Michelle Pfeiffer é uma das mais talentosas e prolíficas atrizes das décadas de 1980 e 1990, tendo atuado em alguns dos filmes mais lucrativos do período. A bela e aclamada atriz já recebeu três indicações ao Oscar, embora nunca tenha vencido nenhum.
Michelle Marie Pfeiffer nasceu em Santa Ana, Califórnia, em 29 de abril de 1958. Seu pai era técnico de ar condicionados, e sua mãe uma dona de casa, e suas duas irmãs mais novas Dedee Pfeiffer (nascida em 1964) e Lori Pfeiffer (nascida em 1965), também são atrizes.
Dedee e Lori Dedee Pfeiffer
Michelle terminou o ensino médio em 1976, e começou a trabalhar como caixa de supermercado, mas sua beleza chamava a atenção, e ela começou a participar de alguns concursos. Em 1978 ela foi eleita Miss Orange County, e acabou conseguiu uma vaga no Miss Califórnia, ficando em sexto lugar.
Michelle Pfeiffer no Miss Califórnia
Apesar de não ter vencido o concurso, ela chamou a atenção de produtores de televisão, que a convidaram para fazer uma participação na série A Ilha da Fantasia (Fantasy Island), em 1978.
Michelle Pfeiffer em A Ilha da Fantasia
No ano seguinte ela atuou em 12 episódios da série Delta House, e fez participações em outros seriados de sucesso, como CHiPs e Bad Cats. Ela estreou no cinema em The Hollywood Knights (1980). No mesmo ano fez Quando o Amor Renasce (Fallin in Love Again, 1980). E em 1981 esteve no elenco de Charlie Chan e a Rainha Dragão (Charlie Chan and the Curse of the Dragon Queen, 1981).
Michelle Pfeiffer emCharlie Chan e a Rainha Dragão
Nenhum dos filmes entretanto obteve sucesso de crítica ou bilheteria. Mas a atriz ganhou muita visibilidade ao estrelar um comercial do sabonete Lux, que era vinculado em mídias impressas e na televisão.
Considerada uma atriz ruim pela crítica, Michelle procurou cursos de interpretação, e teve aulas com a veterana Geraldine Page. Ela recebeu os primeiros elogios por sua atuação quando estrelou o telefilme As Crianças que Ninguém Queria (The Children Nobody Wanted, 1981).
No ano seguinte ela fez seu primeiro papel de protagonista, quando foi escolhida para estrelar Grease 2: Os Tempos da Brilhantina Voltaram (Grease 2, 1982), que não conseguiu repetir o sucesso do clássico de 1978.
Michelle Pfeiffer (de jaqueta vermelha) e Grease 2
O produtor Martin Bregman indicou Michelle para o diretor Brian De Palma, mas ele se recusou a testá-la para seu novo filme. De Palma alegou que havia assistido Grease 2, e havia detestado. Mas Bregman insistiu, e De Palma finalmente aceitou fazer uma audição, e acabou gostando da atriz, que foi escalada para viver a esposa troféu, viciada em cocaína em Scarface (Idem, 1983).
O filme foi considerado muito violento pela crítica, mas tornou-se um sucesso comercial, e hoje é cultuado por milhares de fãs.
Michelle Pfeiffer e Al Pacino em Scarface
Depois ela atuou na comédia Um Romance Muito Perigoso (Into the Night, 1985) e estrelou O Feitiço de Áquila (Ladyhawke, 1985), que hoje também é considerado cult.
O Feitiço de Áquila
Seus filmes seguintes foram Doce Liberdade (Sweet Liberty, 1986) e As Amazonas na Lua (Amazon Women on the Moon, 1987), que fizeram sucesso comercial, e ajudaram a firmar a sua carreira de atriz. Mas o estrelato veio após Michelle Pfeiffer atuar em As Bruxas de Eastwick (The Witches of Eastwick, 1987), ao lado de Susan Sarandon, Jack Nicholson e Cher. O filme fez um enorme sucesso nas bilheterias.
Cher, Susan Sarandon, Michelle Pfeiffer e Jack Nicholson em atuar em As Bruxas de Eastwick
Em 1988 ela estrelou Conspiração Tequila (Tequila Sunrise, 1988), ao lado de Mel Gibson e Kurt Russell. E usando uma peruca com cabelos escuros e encaracolados, ela atuou na comédia De Caso com a Máfia (Married to the Mob, 1988), de Jonathan Demme. Por este papel ela recebeu a primeira indicação ao Globo de Ouro, na categoria Melhor Atriz em Comédia ou Musical. Ela receberia outras cinco indicações consecutivas nos anos seguintes.
