A atriz Lana Wood, a irmã de Natalie Wood, de Bond Girl a sem teto
março 01, 2021
Irmã mais nova da estrela Natalie Wood, Lana Wood iniciou sua carreira graças a irmã, ainda na infância, mas nunca alcançou o sucesso de Natalie, embora os fãs lembrem dela como a Bond Girl Plenty O'Toole em 007 - Os Diamantes São Eternos (Diamond Are Forever, 1971).
Lana e Natalie Wood
Lana Wood na verdade chama-se Svetlana Nikolaevna Gurdin, e adotou o sobrenome artístico da irmã famosa. Ela é filha de imigrantes russos, e nasceu em Santa Mônica, em 01 de março de 1946.
Natalie Wood era oito anos mais velha que Lana, e já trabalhava no cinema antes de sua irmã nascer. Ainda um bebê, Lana Wood fez seu primeiro trabalho no cinema em Turbilhão da Vida (Driftwood, 1947), um dos trabalhos de Natalie, ainda estrela mirim.
Mas as cenas de Lana, com poucos meses de vida, foram cortadas na edição final. Com nove anos de idade Lana Wood retornou ao cinema, em um pequeno papel não creditado em Seu Único Desejo (One Desire, 1955), mais uma produção estrelada por sua irmã.
Lana e Natalie Wood
A primeira vez que Lana Wood foi creditada nas telas do cinema foi quando o diretor John Ford a convidou para interpretar o mesmo personagem que a irmã, alguns anos mais jovem, no clássico western Rastros de Ódio (The Searchers, 1956). O filme obteve grande sucesso, e alavancou a carreira de Natalie Wood na transição para a fase adulta, mas pouco fez para a promoção de Lana.
Lana Wood em Rastros de Ódio
Em seu próximo trabalho no cinema, Até o Último Alento (Marjorie Morningstar, 1958), outra produção estrelada por Natalie Wood, Lana novamente não foi creditada por seu pequeno papel. Tentando se desvincular da imagem da irmã, investiu na carreira na televisão, onde teve melhores convites.
E a medida que crescia, construiu uma imagem de garota rebelde, sensual, que pouco lembrava a doce e recatada Natalie Wood. Lana participou de episódios de Bonanza, O Fugitivo (The Fugitive), Dr. Kildare e James West, como convidada, antes de conseguir um papel fixo na série The Long, Hot Summer (1965-1966).
Lana Wood e Dan Blocker em Bonanza
No cinema ela novamente não receberia créditos por sua atuação em Uma Sombra na Janela (The Fool Killer,, 1965) e foi uma das muitas beldades em Brotinhos de Biquini (The Girls on the Beach, 1965), um filme estilo "turma da praia", mas sem Frankie Avallon e Annette Funicello.
Contratada pela Fox, teve sua grande chance ao ser escalada como a garçonete Sandy Webber na série A Caldeira do Diabo (Peyton Place, 1966-1968). Durante a série, Lana se casou com o ator Steve Oliver, que interpretava seu marido no programa. Oliver foi seu terceiro marido, e a união durou apenas um mês. Na época, a atriz chegou a declarar: tenho 20 anos e três divórcios.
Lana Wood e Steve Oliver em A Caldeira do Diabo
O primeiro casamento da atriz ocorreu em 1962, quando ela tinha 16 anos de idade. Seu primeiro marido foi o antigo ator mirim Jack Wrather Jr. (filho do produtor Jack Wather e enteado da atriz Bonita Granville). Wrather Jr. tinha 18 anos na época, e o casamento foi anulado pouco tempo depois.
Jack Wrather Jr. cometeu suicídio em 1973, com apenas 28 anos de idade.
Lana Wood e Jack Wrather Jr.
David Ladd (filho de Alan Ladd) e Jack Wrather Jr. em Encontro Com o Diabo (The Big Land, 1957)
Após A Caldeira do Diabo, Lana estrelou For Singles Only (1968), ao lado do ator John Saxon. Depois fez o filme O Mundo Selvagem dos Hippies (Scream Free!, 1969), ao lado de Richard Beymer, o par romântico de Natalie Wood em Amor, Sublime Amor (West Side Story, 1961).
Lana Wood em For Singles Only
Sua carreira, que prometia, nunca engrenava de fato. Ainda mais depois que Lana Wood recusou um papel em Sem Destino (Easy Rider, 1969), que acabou ficando com Karen Black.
