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Por Onde Anda? O Ator Val Kilmer


Val Kilmer foi um dos maiores astros de grandes sucessos de bilheterias nas décadas de 1980 e 1990, e chegou a ser um dos poucos atores agraciados com o cobiçado papel de Batman nas telas. Bonito e talentoso, foi aclamado pela crítica ao viver o cantor Jim Morrison em The Doors (1991), do cineasta Oliver Stone.



Val Edward Kilmer nasceu em Los Angeles, em 31 de dezembro de 1959. Desde criança ele sonhava em ser ator, tanto que ao descobrir que morava perto do lendário cowboy das telas Roy Rogers e sua esposa, a atriz Dale Evans, foi sozinho até a casa do antigo astro das telas pedir dicas de atuação.

Aos 15 anos idade ele se tornou o mais jovem membro a ser aceito na conceituada escola de teatro Juilliard, e no ensino médio estudou com Kevin Spacey e Mare Winningham, com quem namorou na época.


Val Kilmer e Kevin Spacey no anuário escolar

Kilmer já fazia publicidade desde os 13 anos de idade, e em 1981 estreou no teatro na peça How It All Started, que ele co-escreveu. Logo ele construiu um bem sucedida carreira nos palcos, tanto que recusou atuar em Vidas Sem Rumo (The Outsiders, 1983), de Francis Ford Coppola, devido a compromissos assumidos no teatro anteriormente.

Kilmer preferiu atuar na Broadway, na peça The Slab Boys, ao lado de Kevin Bacon e Sean Penn. No mesmo ano também publicou um livro de poesias, muitas delas inspiradas em Michelle Pfeffeir, com quem também havia trabalho anteriormente.

No ano seguinte ele estreou no cinema como o cantor e espião Nick Rivers na comédia Top Secret! Superconfidencial (Top Secret!, 1984), que fez um enorme sucesso nas bilheterias. Mas o ator odiou a experiência e o roteiro final, e apenas concluiu o filme porque não tinha condições de pagar a multa contratual.

Na época um disco de "Nick Rivers" com as canções do filme chegou a ser lançado.




Kilmer se tornou um astro instantâneo, e logo recebeu inúmeros convites para atuar no cinema. Mas ele preferiu recusar todos os papéis, para fazer um mochilão de um ano pela Europa. Entre os filmes que ele negou estão Duna (Dune, 1984) e Veludo Azul (Blue Velvet, 1986), ambos de David Lynch.

O ator voltou ao cinema em Academia de Gênios (Real Genius, 1985) e firmou sua carreira como o instrutor de voo Ice no grande sucesso Top Gun: Ases Indomáveis (Top Gun, 1986). Em seguida, o ator recusou outro papel importante, o de protagonista de Dirty Dancing: Ritmo Quente (Distry Dancing, 1987), por que não queria ser visto apenas como um ator bonito.


Val Kilmer e Tom Cruise em Top Gun: Ases Indomáveis


Era um papel coadjuvante, mas que ajudou a firmar seu nome definitivamente em Hollywood. Depois vieram alguns trabalhos na televisão, até que ele foi convidado para protagonizar a fantasia Willow: Na Terra da Magia (Willow, 1987).

Em Willow ele contracenava com a atriz Joanne Whalley, com quem se casou em fevereiro de 1988. Eles ficaram juntos até 1996, e tiveram 2 filhos.

Eles contracenariam juntos novamente no trabalho seguinte do ator, Mate-me Outra Vez (Kill me Again, 1989).


Val Kilmer e Joanne Whalley em Willow: Na Terra da Mágia


Em 1990 o aclamado diretor Oliver Stone começou a produção de The Doors (Idem, 1990), cine biografia do cantor Jim Morrison, vocalista da famosa banda que da título ao filme. Inicialmente Kilmer não gostou do roteiro e disse que não queria fazer um trabalho que promovesse o uso de drogas. O ator e o diretor conversaram e adaptaram a obra de forma que Kilmer se sentisse confortável em atuar. 

Ator dedicado, Val Kilmer decorou todas as letras das músicas do cantor, e fez shows tributo aos Doors se apresentando no palco. Originalmente ele dublaria as canções, mas seu desempenho impressionou tanto Paul Rothchild (antigo produtor da banda) que ele sugeriu ao diretor que usasse a própria voz do ator.


