Por Diego Nunes
O estadista inglês Winston Churchill ficou eternizado na história como o Primeiro Ministro da Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. Sua vida já foi contada nas telas do cinema em diversas ocasiões, rendendo prêmios para alguns dos interpretes que deram vida a Churchill nas telas.
O político, vindo de uma família tradicional inglesa, chegou ao governo em 1941. Em 1942, quando já era Primeiro Ministro, chegou a aparecer no cinema no filme de guerra Por Um Ideal (The First of the Few, 1942), dirigido pelo ator Leslie Howard. E antes de se casar com Clementine Churchill, Winston chegou a pedir a atriz Ethel Barrymore em casamento.
Seu único filho homem, Randolph, que se tornou jornalista, também chegou a aventurar-se no cinema, em um pequeno papel em Parnell - O Rei Sem Coroa (Parnell, 1937), feito na MGM.
Mas foi Sarah Churchill, a terceira filha do estadista, quem teve uma longa carreira nas telas, e sua vida de artista, muitas vezes causou dores de cabeça ao pai.
Sarah Churchill
Sarah Millicent Hermione Churchill, a Baronesa Audley, nasceu em Londres, em 07 de outubro de 1914. Ela recebeu o nome em homenagem a sua ancestral distante Sarah Churchill, a duquesa de Marlborough (1660-1744). A anciã Sarah foi uma figura proeminente na história política britânica, e era amiga íntima de Ana, rainha da Grã-Bretanha (que reinou entre 1702-1714).
Sarah Churchill e Winston Churchill
A filha de Winston Churchill foi educada como membro da realeza inglesa, estudando nas melhores escolas que o dinheiro pudesse pagar. Mas escandalizou a realeza em 1936, ao se casar com o ator Vic Oliver, um comediante judeu, de origem austríaca.
Sarah Churchill e Vic Oliver
Sarah havia estudando balé, e por influência do marido, tornou-se atriz. Um ano após o casamento, ela estreou no cinema, atuando no filme inglês Who's Your Lady Friend? (1937), interpretando uma empregada.
Sarah fez alguns filmes na Inglaterra na década de 1940, e chegou foi a protagonista de À Beira da Perdição (Daniele Cortis, 1947). Também atuou em um filme italiano, Sinfonia Fatale (1947). Mas sua carreira foi interrompida durante a Segunda Guerra Mundial.
Mesmo com relações estremecidas com o pai, não pegava bem a filha do primeiro ministro inglês não contribuir com os esforços de guerra, e Sarah trabalhou como fotógrafa da Força Área Auxiliar Feminina, no norte da África.
Sarah Churchill só retornaria ao cinema em All Over the Town (1949). E em 1951 faria seu papel mais famoso no cinema, Anne Ashmond, a jovem inglesa que faz Fred Astaire subir (e dançar) pelas paredes no musical Núpcias Reais (Royal Wedding, 1951), produzido pela MGM.
O filme mostrava dois americanos em Londres, pela ocasião do casamento da Rainha Elizabeth, e ter a filha de Winston Churchill em um dos principais papéis femininos parecia ser uma boa estratégia de marketing.
Originalmente Judy Garland seria a outra estrela feminina, mas foi demitida devido aos atrasos e problemas com álcool, e Jane Powell ficou com o papel, contracenado com Churchill, Astaire e Peter Lawford.
Peter Lawford, Jane Powell, Fred Aistaire e Sarah Churchill em Núpcias Reais
O filme fez um grande sucesso, mas Sarah Churchill nunca mais faria outra produção em Hollywood, principalmente devido ao alcoolismo. Em 1950 a atriz chegou a ficar alguns dias na cadeia, após ser presa embriagada.
Como atriz ainda fez várias peças de teatro, atuou no rádio e protagonizou diversos teleteatros na televisão inglesa, vivendo personagens importantes como Joana Darc e Sarah Bernhart. E em 1951 chegou a apresentar seu próprio programa de televisão, The Sarah Churchill Show, que era dirigido por Anthony Beauchamp, seu segundo marido.
Ainda nos anos de 1950 ela também começou a trabalhar com litografias, e ficou famosa por fazer arte usando o rosto ou a silhueta de seu famoso pai.
Seu último filme foi Serious Charge (1959) e em 1971 fez sua última peça teatral.
A atriz casou-se uma terceira vez, desta vez com um Lord inglês, com quem ficou entre 1962 e 1964. Após o curto casamento, ela chegou a anunciar que se casaria com o pintor e músico de jazz Lobo Nocho, o que também desagradou Winston Churchill.
Churchill faleceu em 1965 e o casamento com o músico nunca de fato ocorreu.
Sarah Churchill e Lobo Nocho
Em 24 de setembro de 1982 Sarah Churchill faleceu em Londres, aos 67 anos de idade.
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