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Julie Andrews, uma estrela inesquecível


A atriz e cantora Julie Andrews, protagonista de clássicos como Mary Poppins (Idem, 1964) e A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965), é uma das estrelas mais queridas na história do cinema, e seus filmes encantaram diversas gerações ao longo dos anos.


Julia Elizabeth Wells, seu nome de batismo, nasceu na Inglaterra, em 01 de outubro de 1935. Desde pequena, a atriz conviveu com o meio artístico, sua mãe era pianista profissional, e aos dois anos de idade a pequena Julia começou a ter aulas de dança com sua tia Joan. Aos quatro anos, após o divórcio dos pais, ela passou a conviver com o padrasto Ted Andrews, um arista de vaudeville, e foi ele quem viu o potencial artístico da garota, mais tarde, ela adotaria o sobrenome de Ted, não só artisticamente, como também legalmente. Aos sete anos, incentivada por ele, começou a ter aulas de canto.

Sua estréia artística se deu aos nove anos de idade, quando ao lado da mãe e do padrasto, Julie Andrews se passou a se apresentar em shows para entreter as tropas britânicas, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1945. Três anos depois, ela subiria aos palcos do teatro londrino.

Julie Andrews, em 1948, cantando para o Rei George VI, aos 13 anos de idade

Foi somente em 1954 que ela estreou na Broadway, nos Estados Unidos, onde sua carreira começou a deslanchar. Sua primeira peça nos famosos teatros de Nova York foi na peça The Boy Friend.

A bela voz da jovem soprano a levou a espetáculos como My Fair Lady (1957) e Camelot (1960). Em 1957 Julie fez sua estréia na televisão norte-americana, interpretando a Cinderella em um especial para a televisão. Nesta época, a arista também gravou seus primeiros discos.

Julie Andrews e Rex Harrison em My Fair Lady

Julie Andrews como Cinderella

Disco de Julie Andrews, de 1958

Em 1964, apesar de Julie ter sido a estrela de My Fair Lady na Broadway, ela perdeu o papel na versão cinematográfica para Audrey Hepburn, que contracenou em Minha Bela Dama (My Fair Lady, 1964) com Rex Harrison, parceiro de Andrews nos palcos. No mesmo ano, entretanto, Walt Disney a escalou para estrelar seu primeiro filme, Mary Poppins (Idem, 1965), um clássico do cinema juvenil, que valeu a artista o Oscar de Melhor Atriz daquele ano, recebidos das mãos de Sidney Poitier.

 Sidney Poitier e Julie Andrews

Julie Andrews como Mary Poppins

Após receber o Oscar, a imprensa especulou uma rivalidade entre Andrews e Hepburn, que ambas sempre negaram, afirmando serem amigas. Na verdade, quando convidada para estrelar Minha Bela Dama, Audrey recusou, e foi pedir a Jack Warner, o presidente da Warner Brothers, que chamasse Julie para o papel, mas Warner disse que não iria comprometer o sucesso da produção com uma atriz sem experiência nas telas, e que se Audrey recusasse, Elizabeth Taylor ficaria com o papel.

Até os dias de hoje Julie sempre relembra que Audrey Hepburn foi "uma das mulheres mais admiráveis que já conheceu em sua vida".

Audrey Hepburn e Julie Andrews

Ainda colhendo os frutos de Mary Poppins, Julie foi agraciada com um Globo de Ouro, e ao agradecer ao prêmio, dedicou-o a Jack Warner, que por não ter acreditado nela, permitiu que ela aceitasse o papel no filme de Disney, e consequentemente, recebesse aquele prêmio.

Após Mary Poppins, Julie atuou na comédia Não Podes Comprar Meu Amor (The Americanization of Emily, 1964), ao lado de James Garner, e por seu desempenho, foi indicada ao Bafta como Melhor Atriz.

Em 1965 ela fez outro papel indispensável ao falarmos de sua biografia, o da jovem Maria, uma noviça sem vocação religiosa, que é contratada para cuidar dos sete filhos indisciplinados do Capitão Von Trapp, no clássico A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965). O filme, que era baseado em uma história real, foi o maior sucesso de bilheterias daquele ano, e até hoje (se reajustarmos os valores), encabeça a lista de filmes mais bem sucedidos da história do cinema.

O filme lhe rendeu sua segunda indicação ao Oscar, e um novo Globo de Ouro.


Outros filmes importantes seguiram-se em sua carreira, como Cortina Rasgada (Torn Curtain, 1966) - de Alfred Hitchcok - Havaí (Hawaii, 1966), Positivamente Millie (Thoroughly Modern Millie, 1967) e A Estrela (Star!, 1968), onde interpretou a antiga estrela do cinema mudo Gertrude Lawrence.

Julie Andrews foi uma das estrelas de cinema que mais fez sucesso em menos tempo. Seu filme de estréia foi o campeão de bilheterias de 1964, e todos os seus filmes feitos até 1967 encabeçaram a lista dos dez filmes que mais arrecadaram nos anos de suas estreias.

Julie Andrews e Paul Newman em Cortina Rasgada

Em 1967 a atriz se separou de seu primeiro marido, Tony Walton, com quem havia se casado em 1959. Dois anos depois ela casou-se com o diretor Blake Edwards, com quem trabalhou em diversos filmes, e ficou casada até a morte dele, em 2010.

Lili, Minha Adorável Espiã (Darling Lili, 1970) foi o primeiro filme de Andrews sob a direção do marido cineasta. Após atuar neste filme, Julie fez uma pequena pausa na carreira, retornando as telas apenas quatro anos depois, novamente dirigida por Blake Edwards, em Sementes de Tamarindo (The Tamarind Seed, 1974), onde contracenava com Omar Sharif.

