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O breve Amilton Fernandes, o eterno Albertinho Limonta de O Direito de Nascer


A novela O Direito de Nascer (1964) foi um dos maiores sucessos da história da televisão brasileira. O consumo de água do país até diminuía cada vez que começavam os capítulos que mostravam o sofrimento de Mamãe Dolores.

Amilton Fernandes vivia Albertinho Limonta, o galã que parou o Brasil.



Amilton Fernandes nasceu em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 27 de abril de 1919. O pai de Amilton, José Fernandes, era um bem sucedido fazendeiro que morreu quando o ator ainda era muito jovem.

Amilton e os irmãos receberam de herança dinheiro suficiente para terminarem os seus estudos, mas aos nove anos de idade, o menino estreou como ator no teatrinho escolar. Surgia ai a vontade de se tornar artista, ao invés de virar doutor, como o pai queria.

Amilton fez teatro amador e até trabalho em circos, e em 1948 passou em um teste para ser locutor comercial em uma rádio pelotense. Em 1950 ele mudou-se para Porto Alegre, contratado para atuar nas Rádios Associadas da capital riograndense.

Amilton começou a atuar também como rádio ator na emissora, e fez seus primeiros trabalhos no teatro em Porto Alegre.

Amilton Fernandes em 1952

Em 1952 o ator foi eleito o mais bem vestido ator do rádio gaúcho, e foi convidado para estrelar o filme Encontrado na Noite, que apesar das filmagens iniciadas, não foi concluído.

Amilton Fernandes e Ione Bergamnn em Encontrado na Noite

Três anos depois, Amilton fez sua estreia no cinema, atuando em Agosto 13, Sexta-Feira (1955), filme do ciclo do cinema gaúcho. No ano seguinte, um antigo diretor da rádio gaúcha convitou Amilton Fernandes para trabalhar, como apresentador, na TV Itacolomi, em Belo Horizonte.

Foi na emissora mineira onde Amilton fez seus primeiros trabalhos como ator na TV.

Em 1958 J. Antônio D'Ávila o contratou para trabalhar na TV Tupi de São Paulo. Inicialmente, Amilton Fernandes foi contratado para apresentar o programa Ronda dos Bairros, ao lado de Julio Rosenberg.

Amilton Fernandes, ao microfone, com Julio Rosemberg, a direita

Amilton Fernandes no rádio

Contratado da rádio e televisão Tupi, Amilton estreou como radio ator em São Paulo, mas ainda em 1958 foi escalado para as novelas vespertinas (as 15:30 da tarde) da emissora, exibidas dentro do Programa Feminino. Seu primeiro trabalho em uma telenovela foi em A Viuvinha (1958).



Ainda em 1958, também atuou na novel Suspeita (1958), e participou de inúmeros teleteatros da TV Tupi. No mesmo ano, foi eleito o ator revelação da emissora devido ao sucesso dos seus trabalhos.

Amilton emendou papéis em Fim de Semana no Campo (1959), Doce Lar Teperman (1959), Adolescência (1959) e A Ponte de Waterloo (1959). Ao lado de Neide Alexandre, também estrelou o seriado O Príncipe e o Plebeu (1960).




Em 1960, junto com um elenco de estrelas da Tupi Paulista, Amilton Fernandes voltou para Porto Alegre, onde atuou na novela Uma Mulher de Outro Mundo (1960), na TV Piratini. Era uma produção regional, não exibida no resto do Brasil.


Elenco e equipe de Uma Mulher de Outro Mundo

De volta São Paulo, sua popularidade só aumentava, e ele atuou em outas novelas na Tupi, são elas A Noite Eterna (1962), A Estranha Clementine (1962), As Chaves do Reino (1963), Moulin Rouge - A Vida de Toulouse-Lutrec (1963), A Sublime Aventura (1963), Alma Cigana (1964), O Segredo de Laura (1964) e Quem Casa Com Maria? (1964).


