Richard Beymer já tinha alguns anos de carreira quando alcançou o sucesso no clássico musical Amor, Sublime Amor (West Side Story, 1961), onde interpretou Tony, líder da gangue dos Jets, que se apaixona pela bela Maria (Natalie Wood), irmã do líder da gangue rival, os Sharks.
O filme, vencedor de 10 Oscars, é uma adaptação moderna de Romeu e Julieta, de William Shakespeare.
George Richard Beymer Jr. nasceu em Iowa, em 20 de fevereiro de 1938. Mas em 1940 seus pais se mudaram para Los Angeles.
Quando tinha 10 anos de idade ele começou a atuar na série Sandy Dreams (1948-1953), Beymer ensaiava após a escola, e gravava os episódios no sábado.
Quando ainda atuava na série de televisão, ele fez um pequeno papel não creditado no filme Horas Intermináveis (Fourteen Hours, 1951), mas só ganharia destaque no cinema em seu trabalho seguinte, quando Vittorio De Sica o escalou como o sobrinho de Jennifer Jones em Quando a Mulher Erra (Stazione Termini, 1953).
O produtor David O. Selznick, marido de Jennifer Jones, gostou do seu desempenho e o manteve sob contrato por um ano, mas nunca o aproveitou em nenhuma produção. Durante o período em que foi contratado pelo produtor Beymer fez apenas um filme, Meu Filho, Minha Vida (So Big, 1953), emprestado para o estúdio Warner.
Beymer chegou a fazer teste para Juventude Transviada (Rebel Without a Cause, 1955), mas perdeu o papel para Sal Mineo. James Dean e sua futura colega de elenco Natalie Wood eram as estrelas do filme.
Sem convites para o cinema, o ator voltou para a televisão, onde fez a maioria de seus próximos trabalhos até 1959. Neste período, fez um único filme, Audácia de um Rebelde (Johnny Tremain, 1957), nos estúdios Disney.
Foi somente em 1959 que Beymer retornou ao cinema, quando George Stevens o escalou para viver um dos judeus refugiados em um sótão no drama O Diário de Anne Frank (The Diary of Anne Frank, 1959).
A Fox o contratou a longo prazo, e não mediu esforços para transformá-lo em um novo astro juvenil. Eles testaram sua popularidade ao lado de outros jovens astros como Fabian, Tuesday Weld e Yvonne Craig em Dizem que é Amor (High Time, 1960), que ainda tinha no elenco o reforço do veterano Bing Crosby.
No ano seguinte, a dupla Tuesday Weld e Richard Beymer seria repetida no filme Armadilha para Solteiros (Bachelor Flat, 1961).
Com o bom retorno dos filmes com Weld, Richard Beymer acabou ficando com o principal papel masculino da nova super produção do estúdio, Amor, Sublime Amor (West Side Story, 1961), que venceu levou 10 Oscars no ano seguinte, incluindo o prêmio na categoria de melhor filme.
O filme era um musical, mas não é Beymer quem canta em suas cenas, e sim o cantor Jimmy Bryant. Beymer dublou os números musicais.
A pré-estreia do filme ocorreu em Londres, em uma sessão especial para a Rainha da Inglaterra, a quem o elenco seria apresentado após a exibição. Assistindo pela primeira vez o filme pronto, Richard Beymer detestou sua atuação, e saiu do cinema antes do final do filme, e de ser apresentado para a Rainha Elizabeth. Ele disse que se sentiu envergonhado, e não queria ser cumprimentado por um trabalho que considerou tão fraco.
Apesar da auto crítica, o ator recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, e venceu outro na categoria ator revelação, que dividiu com Bobby Darin e Warren Beatty.
A Fox continuou investindo em sua carreira. Ao lado de Lana Wood, irmã de Natalie, ele atuou em Cinco Amores (Five Finger Exercise, 1962), depois foi o protagonista de As Aventuras de Um Jovem (Hemingway's Adventures of a Young Man, 1962).
Ao lado de um elenco estrelar, recebeu boas críticas pelo seu desempenho no filme de guerra O Mais Longo dos Dias (The Longest Day, 1962) e ao lado de Joanne Woodward estrelou mais um filme, Venus à Venda (The Stripper, 1963). Richard Beymer estava no auge.
O diretor Martin Ritt chegou a declarar que Beymer poderia ser "o novo Gary Cooper".
Beymer era um novo astro em Hollywood, mas logo entrou para uma espécie de lista negra na indústria do cinema. Em 1964 ele se juntou a luta pelo direito civis dos negros, e foi muito atuante durante os protestos contra a segregação racial no Mississippi.
Beymer chegou a alugar um caminhão para levar eleitores negros para se cadastrarem como eleitores na eleições. Seu ativismo político, entretanto, não foi bem visto na indústria do cinema, e o ator chegou a ser banido das aulas de atuação no lendário Actors Studios.
Neste período, ele registrou muitas imagens, que acabou transformando no documentário A Regular Bouquet: Mississippi Summer (1964). Este foi o primeiro de muitos documentários que ele dirigiu nos anos seguintes.
Mas sua luta por igualdade social custou sua carreira em Hollywood. Sem trabalhos no cinema, trabalhou eventualmente na televisão, e retornou às telas no independente O Mundo Selvagem dos Hippies (Scream Free!, 1969), ao lado de Lana Wood e Russ Tamblyn, com quem já havia atuado anteriormente.
Em entrevistas, entretanto, o ator não lamentou. Ele declarou que não podia ficar calado diante de injustiças, e também não estava feliz com sua carreira no cinema, e a tentativa da Fox de transformá-lo na imagem do "bom rapaz do final da rua".
Em 1973 ele dirigiu e estrelou o longa The Innerview (1973), que recebeu prêmios na Alemanha, mas nunca foi lançado comercialmente. Depois afastou-se por anos da vida pública, morando em uma comuna alternativa na Suíça.
Em 1982 ele retornou a Los Angeles, para retomar sua carreira de ator. Beymer atuou no filme A Chantagem (Cross Country, 1983) e na série Paper Dolls (1984), mas basicamente fez poucos trabalhos na televisão durante a década de 1980.
Em 1989 Beymer voltou aos holofotes ao ser convidado pelo cineasta David Lynch para interpretar o milionário Benjamin Horne, um dos suspeitos do assassinado de Laura Palmer na cultuada série Twin Peaks (1989-1990).
Lynch era um grande fã de Amor, Sublime Amor, e também convidou o veterano Russ Tamblyn para o papel do Dr. Laurence Jacoby.
1 Comentários
Excelente artigo, obrigada por postar
ResponderExcluir