Jonathan Demme ficou impressionado com o talento de Michelle Pfeiffer e a indicou para o seu amigo Stephen Frears, que procurava uma atriz para contracenar com Glenn Close e John Malkovich em Ligações Perigosas (Dangerous Liaisons, 1989). Michelle deu vida a Madame Marie de Tourvel, uma moça virtuosa vítima de um jogo de sedução.
Seu desempenho foi aclamado pela crítica, e lhe rendeu um prêmio Bafta na Inglaterra. Ela também recebeu mais uma indicação ao Globo de Ouro e foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.
Glenn Close, John Malkovich e Michelle Pfeiffer em Ligações Perigosas
Pfeiffer recebeu sua segunda indicação ao Oscar no ano seguinte pelo papel de Susie Diamond, uma ex-garota de programa que se tornou cantora em Susie e os Baker Boys (The Fabulous Baker Boys, 1989). Michelle fez um intenso treinamento vocal para interpretar todas as canções, e ganhou um Globo de Ouro pelo papel.
Ela foi novamente indicada ao prêmio por seus desempenhos em A Casa da Rússia (The Russia House, 1990) e Frankie & Johnnie (Idem, 1991), onde novamente contracenou com Al Pacino.
Em 1992 ela assumiu um dos papéis mais icônicos de sua carreira, o de Selina Kyle / Mulher-Gato em Batman: O Retorno (Batman Returns, 1992), que foi dirigido por Tim Burton. O papel inicialmente era de Annette Bening, que teve que abandonar o projeto após descobrir que estava grávida. Annette temia que a apertada roupa de látex pudesse prejudicar a gestação.
Michelle Pfeiffer como Mulher Gato
Considerada um símbolo sexual, ela recusou o convite para estrelar Instinto Selvagem (Basic Instinct, 1992), que acabou sendo feito por Sharon Stone. Ela também recusou outro filme que acabou na mão de Stone, Cassino (Casino, 1995), que deu a atriz sua única indicação ao Oscar.
Em 1990, junto com Kate Guinzburg, Michelle fundou a produtora Via Rosa Productions. A atriz procurou produzir, e estrelar, filmes com personagens femininas fortes. O primeiro filme que elas produziram foi As Barreiras do Amor (Love Field, 1992), que rendeu a Michelle Pfeiffer sua terceira indicação ao Oscar. Ela também foi indicada a mais um Globo de Ouro, e recebeu o Urso de Prata de Melhor Atriz no 43º Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Michelle Pfeiffer em As Barreiras do Amor
Trabalhando sob direção de Martin Scorsese, ela atuou no drama A Época da Inocência (The Age of Innocence, 1993), onde contracenou com Daniel Day-Lewis e Winona Ryder. Por seu papel, ela recebeu o Prêmio Elvira Notari no Festival de Cinema de Veneza e uma indicação aoGlobo de Ouro de Melhor Atriz.
Em 1994 ela produziu Lobo (Wolf, 1994), onde novamente contracenou com Jack Nicholson. Na segunda metade da década de 1990, a atriz apareceu em muitos filmes. São eles: Mentes Perigosas (Dangerous Minds, 1995), Íntimo & Pessoal (Up Close & Personal, 1996), Para Gillian, no Seu Aniversário (To Gillian on Her 37th Birthday, 1996), Um Dia Especial (One Fine Day, 1996), Terras Perdidas (A Thousand Acres, 1997), Nas Profundezas do Mar Sem Fim (The Deep End of the Ocean, 1999), Sonho de Uma Noite de Verão (A Midsummer Night's Dream, 1999) e A História de Nós Dois (The Story of Us, 1999).
Ela também dublou a personagem Tzipporah em O Príncipe do Egito (The Prince of Egypt, 1998).
Michelle Pfeiffer e Robert Redford em Íntimo & Pessoal
Michelle Pfeiffer em Sonho de Uma Noite de Verão
Para Gillian, no Seu Aniversário tinha roteiro de David E. Kelley (o criador da série Ally McBeal), com quem Michelle Pfeiffer se casou em 1993. O casal teve dois filhos (uma delas, adotada em 1993), e permanecem juntos até hoje.
Antes disto, Michelle foi casada com o ator Peter Horton (entre 1981 e 1988).
David E. Kelly, Michelle Pfeiffer e os filhos do casal
Em 2000 Pfeiffer encerrou a sua produtora, e resolveu que atuaria menos no cinema, para ter mais tempo de qualidade com sua família. Ela ainda produziu Pecado Original (Original Sin, 2001), mas abriu mão do papel principal, que foi interpretado por Angelina Jolie.