Val Kilmer e Jim Morrison




Os antigos músicos da banda ficaram impressionados com Val Kilmer cantando, embora não tenham gostado de como Morrison foi retratado no filme. O ator foi aclamado pela crítica, provando que além de um rosto bonito era um grande ator, mas curiosamente ele não foi indicado para nenhum grande prêmio pelo seu desempenho.

Mesmo assim Val Kilmer se firmou como um dos maiores astros da época e atuou em filmes bem sucedidos como Coração de Trovão (Thunderheart, 1992), O Grande Assalto (The Real McCoy, 1993) e Asas da Coragem (Wings of Courage, 1995). Em 1993 o diretor Tonny Scott, o mesmo de Top Gun, o convidou para interpretar Elvis Presley em Amor à Queima Roupa (True Romance, 1993), que tinha roteiro escrito por Quentin Tarantino. No mesmo ano, ele aprendeu a tocar piano para viver Doc Holliday em Tombstone: A Justiça Está Chegando (Tombstone, 1993), que tornou-se outro trabalho notável do ator.


Christian Slater e Val Kilmer em Amor à Queima Roupa


Val Kilmer em Tombstone: A Justiça Está Chegando


O diretor Joel Schumacher ficou impressionado com seu trabalho em Tombstone, e achou ele era perfeito para o papel de Batman, porém este posto pertencia a Michael Keaton na época. Mas em julho de 1994 Keaton decidiu que não queria continuar na franquia, e Val Kilmer foi escalado pelo diretor.

Batman Eternamente (Batman Forever, 1995) foi um grande sucesso de bilheterias, embora tenha recebido reações mistas da crítica especializada.  Porém, Bob Kane, um dos criadores de Batman, disse em entrevista que Val Kilmer havia sido o melhor ator a interpretar Batman até então.



Val Kilmer e Chris O'Donnell em Batman Eternamente


No mesmo ano o ator ainda fez Fogo Contra Fogo (Heat, 1995), onde contracenou com nomes com Al Pacino e Robert De Niro. O filme é considerado um dos melhores filmes policiais dos anos 1990.

Val Kilmer preferiu não repetir o papel de Batman, dizendo que o personagem estava sendo deixado de lado em detrimento a atenção dada aos vilões do filme, e acabou cedendo o papel para George Clooney. Também havia relatos de que o ator e o diretor Schumacher não tinham uma boa relação de trabalho, e por isto o ator preferiu não fazer o filme seguinte.

Kilmer então contracenou com o lendário Marlon Brando em A Ilha do Dr. Moreau (The Island of Dr. Moreau, 1996), que foi um grande fracasso de bilheteria. O ator e o diretor John Frankenheimer também não tiveram uma boa relação durante as filmagens, ao ponto de Frankenheimer jurar nunca mais trabalhar com Val Kilmer novamente.

O ator ficou com fama de ser uma pessoa difícil de se trabalhar, e aos poucos isto afetou o rumo de sua carreira.



Na década de 1990 ela ainda trabalhou bastante, em filmes que fizeram sucesso e outros que foram mal recebidos pelo público. Ele esteve no elenco de Mórbido Amor (Dead Girl, 1996), e ao lado de Michael Douglas estrelou A Sombra e a Escuridão (The Ghost and the Darkness, 1997). Ele retornou ao universo dos heróis como Simon Templar em O Santo (The Saint, 1997), que fez muito sucesso e dublou Moisés na animação O Príncipe do Egito (The Ghost and the Darkness, 1998). Também se saiu muito bem no romance À Primeira Vista (At First Sight, 1999). Interpretando um homem cego, anos mais tarde o ator declarou que este foi o trabalho mais difícil de realizar em sua carreira.



Michael Douglas e Val Kilmer em A Sombra e a Escuridão


Val Kilmer e Mira Sorvino em À Primeira Vista 



Em 2000 Val Kilmer atuou na super produção Planeta Vermelho (Red, 2000) e também teve um papel coadjuvante no intimista Pollock (Idem, 2000). Depois fez A Sombra de Um Homem (The Salton Sea, 2002), que já teve um lançamento limitado.



Val Kilmer em Planeta Vermelho


No mesmo ano, ao lado de Christian Slater (seu colega de Amor à Queima Roupa) fez o filme de baixo orçamento Dinheiro Sujo (Hard Cash, 2002), o primeiro de muitos de seus trabalhos que seriam lançados direto em DVD, sem gerar interesse das salas de exibição.

