O filme O Exorcista (The Exorcist, 1973) é o filme de terror mais bem sucedido nas bilheterias da história do cinema. Baseado em uma história real, o exorcismo do garoto Ronald Edwin Hunkeler (ocorrido na década de 1940), a produção foi dirigida por William Friedkin, e tinha a menina Linda Blair como protagonista.
Vários acontecimentos estranhos (e trágicos) ocorridos nos bastidores, deram ao filme uma fama de amaldiçoado. Um incêndio destruiu todos os cenários, deixando apenas o quarto da menina Regan (Linda Blair) intacto.
Atores do elenco, e da equipe de produção perderam parentes durante as filmagens, e a atriz Vasiliki Maliaros, escalada para viver a mãe do padre Damien Karras, morreu ainda na fase de produção. Já o ator Jack MacGowran (o padre que morre ao cair de uma escadaria), morreu uma semana após a estreia de O Exorcista.
A atriz Ellen Burstyn sofreu uma lesão grave na coluna ao gravar uma cena, e o filho de Mercedes McCambridge (que fez a voz do demônio Pazuzo) matou a esposa e as duas filhas, alguns anos depois do lançamento de O Exorcista.
Coincidências ou maldição, a história mais bizarra envolvendo o filme foi ter escalado Paul Bateson para o elenco. Em 1979 ele foi preso por assassinato, além de ser suspeito de ser um serial killer.
Bateson não era ator profissional, mas sim um técnico em radiologia, e foi convidado por Friedkin para aparecer no filme, na cena onde Regan é submetida a exames médicos. O diretor queria funcionários reais da área da saúde, para deixar o filme mais realista.
Em 1979 Bateson foi preso pelo assassinato do jornalista Addison Verrill, que trabalhava para a revista de cinema Variety. Eles haviam se conhecido em um bar gay, e Verrill o levou para o seu apartamento.
Paul Batteson matou e roubou jornalista, e após algum tempo sem que a polícia tivesse um suspeito, ele ligou anonimamente para um outro jornalista, amigo de Verril, dizendo que era o autor do crime. Ele deu longas entrevistas, sempre sem se identificar. Mas os diversos contatos com a imprensa fez com que a polícia o localizasse e o prendesse.
Na época, seis outros homens gays haviam sido mortos, e as mortes permaneciam sem solução. E havia uma grande pressão popular para que os casos fossem resolvidos, diante de um aparente descaso dado pelas forças policiais.
Paul Bateson foi condenado a 20 anos de prisão, e durante seu confinamento, gabava-se entre os demais presos de ter matado todos aqueles homens. O diretor William Friedkin o visitou na prisão algumas vezes, e ele também confirmava os assassinatos em série. Segundo ele, ele desmembrava as vítimas "por diversão".
Mas devido a falta de provas, e o modus operandi diferente (os outros homens foram esquartejados e seus pedaços foram jogados dentro de um rio, em sacos de lixo), ele nunca foi acusado pelos outros crimes.
As conversas de Friedkin com Paul Bateson inspiraram o diretor a realizar o filme Parceiros da Noite (Cruising, 1980), onde um detetive se infiltra em clubes gays de Nova York para desvendar uma série de assassinatos.
Paul Bateson, que deixou a prisão em 2003, foi vivido pelo ator Morgan Kelly na Mindhunter, da Netflix, em 2019.
0 Comentários