Faleceu no dia 28 de fevereiro a atriz, vedete e dubladora Glória Ladany, também conhecida como Glorinha Ladany. A artista foi uma das "Certinhas do Lalau" durante o período que atuou no teatro de revista. Mais tarde, ela ficaria conhecida das novas gerações como dubladora de diversos personagens em filmes, séries e desenhos animados.
Marta da Glória Ladany nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de agosto de 1936. Filha da cantora lírica Gizi Toth Ladany e do empresário húngaro Nicola Ladany, conhecido como Capitão Ladany, que foi diretor artístico dos espetáculos do Cassino da Urca e diretor social do Hotel Quitandinha e técnico de futebol do Botafogo.
Glória iniciou a carreira artística como bailarina, ainda criança, discípula de Leda Yuki. Mas um ferimento no joelho a afastou do balé. Ela então iniciou a carreira de vedete, trabalhando como Girl dos espetáculos de Carlos Machado, nos show do Grill Room do Copacabana Palace, no ano de 1955. Suas colegas de coro eram as também estreantes Norma Benguell, Elizabeth Gasper e Irma Alvarez. No elenco dos shows ainda o ator Paulo Monte, um brasileiro que havia feito sucesso em Hollywood.
Glória estreou na revista Quem Comeu Foi Pai Adão (1956), na companhia de Luís Iglesias (marido de Eva Todor). Ainda em 56, foi eleita uma das "Certinhas do Lalau", junto com as vedetes Eloína, Angelita Martinez, Carmen Veronica, Dorinha Duval,
Norma Benguel, Irma Alvarez e Rose Rondelli.
Gloria Landany nos tempos de vedete
Após trabalhar na boate Night and Day, ingressou na companhia de Colé Santana (tio de Dedé Santana), onde atuou em revistas como O Rei do Xadrez (1958) e Garotas em Hi-Fi (1958). Glória também atuou em revistas como Duelo de Amor (1958), Me dá um cheirinho Só (1959), Alô... 35-5499 (1959), A Cegonha Se Diverte (1960), e Vive la Femme (1961). Ela também atuou na peça Esquina Perigosa (1960), da companhia Teatro de Bolso.
Em 1956 Gloria estreou na televisão, trabalhando em alguns quadros de programas da TV Rio. Na emissora também atuou nas novelas Cabocla (1959) e Helena (1959), ambas dirigidas por Carla Civelli.
Em 1959 a atriz fez seu primeiro filme, Um Caso de Polícia (1959), também dirigido por Civelli. Ela deixou os palcos do teatro rebolado no começo da década de 1960, após se casar. Mas não abandonou a carreira de atriz, passando a se dedicar a dublagem, profissão que exercia desde 1958, quando ingressou nos estúdios Herbert Richers, fazendo parte da primeira geração de dubladores do Rio de Janeiro.
Dublou atrizes como Agnes Moorehead (nos filmes), Jessica
Tandy e Bette Davis
(em A Madrasta e O Que Terá Acontecido a Baby Jane?). Também emprestou sua voz para Diana Sowle em A Fantástica Fábrica de Chocolates, Elsa Lanchester em Assassinato Por Morte, Lila Kedrova em Zorba, o Grego, Reta Shaw em Mary Poppins, Sylvia Sidney em Os Fantasmas se Divertem, Ruth Gordon em O Bebê de Rosemary e Hattie McDaniel em ...E o Vento Levou.
Hattie McDaniel, dublada por Gloria Ladany
Em séries marcou
presença em M.A.S.H. (Major Margaret Houlihan, a “Lábios Quentes”), Família Dinossauros (Zilda Philips), Dallas (Eleanor Southworth Ewing) e Nós e O Fantasma (Carolyn Muir). Em desenhos animados foi a Rainha dos Cavalos em Cavalo de Fogo, Sábio em Os Brasinhas do Espaço, Mitsuo Suwa, O Super Dínamo, no desenho homônimo, Alexandra Cabot em Josie e As Gatinhas, Sandra em Riquinho, Bié Buscapé em Zé Buscapé, Madame Riso em She-Ra e Rok em O Poderoso Mightor. Gloria Ladany trabalhou com dublagens até 1993, quando se aposentou.
Na década de 1970 atuou nas peças Esquina Perigosa (1972) e O Gênro que Era Nora (1972). No cinema ainda atuaria em A Falecida (1965) e em Essa Mulher é Minha... e dos Amigos (1975). Em 1975 também participou da novela Pecado Capital, na Rede Globo.
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Gloria Landany em foto recente
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1 Comentários
Que bucetão
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