Entre seus trabalhos desta época estão Crimes em Wornderland (Wonderland, 2003), onde ele interpretou o ator pornô John Holmes, e Desaparecidas (The Missing, 2003), onde ele trabalhou novamente com Ron Howard, o mesmo diretor de Willow: Na Terra da Magia. Com David Mamet fez Spartan (Idem, 2004) e viveu Moisés em Os Dez Mandamentos: O Musical (The Ten Commandaments: The Musical, 2004).

Em 2004 ele também voltou a trabalhar com Oliver Stone em Alexandre (Alexander, 2004). O filme, que retratava a vida de Alexandre o Grande, era um projeto antigo do diretor, que havia pensando em Val Kilmer para protagonista, na década de 1990.

Apesar do grande orçamento e elenco de astros, Alexandre recebeu críticas ruins da imprensa.




Val Kilmer, Clin Farrell e Angelina Jolie em Alexandre


Kilmer também voltou ao teatro, atuando em The Postman Always Rings Twice, em Londres. E apesar de ter feitos muitos filme neste período, poucas produções receberam a atenção do público. Um destaque em sua carreira foi Déjà Vu (Deja Vu, 2006), que era estrelado por Denzel Washington. O filme foi um grande sucesso de bilheteria.


Denzel Washington e Val Kilmer em Déjà Vu


Em 2008 ele substituiu Will Arnett como a voz do carro Kit na nova versão de A Super Máquina (Knight Rider). Como no programa original, o ator que dublava a "super máquina" não era creditado na produção.

Também esteve no elenco de Vício Frenético (The Bad Lieutenant: Port of Call - New Orleans, 2009), de Werner Herzog e Ruas de Sangue (Streets of Blood, 2009), ao lado do rapper 50 Cents.


50 Cents e Val Kilmer em Ruas de Sangue 


Em 2011 ele finalmente teve a chance de trabalhar com Francis Ford Coppola em Virgínia (Twixt, 2011) e no ano seguinte recebeu uma indicação ao Grammy por um disco de declamações. Dono de uma bela voz, Kilmer também dublou a animação Aviões (Planes, 2013), da Disney.

Em 2015 o ator foi hospitalizado e seu agente declarou publicamente que Kilmer estava com um tumor. Ele logo correu para as redes sociais desmentir a declaração, negando novamente estar doente em 2016, quando seu amigo Michael Douglas declarou em uma entrevista que Val Kilmer estava com câncer.

Em abril de 2017, depois de desmentir diversos rumores que ele estava doente, o ator declarou ter experimentado "a cura do câncer". Mas em dezembro de 2017 finalmente ele revelou que lutava desde 2015 contra um câncer na garganta, e que havia sido submetido a quimioterapia e duas traqueotomias, o que afetou suas cordas vocais, e consequentemente sua voz.

Em 2019 ele fez uma participação especial em Jay & Silent Bob Reboot (2019), do diretor Kevin Smith. Ainda sem voz, o ator fez uma aparição silenciosa num personagem que parodiava Batman, papel que ele eternizara anos antes.

Apesar de um pouco sumido, ele nunca parou de atuar no cinema na verdade, embora seus novos trabalhos tenham tido pouca repercussão.


Val Kilmer em Jay & Silent Bob Reboot 


Em 2021 ele protagonizou o documentário biográfico Val (2021), onde fala de sua vida, carreira, declínio e doença. Com a voz ainda prejudicada (e usando um aparelho para falar), muitas vezes suas falas foram construídas através de inteligência artificial, que usou o arquivo sonoro deixado pelo ator ao longo dos anos.  

No documentário Kilmer conta que sua voz esta permanentemente afetada, e que apesar de curado da doença, só consegue se alimentar através de tubos, devido as sequelas deixadas em seu corpo. A obra está disponível no streaming da Amazon.


Val Kilmer atualmente




A mesma técnica de inteligência artificial foi usada para concluir as filmagens de Top Gun: Maverick (Idem, 2022).

Seus filhos, Mercedes e Jack Kilmer também são atores.





Jack e Mercedes Kilmer










Veja também: Quentin Tarantino Já Foi Figurante







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