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O drama de Susan Peters



Susan Peters foi uma das atrizes mais populares do começo da década de 40, em franca ascensão, a promissora atriz figurou importantes filmes, muitos deles como protagonista. Mas um acidente abalaria sua carreira (e sua vida).

Suzanne Carnaham, seu nome verdadeiro, nasceu em 03 de julho de 1923, em Spokane, Wahsington. Após se formar no colegial, onde estudou com o ator Jason Robards, Susan começou a estudar atuação com o diretor de teatro austríaco Max Reinhardt, e em 1940 assinou um contrato com a Warner Brothers.

Ela estreou no cinema como extra, no filme Uma Mulher Original (Susan and God, 1940). Em seu primeiro dia no estúdio, ela desmaiou diante das câmeras, de tão nervosa que ficou. O diretor George Cukor ficou sensibilizado com a garota, e passou a protegê-la.

 Após atuar como figurante em alguns filmes, teve um papel secundário em A Estrada de Santa Fé (Santa Fe Trail, 1940), estrelado por Olivia de Havilland e Errol Flynn.

Olivia de Havilland e Susan Peters em A Estrada de Santa Fé

Susan ainda se revezou entre papéis secundários e figurações no estúdio. Após atuar em O Manda-Chuva (The Big Shot, 1942), um noir estrelado por Humprey Bogart, ela foi dispensada da Warner.

Em 1942 fez um filme na Metro Goldwyn Mayer, Alegre Solteirona (Tish, 1942). Nesta época, ela uma das atrizes que mais fazia testes em Hollywood. Durante as filmagens de Tish conheceu o ator Richard Quine, com quem atuaria ainda em O Assistente do Dr. Gillespie (Dr. Gillespie's New Assistant, 1942). Ele contraíram matrimônio  em novembro de 1943.

Richard Quine e Susan Peters

Ela agradou no papel, e o estúdio lhe ofereceu um contrato. Ela ganhou um papel importante em Na Noite do Passado (Random Harvest, 1942), que lhe valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. 

Susan Peters e Ronald Colman em Na Noite do Passado

A atriz então tornou-se protagonista de muitos filmes na MGM, incluindo a comédia romântica Cuidado com Mamãe! (Young Ideas, 1943), e em vários filmes de guerra como Encontro com o Perigo (Assignment in Brittany, 1943), Canção da Rússia (Song of Russia, 1944) e Éramos Três Mulheres (Keep Your Powder Dry, 1945).

Larraine Day, Lana Turner e Susan Peters em Éramos Três Mulheres

No início de 1944 Peters foi eleita uma dez artistas elevadas da categoria destaque para estrela oficial da MGM, os outros eram: Esther Williams, Laraine Day, Kathryn Grayson, Van Johnson, Margaret O'Brien, Gina Simms, Robert Walker, Gene Kelly e George Murphy.

No primeiro dia do ano de 1945, Susan e Quine, junto com um casal de amigos estavam caçando patos nas montanhas de Cuyamaca, perto de San Diego. A atriz abaixou-se para pegar um rifle, que disparou acidentalmente, ferindo sua medula espinhal. Ela foi levada ao hospital mais próximo e passou por uma cirurgia de emergência, mas perdeu os movimentos da cintura para baixo, ficando em uma cadeira de rodas. Sua mãe ficou o tempo todo ao seu lado no hospital, mas acabou falecendo no final de 1945, o que deixou Susan Peters ainda mais deprimida.

A MGM pagou suas despesas médicas e a manteve sob contrato, pagando-lhe um salário de cem dólares por semana. O estúdio enviava roteiros para a Susan, que recusou todos eles, por não querer interpretar mulheres deficientes doces como a Pollyanna. Em 1947 ela pediu para ser dispensada do estúdio, que aceitou sem cobrar a multa contratual.

Em 1946 ela e Quina adotaram uma criança, Timothy Richard. Neste mesmo ano ela fez sua primeira aparição pública em uma cadeira de rodas, indo ver Desi Arnaz, marido de sua amiga Lucille Ball, na Boate Ciro's

Susan Peters e Quine, no Ciro's

Lucille e Desi insistiram para ela continuar sua carreira cinematográfica, já que nesta época, a atriz dedicava-se apenas a atuações no rádio. Charles Brickford indicou que ela interpretasse o papel principal de um romance de Margaret Ferguson.

A Columbia resolveu levar o projeto adiante, filmando O Signo de Aires (The Sign of the Ram, 1948). Dirigida por John Sturges, Susan Peters retornou às telas, no papel de Leah St. Aubyn, uma mulher cadeirante que manipula todos ao seu redor. Mas a crítica não gostou do filme, apesar de louvar sua luta e força de Susan em voltar a atuar. Ao terminar as filmagens, ela pediu divórcio de Richard Quine, alegando ser um "fardo para ele".

Susan Peters, Alexander Knox e May Whitty em O Signo de Aires 

Após atuar em algumas produções teatrais, foi contratada pela NBC para estrela Miss Susan (1951), uma série de televisão sobre uma advogada confinada a sua cadeira de rodas. Susan gravou dois episódios durante cinco dias, e sua saúde começou a declinar, fazendo com que a série fosse cancelada.

Em Miss Susan

Nesta época ela estava noiva, mas seu novo namorado terminou o relacionamento entre eles. Ela foi morar com o irmão em uma fazenda de gado, em Grove, na Califórnia. Em profunda depressão, Susan Peters desenvolveu uma infecção renal crônica e uma pneumonia brônquica. Ela chegou a dizer para seu médico que "estava terrivelmente cansada, e que seria melhor que morresse."

A atriz então parou de comer e beber, o que acelerou o processo de sua morte. Susan Peters desistiu de viver, e enfim partiu em 23 de outubro de 1952, com apenas 31 anos de idade.




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