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Mercedes McCambridge, a tragédia familiar de uma grande atriz




Mercedes McCambridge ganhou um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por A Grande Ilusão (All the King's Men, 1949), filme que marcou sua estreia no cinema. Ela seria indicada novamente, na mesma categoria, por seu trabalho em Assim Caminha a Humanidade (Giant, 1956).

Claire Trevor entregando o Oscar para Mercedes McCambridge

Carlotta Mercedes Agnes McCambridge nasceu em Illinois em 16 de março de 1916. Ela começou sua carreira no rádio, na década de 30, e posteriormente começou a atuar na Broadway. Orson Welles certa vez disse que Mercedes era a "maior atriz de rádio viva do mundo".

No rádio ela participou de diversos programas, normalmente interpretando mulheres fortes, uma característica que a acompanharia por toda a sua carreira.


Em 1949 ela estreou no cinema, atuando no noir A Grande Ilusão (All the King's Men, 1949), que lhe rendeu um Oscar. Por este filme também ganhou um Globo de Ouro e o Globo de Ouro de atriz revelação do ano.

A atriz seguiu atuando no cinema, recebendo grande destaque no western Johnny Guittar (idem, 1954), hoje considerado cult. Mercedes interpretava a rival da protagonista, Joan Crawford, e por trás das câmeras também se tornou um desafeto da atriz, considerada uma pessoa difícil.

McCambridge e Steling Hayden, os co-astros do filme, declararam publicamente, durante as filmagens, que Joan era "uma senhora má, bêbada e poderosa. Um ovo podre!". Em uma manhã, ao entrar em seu camarim, a atriz encontrou todas as roupas de seu figurino aos pedaços, jogadas no chão, após um ataque de raiva de Joan Crawford.

Joan Crawford e Mercedes McCambridge em Johnny Guittar

Em 1956 ela foi novamente indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em Assim Caminha a Humanidade (Giant, 1956), estrelado por James Dean (em seu último filme), Rock Hudson e Elizabeth Taylor. Ela trabalharia novamente com Liz Taylor em De Repente, no Último Verão (Suddenly, Last Summer, 1959).

 Mercedes McCabridge e James Dean em Assim Caminha a Humanidade 

Mercedes McCambridge ao lado de Elizabeth Taylor, em De Repente, no Último Verão

E embora fosse uma artista respeitada, ela atuou pouco no cinema, recebendo mais convites para a televisão, onde apareceu em séries como Bonanza, A Feiticeira (Bewitched) e Perdidos no Espaço (Lost in Space). No cinema, ainda destacou-se em O Diabo da Carne (Angel Baby, 1961).

 Mercedes McCambridge em A Feiticeira

Mercedes McCambridge em Perdidos no Espaço

Na década de 70 os convites para o cinema diminuíram, e ela passou a dedicar-se muito ao teatro, além de dar aulas de interpretação.

Após alguns anos trabalhando apenas no teatro e na televisão, foi convidada pelo diretor William Friedkin para dublar Pazuzu, o demônio que possui a jovem Regan (Linda Blair), em O Exorcista (The Exorcist, 1973). Pra fazer a voz mais perturbadora possível, a atriz engolia ovos crus, fumava diversos cigarros e bebia wisky para deixar sua voz mais rouca e agressiva. Além disto, o diretor a amarrava na cadeira para que ela parecesse estar lutando para se libertar.

Para destacar o desempenho de Blair, o diretor não creditou Mercedes por dar voz ao demônio. Após a estreia, a atriz ficou indignada por não ver seus nomes nos créditos, e processou a Warner Bros. Posteriormente seu nome foi incluído no filme.


Após o Exorcista, a atriz ainda atuou nos filmes Os Assaltantes (Thieves, 1977) e Aeroporto 79: O Concorde (The Concorde... Airport, '79, 1979), além de fazer outros trabalhos para a TV.

Mercedes Mccambridge em  Aeroporto 79: O Concorde

Seu último trabalho como atriz foi em 1988, na série Cagney & Lacey, mas em 2018 foi lançado O Outro Lado do Vento (The Other Side of the Wind, 2018), um filme deixado inacabado por Orson Welles.


A Tragédia Familiar

Mercedes McCambridge casou-se com William Fifield em 1939, quando tinha 23 anos de idade. Com ele teve um único filho, John Lawrence Fifield, nascido em 1941. O casal se divorciou após sete anos de casamento, em 1941.

Mercedes McCambridge e o filho

Em 1950 ela casou-se novamente, com o ator e diretor Fletcher Markle, com quem trabalhou em alguns programas de televisão. Fletcher adotou legalmente seu filho, que passou a ser conhecido como John Markle. Mas o casamento não foi feliz.

A atriz tinha um série problema com a bebida, e Markle pediu o divórcio em 1962. Em 1969 ela encontrou a sobriedade, após ingressar no Alcoólicos Anônimos.

John Markle se formou com PHD em economia, e passou a trabalhar em grandes agências de investimentos. Ele tornou-se um grande e respeitado consultor financeiro, até que descobriram que ele havia roubado alguns milhões de dólares de seus clientes, e depositado em uma conta em nome da mãe.

Johnn Markle

Markle foi demitido e processado, e durante o julgamento disse ter falsificado a assinatura da mãe, que não sabia nada do esquema milionário. Mas durante o processo, em novembro de 1987, John Markle matou a esposa, as duas filhas e depois se matou. No local, foi encontrado também uma longa e amarga carta, dedicada a sua mãe.

Mercedes McCambridge com as netas

Após a tragédia, ela afastou-se da vida artística, e passou a dedicar seu tempo ajudando grupos de mulheres alcoólatras e prestando apoio a famílias de suicidas.

Mercedes McCambridge faleceu em 02 de março de 2004, aos 87 anos de idade.








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