Por Diego Nunes
A atriz Fada Santoro, uma das últimas grandes estrelas da Era de Ouro das Chanchadas da Atântida, morreu no dia 17 de dezembro, vítima das complicações da Covid-19. Ela havia completado 100 anos no dia 29 de agosto.
Fada Santoro também era a última atriz viva que trabalhou na Cinédia, uma lenda da história do cinema brasileiro. Tendo começado a carreira ainda criança, Fada Santoro fez parte da companhia teatral de Alda Garrido, e estreou no cinema na década de 1930, atuando em O Samba da Vida (1937).
Na Cinédia, ainda faria Maridinho de Luxo (1938), Berlim na Batucada (1944), Romance Proibido (1944) e Pif-Paf (1945). Porém, eram pequenos papéis, sem muito destaque. Ela também teve uma breve carreira como cantora, tendo sido crooner da Orquestra de Carlos Machado, no Copacabana Palace.
Fada ganhou destaque no cinema nacional quando foi escolhida por Raul Roulien, um brasileiro que havia feito sucesso em Hollywood, para ser estrela do filme Jangada (1949), uma produção que ganhou uma enorme publicidade. Porém, o filme nunca chegou a ser lançado, pois todas as cópias da produção, já finalizada, se perderam em um incêndio que destruiu o estúdio, e todo material filmado.
Mas ainda em 1949 Fada protagonizou o clássico A Escrava Isaura (1949), que fez um enorme sucesso. Mas ao contrário do que já foi publicado na imprensa, ela não foi a primeira atriz dar vida ao papel, visto que o livro de Bernardo Guimarães já havia ganhou algumas versões cinematográficas ainda nos tempos do cinema mudo, e a versão de 1929, com Elisa Betty, por exemplo, fez um enorme sucesso na época.
Na década de 1950 Fada Santoro se tornou uma das maiores estrelas do cinema brasileiro, e acabou sendo contratada pelos estúdios da Atlântida, onde fez as comédias Barnabé, Tu és Meu (1955) e Nem Sansão, Nem Dalila (1955), trabalhando como nomes como Eliana Macedo, Oscarito e Grande Otelo.
Ela também faria papéis sérios e dramáticos, em filmes como Pecado de Nina (1951), Areias Ardentes (1952), e Agulha no Palheiro (1953). Santoro fez diversos filmes com o astro Cyl Farney, com quem chegou a namorar, formando um dos casais mais queridos do público da época.
O sucesso no Brasil levou a atriz à Argentina, onde também atuou em dois filmes. Na televisão, Fada foi a primeira apresentadora do programa Noite de Gala, na TV Rio, porém fez pouca TV, já que abanonou a carreira em 1957, após se casar.
Ela só retornaria brevemente aos holofótes quando em 1975 gravou um depoimento para o documentário Assim Era a Atlântida.
Leia também: Morre a atriz Cacilda Lanuza
Leia também: Morreu o ator Fábio Tomasini, aos 68 anos
Leia também: Morreu a atriz Cidinha Milan
0 Comentários