Por Diego Nunes
No começo do século XX algumas mulheres fatais encantavam o mundo com seu talento e beleza, e tornaram-se as mulheres mais fotografadas da época. Sua fama era tanta, que elas estampavam inúmeros cartões postais, itens colecionáveis que se tornaram uma grande febre no período.
Nomes como Gaby Deslys, Carolina Otero (A Bela Otero), Cléo de Merode, Mata Hari e Julian Eltinge (o "ator mulher") eram constantemente noticiados pelos jornais e revistas em todo o mundo, que destacavam não só sua beleza, mas suas carreiras e suas vidas repletas de aventuras e romances conturbados com os ricos e poderosos. Outra artista afamada e sedutora era Lina Cavalieri, chamada pela imprensa de "A Mulher Mais Bela do Mundo".
Cantoras, dançarinas, atrizes e muitas vezes, cortesãs, estas mulheres pioneiras e a frente de seu tempo acabaram esquecidas na história, que deu lugar a novas celebridades midiáticas.
Lina Cavalieri talvez hoje seja conhecida, embora anônima, como a estrela que estampa pratos, bandejas, almofadas e inúmeros objetos de decoração criados pelo designer italiano Piero Fornasetti.
Natalina Cavalieri ganhou este nome por nascer no dia do natal, em 25 de dezembro de 1874, na Itália. Aos 15 anos de idade Lina Cavalieri ficou órfã, e sob a guarda do estado, foi enviada para um orfanato católico. Mas ela não se adaptou a vida rígida das freiras, e acabou fugindo com uma companhia de teatro que passava pela região.
Ainda muito jovem, chegou a Paris, onde sua beleza lhe abriu muitas portas. Lina começou a cantar nos cafés das regiões boêmias da cidade, e aproveitou o dinheiro ganho nos café concertos para aperfeiçoar suas técnicas de canto tomando aulas com professores renomados. Em 1900, estreou como cantora de ópera em Pagliacci, nos palcos de Lisboa.
O príncipe russo Aleksandr Bayatinsky a assistiu no teatro, e a pediu em casamento. Mas o próprio Czar Nicolau II impediu a união de seu primo com a artista italiana.
Lina então foi para Monte-Carlo, onde continuou cantando ópera, até 1905, quando Sarah Bernhardt a chamou para trabalhar em sua companhia teatral, em Paris. Na capital francesa, também estrelou a ópera Fedora, ao lado de Enrico Caruso, e com ele foi convidada para se apresentar no Metropolitan, em Nova York. Com Caruso, também protagonizou a ópera Manon Lescaut.
Após o divórcio, ela retornou à Europa, estabelecendo-se em São Petersburgo, antes da Revolução Russa. Na Russia, tornou-se uma grande estrela do canto lírico, dividindo os palcos com nomes como Titto Ruffo, Feodor Chaliapin, Tito Schippa e Lucien Muratore, com quem se casou em 1913. Com ele, gravou diversos discos.
Em 1914, no auge da carreira, anunciou sua aposentadoria, e retornou a Paris, onde abriu um salão de beleza, frequentado pela elite parisiense. Ela também criou sua própria linha de cosméticos, que deram origem a uma bem sucedida empresa ao longo dos anos.
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2 Comentários
Morreu tão tragicamente
ResponderExcluirNossa tem uma rua no bairro da Vila Silvia em SP com esse nome, agora sei a origem dele:
ResponderExcluirhttps://www.google.com.br/search?q=rua%20lina%20cavalieri&sxsrf=ALiCzsbXCqX3h6M1e9fhezMkQ0GljI7bfw%3A1671977035553&source=hp&ei=S1ioY7_YH6TY5OUPgd6DSA&iflsig=AJiK0e8AAAAAY6hmW2RqQSUm_TteGIthpop4gYvSwc4L&oq=Rua%20Lina%20C&gs_lcp=Cgdnd3Mtd2l6EAEYADIFCAAQgAQyAggmMgIIJjICCCYyCAgAEBYQHhAKMggIABAWEB4QCjIJCAAQFhAeEPEEMgYIABAWEB4yBggAEBYQHjIICAAQFhAeEA86BAgjECc6CwguEIAEELEDEIMBOggILhCxAxCDAToICAAQgAQQsQM6CwguEIAEEMcBENEDOgsIABCABBCxAxCDAToLCC4QgAQQsQMQ1AI6CwguEIAEEMcBEK8BOgcIABCABBAKUABYmRhg8y1oAHAAeACAAZoFiAGyGJIBCzAuMy40LjEuMC4ymAEAoAEB&sclient=gws-wiz&fbclid=IwAR3RYCTB4vPFP9w-0yb1s-BVzwJ4kAfAs8KnWILrjEYBnxa8MxqlPxGwRDM