Em baixa, ela aceitou o convite de Hugh Heffner para posar para a Playboy, numa tentativa de ganhar mais projeção. A tática funcionou, e após a publicação chegar nas bancas, em abril de 1971, o produtor Albert R. Broccoli convidou Lana Wood para viver a Bond Girl Plenty O'Toole em007 - Os Diamantes São Eternos (Diamond Are Forever, 1971).
Baixinha (com 1,60 de altura), a atriz precisava usar longos saltos para contracenar com o James Bond de Sean Connery. Mesmo assim, a diferença de alturas era gritante nas telas.
Sean Connery e Lana Wood em 007 - Os Diamantes São Eternos
Graças ao filme, Lana ganhou muita publicidade, e ficou conhecida mundialmente devido ao sucesso dos filmes do agente secreto inglês. Em seguida ela foi convidada pela Disney para estrelar o drama Justin Morgan Tinha Um Cavalo (Justin Morgan Had a Horse, 1972).
Lana Wood e Don Murray em Justin Morgan Tinha Um Cavalo
Mas a fama durou pouco, e seus filmes seguintes não fizeram sucesso. Lana esteve em A Place Called Today (1972), Goodnight Jackie (1974), Sons of Sassoun (1975), Caçada Alucinante (Speedtrap, 1977) e Na Trilha dos Cheyennes (Grayeagle, 1977), além de atuar em diversos trabalhos na televisão.
Em 1972 ela se casou com o ator Richard Smedley, com quem havia contracenado em A Place Called Today. Smedley foi seu quinto marido, e é pai de sua única filha, Evan, nascida em 1974.
Richard Smedley, Evan e Lana Wood
O casal se separou em 1976, e Lana se casaria ainda mais uma vez, desta vez com o produtor Allan Balter, que produziu Capitão América II (Captain America II: Death Too Soon, 1979), no qual ela também atuou. Lana e Balter se divorciariam em 1980.
Em 1981 Natalie Wood morreu em um acidente de barco, até hoje envolto de mistérios e perguntas nunca respondidas. Lana havia acabado de atuar em Demon Rage (1982) e havia entrado no elenco da novela Capitol (1982).
Natalie e Lana Wood em 1980
Após a morte da irmã, Lana Wood escreveu um controverso livro onde contava a relação com a irmã. Nele, ela fazia algumas críticas a Natalie, e a chamou de egoísta, o que não pegou bem para a sua imagem, diante da enorme repercussão da morte da trágica da atriz.
Lana Wood foi banida da indústria do entretimento, fazendo com que os convites, que já eram escassos, desaparecessem. Ela começou então a trabalhar atrás das câmeras, como produtora. Inclusive produziu a minissérie A Misteriosa Morte de Natalie Wood (The Mystery of Natalie Wood, 2004), estrelada por Justine Waddell.
Após uma longa ausência, Lana Wood voltou a atuar em produções menores em 2008. Em 2009 ela fez um filme religioso chamado O Livro de Ruth (The Book of Ruth: Journey of Faith, 2009), que lhe valeu alguns prêmios em festivais dedicados ao cinema católico.
Lana Wood em O Livro de Ruth
Afastada da grande mídia, a atriz ganhou os holofotes no começo de 2017 quando foi despejada da casa alugada onde morava havia sete anos. Lana, a filha Evan e três netos estavam morando em um único quarto em um pequeno motel de beira de estrada.
Lana Wood no quarto de motel onde foi morar
Na época, Lana Wood declarou que gastou todo o patrimônio adquirido durante sua carreira no dispendioso tratamento médico da filha, que sofria de problemas pulmonares e tinha Linfoma de Hodgkin, uma espécie rara de câncer.
Os fãs da atriz ficaram comovidos, e organizaram uma vakinha virtual para arrecadar fundos para a família, e conseguiram 30 mil dólares em doações, para que Lana pudesse adquirir uma casa.
Ela também recebeu novos convites de trabalho, que lhe garantiram uma renda exta. Mas a tristeza ainda perseguia a atriz, que perdeu a filha Evan em julho de 2017, aos 42 anos de idade.
Lana Wood voltou a atuar em Laços de Coragem (Wild Faith, 2018), e fez alguns outros trabalhos no cinema, alguns ainda não lançados. Além de atuar, ela ainda cuida dos três netos, e é uma protetora dos animais, trabalho iniciado há muitos anos atrás.
3 Comentários
Tenho a impressão que o homem com Wood na foto de For Singles Only é Peter Mark Richman...
ResponderExcluirHoje ela vive de falar mal de Robert Wagner posando de "irmã indignada".
ResponderExcluirQue vida tempestuosa dessa moça!
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