Em sua bem sucedida carreira o ator (e cantor) Carlos Augusto Strazzer deixou a sua marca no cinema, teatro e televisão. Versátil e talentoso, interpretava vilões e personagens místicos como ninguém, mas nos deixou muito cedo, falecendo com apenas 46 anos de idade.
Carlos Augusto Strazzer nasceu em São Catano do Sul (SP) em 04 de agosto de 1946. Sua carreira começou por acaso, quando ele leu um anúncio oferecendo vaga para ator na peça Os Sinceros (1967), de Idibal Piveta. Ele ganhou o papel, mas peça foi censurada, e sua encenação proibida. Sua estreia profissional então se deu em Cemitério de Automóveis, em 1968, e logo tornou-se um respeitado ator de teatro.
Nos palcos, brilhou em peças como Ligações Perigosas e no musical Evita, onde interpretou Ernesto Che Guevara, ao lado da cantora Claudya. Nesta peça, encenada no ano de 1983, ele também pode mostrar seu talento de cantor.
Claudya e Carlos Augusto Strazzer em Evita
Muito popular também pelas novelas em que atuou, Carlos Augusto Strazzer estreou na televisão na novela As Pupilas do Senhor Reitor (1970), na TV Record. Na emissora também faria Os Deuses Estão Mortos (1971).
Depois, na TV Tupi, atuou em alguns grandes sucessos do canal, como Vitória Bonelli (1972), Ovelha Negra (19875), O Julgamento (1976), Éramos Seis (1977), O Profeta (1977) e O Direito de Nascer (1978), sendo o protagonista destas duas últimas. O papel do paranormal Daniel, de O Profeta, lhe rendeu o prêmio APCA de Melhor Ator.
Já O Direito de Nascer era um remake de uma antiga novela de sucesso, e Strazzer vivia o papel de Albertinho Limonta, anteriormente interpretado pelo ator Amilton Fernandes. Cléa Simões vivia a sofrida Mamãe Dolores.
Carlos Augusto Strazzer, Nicete Bruno, Carlos Alberto Ricelli, Gianfrancesco Guarnieri, Maria Izabel de Lisandra e Ewerton de Castro em Éramos Seis
Débora Duarte e Carlos Augusto Strazzer em O Profeta
Carlos Augusto Strazzer cantando Acalanto Para Dolores, da trilha sonora de O Direito de Nascer
Na Tupi ele também gravou alguns capítulos de Maria Nazaré (1979), novela que permaneceu inédita porque a emissora saiu do ar antes de sua exibição.
Carlos Augusto Strazzer em Maria Nazaré
Em 1980 ele estreou no cinema, atuando em Gaijin - Os Caminhos da Liberdade (1980). O ator também atuou em Eles Não Usam Black-Tie (1981), Com Licença, Eu Vou a Luta (1986) e Mistério no Colégio Brasil (1988). Carlos Augusto Strazzer também participou de duas produções internacionais, O Beijo da Mulher-Aranha (Kiss of the Sider Woman, 1985) e Luar Sobre Parador (Moon Over Parador, 1988).
Fernanda Torres e Carlos Augusto Strazzer em Com Licença, Eu Vou a Luta
Em 1980 o ator fez Coração Alado (1980), sua primeira telenovela na Rede Globo, canal onde atuaria ainda em Jogo da Vida (1981), Moinhos de Vento (1981), Champagne (1983) e Mandala (1987), onde interpretou o bruxo Argemiro.
Na Manchete também fez Mania de Querer (1986).
Myrian Rios e Carlos Augusto Strazzer em Coração Alado
Maria Izabel de Lizandra e Carlos Augusto Strazzer em Champagne
Carlos Augusto Strazzer em Mandala
Carlos Augusto Strazzer e Nívía Maria em Mania de Querer
Em 1989 ele interpretou o conselheiro real Crespy Aubriet no grande sucesso Que Rei Sou Eu? (1989), mas precisou deixar a novela devido a sua saúde já debilitada. O autor Cassiano Gabus Mendes então matou seu personagem, mas Carlos Augusto teve uma melhora, e acabou voltando a novela.
Carlos Augusto Strsazzer, John Herbert e Laerte Morrone em Que Rei Sou Eu?
O ator ainda atuaria em O Cometa (1989), na TV Bandeirantes, e na minissérie O Sorriso do Lagarto (1991), na Rede Globo.
Carlos Augusto Strazzer em O Sorriso do Lagarto
Em 19 de fevereiro de 1993 o ator faleceu vítima de complicações respiratórias em decorrências do HIV, com apenas 46 anos de idade.
Carlos Augusto Strazzer havia sido casado com a psicóloga Marina (1968-1981), e é pai de três filhos, o diretor Fábio Strazzer, Luciano e Ana Paula.
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