A atriz não se aposentou de fato, mas fez menos filmes nos anos 2000, aparecendo em Revelação (What Lies Beneath, 2000), Uma Lição de Amor (I Am Sam, 2001), Deixe-me Viver (White Oleander, 2002), Nunca é Tarde Para Amar (I Could Never Be Your Woman, 2007), Hairspray: Em Busca da Fama (Hairspray, 2007) e Stardust: O Mistério da Estrela (Stardust, 2007). Os dois últimos marcaram seu retorno a super produções.
Anteriormente, ela recusou o papel da Bruxa Branca em As Crônicas de Nárnia: O Leão, A Bruxa e o Guarda-Roupas (The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe, 2005), que foi para Tilda Swinton.
Michelle Pfeiffer em Hairspray: Em Busca da Fama
Michelle Pfeiffer em Stardust: O Mistério da Estrela
No próximo filme de Pfeiffer, Chérie (Idem, 2009), ela voltou a trabalhar com o diretor Stephen Frears. O filme era adaptação de uma peça de Colette, escrito por Christopher Hampton (o mesmo de Ligações Perigosas). Pfeiffer interpretou o papel da velha cortesã aposentada Léa de Lonval. Chéri estreou no Festival Internacional de Cinema de Berlim de 2009 , onde recebeu uma indicação ao prêmio Urso de Ouro.
No mesmo ano também fez Por Amor (Personal Effects, 2009), com Ashton Kutcher.
Michelle Pfeiffeir em Chérie
Após dois anos sabáticos, ela retornou às telas em Noite de Ano Novo (New Year's Eve, 2011), e no ano seguinte Tim Burton a convidou para atuar na comédia dark Sombras da Noite (Dark Shadows, 2012). Ela ainda fez Bem Vindo à Vida (People Like Us, 2012) e A Família (The Family, 2013), de Luc Besson, antes de dar mais uma pausa em sua carreira.
Johnny Depp e Michelle Pfeiffer em Sombras da Noite
Michelle Pfeiffeer e Robert De Niro em A Família
Em 2017, após seus filhos irem para a faculdade, ela resolveu que era hora de voltar. Michelle Pfeiffer sentia que ainda queria estar nos filmes, e agora, com os filhos morando longe, poderia aceitar novos desafios.
Ela atuou no independente Where Is Kyra? (2017), que muitos críticos consideraram o melhor trabalho de sua carreira. Depois interpretou Ruth Madoff, a esposa de Bernie Madoff (um financista famoso por dar um grande golpe no mercado financeiro) em O Mago das Mentiras (The Wizard of Lies, 2017). Neste trabalho, voltou a contracenar com Robert De Niro. Produzido pela HBO, O Mago das Mentiras deu a atriz sua primeira indicação ao prêmio Emmy.
Michelle Pfeiffer e Ruth Madoff
Ainda em 2017 ela atuou no terror psicológico de Darren Aronofsky , Mãe! (Mother, 2017), e foi uma das muitas estrelas em Assassinato no Expresso Oriente (Murder on the Orient Express, 2017).
Michelle Pfeiffer em Mãe!
Com quase 60 anos de idade, ela fez sua estreia no universo Marvel, interpretando Janet van Dyne, a Mulher Vespa original em Homem-Formiga e a Vespa (Ant-Man and the Wasp, 2018), que era uma adaptação de histórias em quadrinhos (gênero que ela não interpretava desde Batman: O Retorno, do Universo DC Comics).
Ela repetiu o papel no grande sucesso de bilheterias Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, 2019), e está atuando em um novo filme, que deve ser lançado em 2022.
Michael Douglas e Michelle Pfeiffer em Homem-Formiga e a Vespa
Em 2019 ela atuou em Malévola: Dona do Mal (Maleficcent: Mistress of Evil, 2019), da Disney. No filme ela vive a vilã Rainha Ingrith, mãe da princesa Aurora (papel de Elle Fanning), além de contracenar com Angelina Jolie, que interpreta Malévola.
Michelle Pfeiffer, Angelia Jolie e Elle Fanning emMalévola: Dona do Mal
A atriz ainda fez a comédia de humor negro French Exit (2020), que lhe deu mais uma indicação ao Globo de Ouro. E interpretou a primeira dama Betty Ford minissérie The First Lady (2021). E em 2023 retornou a franquia Marcel na continuação Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (Ant-Man and the Wasp: Quantumania (20023).
Michelle Pfeiffer também é uma ativista dos direitos dos animais e pela preservação da natureza, tendo inclusive tornando-se vegana. Ela também é voluntária em diversas causas humanitárias, e incentivadora de pesquisas para o tratamento da leucemia e câncer, além de contribuir para a causa de crianças e pessoas em condições de vulnerabilidade.
Michelle Pfeiffer atualmente
Veja também: As Mais Belas Atrizes dos Anos 80, Antes e Depois
0 Comentários