 1950. A união durou apenas 8 meses, e ela nunca mais se casou novamente.


Capucine e Robert Dhéry em Bertrand Coeur de Lion (1951)


Certo dia, em 1956, Capucine estava entediada em casa, e resolveu ir visitar os Estados Unidos, um país que ela ainda desconhecia. Ela acabou ficando por lá, onde também conseguiu trabalhos como modelo.

De acordo com a lenda, em 1957, enquanto tomava um café em Nova York, foi vista pelo ator John Wayne, que estava com o produtor Charles K. Feldman. Feldman se encantou com sua beleza (eles namoraram posteriormente), e a colocou sob contrato. Ele a levou para Hollywood, onde a modelo estudou atuação com Gregory Ratoff, e a colocou para ter aulas de inglês, para melhorar seu sotaque.

Capucine assinou um contrato de 7 anos com a Columbia, mas foi recusada em diversos testes. Ela enfim estreou em Hollywood no filme Sonho de Amor (Song Without End, 1960), uma cinebiografia do compositor Franz Liszt, que era interpretado por Dirk Bogarde.

Por seu primeiro filme feito nos Estados Unidos, a atriz recebeu sua única indicação ao Globo de Ouro de sua sua carreira.


Dirk Bogarde e Capucine em Sonho de Amor



Depois ela viveu uma prostituta francesa em um de seus filmes mais famosos, Fúria no Alaska (North to Alaska, 1960), uma produção feita por Charles Feldman especialmente para sua descoberta, que contracenava com John Wayne neste filme.

Dirigido por Henry Hathaway, o filme fez grande sucesso nas bilheterias.


Capucine e John Wayne em Fúria no Alaska


Ela então retornou para à Europa onde estrelou O Triunfo de Miguel Strogoff (Le Triomphe de Michel Strogoff, 1961), ao lado de Curd Jürgens. Depois voltou a Hollywood, onde teve o segundo papel feminino em Pelos Bairros do Vício (Walk on the Wild Side, 1962), que também foi produzido por Feldman.


Jane Fonda e Capucine em Pelos Bairros do Vício


Em 1962 a francesa estrelou O Leão (The Lion, 1962), ao lado de William Holden. Ela se apaixonou pelo ator durante as filmagens, e acabou o relacionamento com Charles Feldman, passando a namorar Holden.

Apesar disto, o produtor permaneceu amigo da estrela que havia lançando, e a colocou em diversos de seus próximos filmes.




Feldman até tentou colocar Capucine como Maria Madalena em uma grande produção, que nunca foi aprovada pelos estúdios.  Após o termino com o produtor, ela retornou para à Europa, passando a viver na Suíça a partir de 1962.

Foi então que o diretor Blake Edwards a escalou para atuar na comédia A Pantera Cor-de-Rosa (The Pink Panther, 1963), outro momento notável em sua carreira. Capucine interpretava a esposa do Inspetor Clouseau, vivido por Peter Sellers. O filme fez um grande sucesso.



Peter Sellers e Capucine em  A Pantera Cor-de-Rosa 


Em 1964 Capucine se reencontrou com William Holden em A Sétima Aurora (The 7th Dawn, 1964), que foi produzido por Feldman, mesmo com Capucine ainda namorando Holden, que era casado na época com a atriz Brenda Marshall.


William Holden e Capucine em A Sétima Aurora


Feldman a escalou novamente para outra bem sucedida comédia, Que é que Há, Gatinha? (Whats New Pussycat, 1966). Ele também a botou no elenco de As Rainhas (Le Fate, 1966) e Charada em Veneza (The Honey Pot, 1967). Todas as produções foram rodadas na Europa.

O produtor também anunciou que ela estaria no elenco de Cassino Royale (Idem, 1967), mas isto acabou não acontecendo.


Peter Sellers e Capucine em Que é Que Há, Gatinha?



