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O triste fim de Lilian Hall-Davis, a primeira musa de Hitchcock




O diretor Alfred Hitchcock teve algumas musas ao longo de sua carreira, como Ingrid Bergman, Grace Kelly e Tippi Hedren, e muitas vezes teve uma relação conturbada com elas. No começo de sua carreira, ainda trabalhando na Inglaterra, sua atriz favorita era Lillian Hall-Davis, uma grande estrela do cinema mudo inglês.




Lillian Hall Davis nasceu em Londres, em 23 de junho de 1898. Filha de um taxista, quando ela começou a sua carreira, para fins publicitários, ela inventou uma origem nobre, e incluiu o hífen em seu sobrenome (Hall-Davis) para dar um ar mais imponente,  e passou a mentir ter nascido na região de Hampstead, área onde moravam diversas famílias abastadas.

Ela estreou no cinema em La P'tite du Sixième (1917), um filme francês. Ao longo de sua carreira, Lillian fez filmes na Itália, Alemanha França e Inglaterra, onde tornou-se um dos principais nomes do cinema mudo inglês.

Em 1918 ela se casou com o ator Water Pemberton, pai de seu único filho, nascido em 1919.

Entre os sucessos da carreira da atriz estão I Pagliacci (1923) e a versão muda de Quo Vadis? (Idem, 1924). Ela também esteve no elenco de O Expresso do Amor (Blitzzug der Liebe, 1925), O Fazendeiro do Texas (Der Farmer aus Texas, 1925), Seja a Amante de Seu Próprio Marido (Liebe Macht Blind, 1926), A Agonia do Submarino (Nitchevo, 1926), Blighty (1927) e Rosas da Piccardia (Roses of Picardy, 1927).


Emmil Jennings e Lillian Hall-Davis em Quo Vadis?


Em 1924 ela também foi uma das estrelas do drama inglês A Porta Fechada (The Passionate Adventure, 1924), cujo roteiro havia sido escrito pelo novato Alfred Hitchcock.


Hitchcock ficou admirado pelo talento da artista, e anos mais tarde chegou a declarar que ela era sua atriz favorita. E em 1927 ele conseguiu contratá-la para atuar em O Ring (The Ring, 1927), sétimo filme dirigido pelo cineasta.



Lillian Hall-Davis e Carl Brisson em O Ring


No ano seguinte a estrela voltou a trabalhar com o diretor em A Mulher do Fazendeiro (The Farmer's Wife, 1928). 


Lillian Hall-Davis em A Mulher do Fazendeiro


Lillian também estava escalada para atuar em Chantagem e Confissão (Blackmail, 1929), o próximo projeto do diretor. Porém, os filmes falados já eram uma realidade em Hollywood desde 1927, e Hitchcock foi pressionado pelo estúdio para fazer o primeiro filme sonoro do Reino Unido.

Lillian Hall-Davis, como muitas das estrelas do cinema mudo, não foi bem nos testes de som, e acabou cortada do elenco, sendo substituída pela austríaca Anny Ondra. Curiosamente, Lillian havia atuado no curta metragem As We Lie (1927), do pioneiro Miles Mander, um engenhoso diretor que tentou desenvolver seu próprio método de registrar o som no cinema.

Miles Mander, mais lembrado como um ator coadjuvante em diversos filmes em Hollywood, também foi assistente de direção de Hitchcock em alguns de seus primeiros filmes.

Com os filmes mudos desaparecendo, Lillian ainda protagonizou o alemão Volga, Volga (Wolga, Wolga, 1928), que ainda era mudo, e fez muito sucesso quando exibido nos cinemas brasileiros, apesar de ainda ser um filme silencioso.




Quando os filmes mudos pararam de ser produzidos, Lillian Hall-Davis se viu sem convites para atuar. Ela entrou em depressão, e foi diagnosticada com neurastenia (um termo antigo usado por George Miller Beard em 1869 para designar um quadro de exaustão física e psicológica, fraqueza, nervosismo, irritabilidade e depressão).

Ela só conseguiu pequenos papéis em Just For a Song (1930), Many Waters (1931) e Her Reputation (1931), seu último trabalho no cinema.

Em 25 de outubro de 1933 o filho da atriz chegou da escola, e encontrou um bilhete colado na porta, dizendo "A porta está trancada, não tente entrar. Vá para a casa da Sra. Barnard". O garoto, de 14 anos, pediu ajuda aos vizinhos, que arrombaram a porta.

Lillian havia ligado o gás da cozinha para cometer suicídio, mas não aguentando esperar pela morte por inalação, pegou uma faca e cortou a própria garganta. Ela tinha apenas 35 anos de idade.

Os vizinhos comentaram que há tempos a atriz falava sobre tirar a própria vida, mas ninguém levou a sério seus alertas.




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