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A cantora Denise Duran, irmã de Dolores


Dolores Duran, uma das mais importantes cantoras e pioneira compositora brasileira, partiu cedo demais. Em 24 de outubro de 1959, após um show na boate Little Club, foi vítima de um infarto fulminante, com apenas 29 anos de idade.

Sua breve, mas frutífera carreira, deixou composições marcantes, que fazem parte do repertório da música brasileira. Dolores chegou a aparecer cantando em dois filmes brasileiros, Quem Sabe, Sabe! (1956) e Rico Ri à Toa (1957) e em 1965, alguns anos após a sua morte, A Noite do Meu Bem, uma das canções mais famosas da cantora, foi interpretada pela espanhola Sarita Montiel no filme Samba (1965), rodado no Brasil.


Dolores Duram em Rico Ri à Toa

Sarita Montiel canta A Noite do Meu Bem

Outro legado deixado por Dolores, foi sua irmã, a também cantora Denise Duran, nome artístico de Irley Rocha, que nascida em 29 de julho de 1936, era seis anos mais nova de que a irmã.


Irley havia se formado como auxiliar de contabilidade, e trabalhava na secretária do serviço social da Puc do Rio de Janeiro, mas cantava em casa, como hobby.

Incentivada pelo maestro Ribarmar e pela cantora Marisa Gata Mansa, uma grande amiga da família, a jovem foi convencida a tentar a carreira no rádio. Irley fez testes, e foi aprovada, e recebeu de Marisa o nome artístico de Denise Duran. Com Marisa, ela gravaria o LP Canções e Saudades de Dolores.



Denise Duran recebeu boas críticas da imprensa especializada, e gravou outros discos, alguns em 78 RPM. Também assinou contrato com a Rádio Nacional, e fez uma temporada cantando na TV Rio, onde costumava levar a sobrinha, a pequena Fernanda (filha de Dolores), para ver a gravação dos programas infantis, enquanto cantava na emissora carioca.

Emilinha Borba, Denise Duran e Paulo Gracindo, na Rádio Nacional

Denise Duran e Nélson Gonçalves

Denise Duran cantando no programa Teve Disco, na TV Rio

Denise Duran, cantando

A cantora também tornou-se crooner na boate Djalma Ferreira, em São Paulo. Foi na capital paulista que ela conheceu o músico Dave Gordon, nascido na Guiana, mas radicado no Brasil. Denise e Dave casaram-se em 1962.

Denise Duran e Dave Gordon

O casal teve dois filhos, os também cantores Izzy e Dave Gordon. Após o nascimento dos filhos, Denise Duran deixou a carreira, mas voltou a cantar em 2005, incentivada por Izzy Gordon.

Izzy, cujo verdadeiro nome é Denise (nome artístico da mãe) nasceu em 1963. A cantora já recebeu elogios de grandes nomes da música internacional, como Quincy Jones, Paul McCartney e Bono Vox. Em 2008, dublou as cenas de canto de Maitê Proença no filme Onde Andará Dulce Veiga? (2008), de Guilherme de Almeida Prado.

Izzy Gordon e Bono Vox

Tony Gordon, nascido em 1966, é o filho mais novo de Denise. Em 2019 ele foi o grade vencedor do programa The Voice Brasil, que projetou o seu nome, embora o cantor já tivesse mais de 30 anos de carreira quando participou da edição. Ao sagrar-se campeão, Denise Duran, a mãe de Tony Gordon, subiu ao palco, emocionada, para cumprimentar o filho.

Denise Duran e Tony Gordon, no The Voice Brasil

Tony também é pai de William Gordon, da banda Jamz. Uma verdadeira "Família Dó-Re-Mi" brasileira. Os Gordon-Duran já se apresentaram juntos algumas vezes, e gravaram uma canção no DVD de Tony, lançado em em 2010.


Não costumo escrever aqui em primeira pessoa, mas vou abrir uma exceção. Nos meus anos de pesquisa cultural, tive o prazer de fazer muitos amigos no meio artístico. E Lela, como chamo carinhosamente Denise Duran, é uma amiga de longa data. Aliás, toda a família me é muito querida.

Pery Ribeiro, Denise Duran e eu, em 2009, ali atrás, o cantor Tony Gordon

Em 2015, quando lancei meu livro "Cá e Lá, o Intercâmbio Cinematográfico Entre o Brasil e Portugal", tive o prazer e a honra de ter Denise Duran cantando durante o evento.

Denise Duran e eu



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2 Comentários

  1. Excelente matéria Diego!!. Meu pai, Hamilton Martins, foi locutor de rádio, tendo trabalhado na Rádio Tamoio, no início dos Anos 50. Dentre tantos colegas, daquela época, ele conheceu a grande cantora Dolores Duran, tendo inclusive, sido seu vizinho, no Prédio Majestic, na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, Rio de Janeiro.

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