Mas Charles K. Feldman morreu em maio de 1968, e a carreira da atriz nunca mais recuperou a antiga repercussão. O produtor deixou para ela, de herança, os direitos do livro Zandy, que ela vendeu anos mais tarde, e foi levado as telas com o nome de Hannah, a Esposa Comprada (Zandy's Bride, 1974). Foi Liv Ullman quem estrelou a produção.

Capucine continuou atuando na Europa, mas em produções menos relevantes. Ela foi uma das coadjuvantes em Satyricon de Fellini (Fellini - Satyricon, 1969), um de seus papéis mais relevantes após a morte de Feldman. 



Capucine em Satyricon de Fellini


A atriz não encontrava muita variedade de papéis, e confessou certa vez para uma revista italiana que adoraria fazer um papel mais dramático, e viver uma "mulher desgrenhada", mas que como havia sido modelo, os diretores só a chamavam para viver mulheres sofisticadas e elegantes.

Dirk Bogarde a sugeriu para o papel de mãe de Tadzio em Morte em Veneza (Morte a Veneza, 1971), mas Luchino Visconti recusou, dizendo "ela tem uma voz horrível e muitos dentes. Ela parece um cavalo, um belo cavalo, eu sei disso, mas eu não quero um cavalo".

Com Alain Delon, Toshiro Mifune e Charles Bronson, ela fez o western Sol Vermelho (Soleil Rouge, 1971), e contracenou com Jean-Paul Belmondo em O Incorrigível (L'Incorrigible, 1975). Também começou a rodar um filme com Richard Burton, mas a produção foi abandonada.


Charles Bronson e Capucine em Rio Vermelho


Em 1972 ela voltou aos Estados Unidos para gravar um episódio da série Controle Remoto (Search), o primeiro de muitos trabalhos que fez na televisão. Capucine esteve em diversas séries de TV europeias, mas eventualmente, esteve em programa norte-americanos como Casal 20 (Hart to Hart) e Assassinato Por Escrito (Murder She Wrote).


Stephanie Powers, Robert Wagner e Capucine nos bastidores de Casal 20


Na década de 1980 Capucine trabalhou em filmes e programas de televisão europeus, e esteve nas adaptações A Trilha da Pantera Cor-de-Rosa (Trail of the Pink Panther, 1981) e A Maldição da Pantera Cor-de-Rosa (Curse of the Pink Panther, 1983), ambas também dirigidas por Blake Edwards.


Robert Wagner, Capucine e David Niven em A Maldição da Pantera Cor-de-Rosa


E apesar de ter terminado há anos seu relacionamento com William Holden, foi amiga dele por toda a vida. Capucine se afastou romanticamente do ator após ver que ele nunca se divorciaria, e também porque estava incomodada com o alcoolismo de Holden, que se agravava cada dia mais. Mas em 1981, quando ele morreu, deixou um valor bem significativo para a atriz em seu testamento, que foi bastante noticiado na época.


Em 1989 ela começou a atuar na série alemã Blaues Blut, onde permaneceu até 1990.


Capucine em Blaues Blut



Mas a atriz estava cada vez mais reclusa. Ela morava em um apartamento na Suíça, e raramente saia de casa. Capucine era maníaca depressiva desde a juventude, e já havia tentado o suicídio diversas vezes ao longo da vida.

Isolada, ela não socializava mais, e seus vizinhos nem sabiam que moravam ao lado de uma antiga estrela da moda e de Hollywood. Era a amiga Audrey Hepburn quem a socorria nos momentos mais difíceis, e era uma das únicas pessoas que conseguia fazer Capucine sair de casa, se não fosse para trabalhar.



Capucine e Audrey Hepburn, em 1990


Em 17 de março de 1990, ela colocou seus três gatos para fora do quarto e fechou a porta, para que eles não corressem risco, e se jogo da janela de seu apartamento, pulando para a morte do oitavo andar. Amigos próximos revelaram que ela também estava sofrendo  de uma doença, cujo diagnóstico nunca se tornou público.

Capucine morreu com 62 anos de anos de idade.








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