Julie Andrews e Omar Sharif em As Sementes de Tamarindo

Sua presença no cinema começou a ser mais esporádica, com Julie preferindo dedicar seu tempo a cuidar dos cinco filhos. A primeira, fruto de seu casamento com o figurinista Tony Walton, e os outros quatro filho de Edwards, incluindo duas meninas adotadas pelo casal, em 1974.

Em 1976, ela fez uma pequena participação, não creditada, dublando um personagem nas cenas de canto em A Nova Transa da Pantera Cor-de-Rosa (The Pink Panther Strikes Again, 1976), também dirigido por seu marido.

Seu retorno em frente as câmeras ocorreu, novamente pelas mães de Blake, na comédia Mulher Nota 10 (10, 1979), estrelada por Dudley Moore e Bo Derek. E ao lado de Walther Matthau fez a comédia A Garotinha que Caiu do Céu (Little Miss Marker, 1980), o seu primeiro filme em anos que não era dirigido por seu esposo.


Com Blake Edwards, Julie ainda atuaria em S.O.B. Nos Bastidores de Hollywood (S.O.B., 1981), Victor ou Victoria? (Victor/Victoria, 1982), A Trilha da Pantera Cor-de-Rosa (Trial of the Pink Panther, 1982), O Homem Que Amava as Mulheres (The Man Who Loved Women, 1983) e Assim é A Vida (That's Life!", 1986). Victor ou Victoria? era o remake de um filme alemão da década de 30 (estrelado por Renate Muller), e Julie também protagonizou o texto na Broadway. Por este trabalho, outro de seus grandes sucessos, recebeu sua terceira indicação ao Oscar.

Julie Andrews em Victor ou Victoria?

Mais madura, atuou ao lado de Alan Bates e Max Von Sydow em Sede de Amar (Duet for One, 1986). Nos anos seguintes, reduziu ainda mais sua participação no cinema. Em 1992 ela contracenou com o italiano Marcello Mastroianni em Doce Infidelidade (Cin Cin, 1992), rodado na Itália. No mesmo ano, estrelou a série de TV Julie (1992), que também era dirigida por Blake Edwards, mas esta foi cancelada após o sétimo episódio.

Julie Andrews e Marcello Mastroianni

Ainda sob direção de Blake, estrelou o telefilme Victor Victoria (Victor/Victoria, 1995), retomando seu antigo sucesso, mas sem tanta repercussão como antes.

Em 2001 Julie reencontrou o antigo colega de A Noviça Rebelde, Christopher Plummer, em On Golden Pond (2001), um telefilme que era remake do clássico Num Lago Dourado, estrelado por Khatarine Hepburn e Henry Fonda, em 1981.


No mesmo ano, atuou no sucesso O Diário da Princesa (The Princess Diaries, 2001), onde interpretava uma rainha, avó da novata Anne Hathaway. Julie também participou da sequência, O Diário da Princesa 2: Casamento Real (The Princess Diaries 2: Royal Engagement, 2004).


Stan Lee (em uma aparição em um filme não pertencente ao universo Marvel) e
 Julie Andrews, em O Diário da Princesa

Em 1997 Julie Andrews teve que se submeter a uma cirurgia para tirar nódulos cancerígenos das cordas vocais. E devido a um erro médico, ela ficou impossibilitada de cantar. Julie processa o Hospital Monte Sinai até os dias de hoje.

Apesar do problema na voz, foi com a voz que ela trabalhou muito na década de 2000, fazendo dublagens de animações como a saga Shrek e nos desenhos Meu Malvado Favorito (Despicable Me, 2010). Ela também foi a narradora do longa Encantada (Enchanted, 2007). Curiosamente, seu primeiro contato com o cinema havia ocorrido nas dublagens, quando a artista emprestou sua voz para a versão inglesa de uma animação italiana, em 1949.

A rainha de Shrek, tinha a voz de Julie Andrews

Até o momento, seu último trabalho em frente as câmeras foi na comédia O Fada do Dente (Tooth Fairy, 2010). Mas desde então, ela ainda apresentou uma série infantil em 2017, e dublou a personagem Karathen em Acquaman (Idem, 2018).

Em 2018 criou-se uma polêmica quando muitos se perguntaram por que Julie Andrews não participou do filme O Retorno de Mary Poppins (Mary Poppins Returns, 2018). Educadamente, Julie explicou, sem criar caso, dizendo que apesar de ficar honrada, recusou o convite por não querer ofuscar o brilho de Emily Blunt, a estrela da nova produção. A atriz entretanto, esteve na pré-estréia do filme.

Emily Blunt e Julie Andrews

Julie, que em 2019 foi agraciada com um prêmio pelo seu conjunto da obra no Festival de Veneza. Ainda trabalhando em dublagem, Julie emprestou sua voz para a série Birdgerton (2020-2022) e também dublou Minions 2: A Origem de Gru (Minions: The Rise of Gru, 2022).



Julie Andrews recebendo o prêmio no Festival de Veneza






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3 Comentários

  1. Michael Carvalho Silva13 de fevereiro de 2022 às 06:13

    Julie Andrews eternamente linda e gostosa. O grande e belíssimo símbolo sexual feminino e inglês das décadas de sessenta, setenta e oitenta do século vinte. Ela ainda continua uma delícia até os dias de hoje como sempre foi desde o início.

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