Ana Rosa e Amilton Fernandes em Alma Cigana

Mas foi como o Albertinho Limonta de O Direito de Nascer (1964), que ele se tornou um grande astro. O elenco viaja por todo o país para divulgar a novela, e multidões se aglomeravam para ver o astro Amilton Fernandes.

O sucesso foi tanto, que Guy Loup, a mocinha da trama, mudou seu nome artístico para Isabel Cristina, o mesmo da personagem que interpretou na novela. Amilton e Guy protagonizaram diversas fotonovelas na época, e o ator chegou a gravar um disco em 1965, onde declamava poesias.



Isaura Bruno e Amilton Fernandes em O Direito de Nascer

Nathalia Timberg e Amilton Fernandes em O Direito de Nascer


Guy Loup (Isabel Cristina) e Amilton Fernandes em fotonovela





A novela era uma adaptação de um texto mexicano por Félix Caiget, e já havia sido adaptada para o rádio e cinema mexicano. O sucesso da novela brasileira rendeu ao ator Amilton Fernandes o convite para estrelar dois filmes no México, nos estúdios Pelmex, mas ele não teve tempo para iniciar sua carreira de galã no exterior.


El Derecho de Nacer (1952)

Amilton fez uma nova novela na Tupi, O Preço de Uma Vida (1965), e depois foi para a Rede Globo, onde atuou em O Sheik de Agadir (1966) e A Rainha Louca (1967).


Amilton Fernandes e Ana Rosa em O Preço de Uma Vida

Nívea Maria, Sérgio Cardoso e Amilton Fernandes em O Preço de Uma Vida



Henrique Martins, Yoná Magalhães e Amilton Fernandes em O Sheik de Agadir



No cinema, Amilton Fernandes ainda atuou em O Vendedor de Linguiças (1962), dirigido e estrelado por Mazzaropi. Sob direção de Geraldo Vietri, atuou em Quatro Brasileiros em Paris (1965), que tinha um elenco de astros da TV Tupi.

Seus outros filmes incluem As Cariocas (1966), Adorável Trapalhão (1967), Edu, Coração de Ouro (1968) e Juventude e Ternura (1968), que foi lançado após a sua morte.


Geni Prado, Amilton Fernandes e Mazzaropi em O Vendedor de Linguiças

Amilton Fernandes, Lisa Negri, Guy Loup e Sérgio Galvão em Quatro Brasileiros em Paris

Renato Aragão, Neide Aparecida e Amilton Fernandes em Adorável Trapalhão



No final de 1967 Amilton Fernandes foi escalado para viver o vilão da novela Sangue e Areia (1967), na Rede Globo. Mas em 29 de janeiro de 1968 ele sofreu um grave acidente de carro, e ficou 70 dias internados. O ator foi submetido a diversas cirurgias, mas como era hemofílico, não reagiu aos tratamentos.

Em 08 de abril de 1968 Amilton Fernandes não resistiu aos ferimentos, falecendo aos 48 anos de idade.

A novela foi reescrita, e seu personagem desapareceu da trama.

Amilton Fernandes em Sangue e Areia



Veja também: A História do Ator Sérgio Cardoso


Leia também:  Veja também: Tributo à atriz Cacilda Becker



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    5 Comentários

    1. Tenho a arte da fotografia, cinema, áudios como maravilhosos inventos entre outros. Eterniza para suavizar a saudade tão latente. Agradecida à sabedoria

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    2. Por que não fazem a reenquete dessa novela muito boa

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    3. Concordo plenamente contigo

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    4. Para mim,foi a 1° vez q vi televisão na vida, fiquei pasmo!!!,como as pessoas entravam ali,na caixa!!!!,fui entender mais ao longo de vida,o q era televisão, fenomenal!!! ,deviam repetir este fato

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    5. Tive o grande prazer de conhecer pessoalmente,a atriz Nathalia Timberg,na cidade de Santos em divulgação da novela.

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