Músico, maestro e compositor, Caçulinha é lembrado principalmente pelos seus muitos anos de parceria com o apresentador Fausto Silva, o Faustão, encerrada em 2008. Porém, sua trajetória artística teve inicio na década de 1940, e acompanhou a história da música e da televisão brasileira.
Rubens Antônio Silva nasceu em Piracicaba, em 15 de março de 1940. Ele era filho do cantor Mariano (Mariano da Silva), que junto com o irmão caçula Rubens da Silva, formava a dupla sertaneja Mariano e Caçula. O apelido Caçulinha é uma homenagem ao seu tio.
A dupla costumava cantar durante a lida na roça, em Piracicaba, quando foram descobertos por Cornélio Pires, que os convidou para ingressar em sua trupe, a Turma Caipira.
Em 1929 o grupo gravou a moda de viola Jorginho do Sertão, a primeira música sertaneja (caipira) gravada no Brasil.
Os irmãos deixaram Cornélio Pires no começo da década de 1930, e são considerados por muitos a primeira dupla sertaneja do Brasil. Mariano e Caçulinha faziam muito sucesso, e quase atuaram em Fazendo Fitas (1935), um dos primeiros filmes sonoros do país. Porém, as gravações foram marcadas para uma região à céu aberto, no então inóspito bairro do Jabaquara, em São Paulo. Mas como não parava de chover, eles desistiram da produção, e voltaram para o interior.
Mariano e Caçula trabalharam juntos até 1945, e depois Mariano teve diversos parceiros musicais. Em 1939, a dupla Mariano e Laureano tornaram-se os primeiros interpretes da moda A Marvada Pinga.
Em 1955 Mariano gravou seu primeiro disco ao lado do filho, Caçulinha, formando a dupla Mariano e Caçulinha.
Rubens Antônio tocava acordeão, como o tio, desde a infância, e por isso foi apelidado pelo pai de Caçulinha. E aos 8 anos de idade já se apresentava em festas, bailes e alguns programas de rádio do interior.
Na capital paulista, começou a se apresentar com frequência no programa Clube do Papai Noel, apresentado por Homero Silva, um programa para talentos mirins, exibido nos primeiros anos da TV Tupi. Caçulinha muitas vezes acompanhava a irmã Wanda, que cantava, porém, ela não seguiu a carreira artística quando adulta.
Caçulinha já frequentava o programa desde 1948, quando ele era transmitido apenas para o rádio.
Contratado pela RGE, o jovem multi-instrumentista trabalhava como músico de estúdio, acompanhando diversos artistas que lá iam gravar, inclusive Mazzaropi.
Caçulinha montou seu próprio regional, e apresentava-se em festas, circos e bailes por todo o país, e gravou seu primeiro disco solo em 1959, onde apresentou o chorinho Pelé (homenagem ao jogador de futebol), composto por ele e Amasílio Pasquin.
Na década de 1960 ele foi contratado pela TV Record, por recomendação de Elis Regina, sua grande amiga e parceira musical. Naquela época, as emissoras de televisão tinham suas próprias bandas, orquestras e regionais, que acompanhavam os artistas quando eles cantavam ao vivo.
Caçulinha e seu regional, na TV Record
Caçulinha era o maestro de diversas atrações da emissora que marcaram a história da televisão brasileira, tocando em programas como Hebe, Esta Noite Se Improvisa, Jovem Guarda e O Fino da Bossa, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues.
Na Record, chegou a ganhar o Troféu Roquete Pinto, como melhor músico do ano.
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