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Joan Crawford fez filmes pornôs, e foi chantageada por isto (por sua própria família)


Joan Crawford foi uma das maiores estrelas da história do cinema, tendo protagonizado diversos filmes em uma longa carreira, iniciada ainda nos tempos do cinema mudo. Ela também é lembrada por sua famosa rivalidade com a atriz Bette Davis, que já foi retratada até em séries de televisão.

Joan porém, teria passado a vida inteira tentando apagar um período de sua carreira, onde atuou em filmes pornográficos, antes da fama, quando ainda usava seu nome verdadeiro, Lucille LeSueur.

A jovem Lucille sempre quis ser famosa, e começou a trabalhar artisticamente como corista em espetáculos da Broadway. Mas no começo da década de 1920 aceitou trabalhar nos chamados "stag movies", que eram filmes pornográficos clandestinos, feitos para exibição em cabarés ou "casas para cavalheiros", e também vendidos diretamente para coleções particulares.

Os chamados stag movies eram filmes com temáticas sexuais, e muitos deles apresentavam cenas de sexo explícito, e são tão antigos quanto a própria história do cinema. Não existem muitas informações sobre seus diretores, produtores ou atores, já que eram feitos de forma ilegal, e não recebiam créditos. 

O primeiro stag movie encontrado foi produzido em 1896, um ano depois do surgimento do cinema, mas é possível que outros filmes tenham sido feitos antes.

Joan Crawford, quando ainda era Lucille, posou nua para algumas fotos e teria feito alguns filmes assim, porém é difícil precisar quantos foram, bem como saber mais detalhes das produções. São creditados ao menos três stag filmes em sua carreira: The Plumber (o encanador), Velvet Lips (Lábios de Veludos) e The Casting Coach (o teste de sofá). O site IMBD, referência entre os bancos de dados cinematográficos, reconhece a existência apenas de The Casting Coach, que seria um filme softcore (sem cenas de sexo explícito).

A mãe de Joan, ao saber dos filmes em que a filha atuava, bateu nela e a ameaçou expulsa-la de casa, porém o telefone da família tocou, e era um convite para assinar contrato com a MGM, e assim Joan não foi expulsa.

Pelo contrário, Joan passou a sustentar a mãe e os irmãos.


Joan Crawford e sua mãe


Joan iniciou a carreira (oficial) no cinema como figurante, mas aos poucos conquistou o estrelato. A MGM nunca teve a intenção de promovê-la, mas a atriz fez isto por conta própria, fazendo o que fosse preciso para ascender.

Em 1930, cinco anos após assinar com o estúdio, ela já era uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood, e cansou de pagar as contas de sua família, que ela considerava verdadeiros parasitas. O irmão de Joan, Hal LeSueur, então procurou a irmã, e disse ter cópias de seus primeiros filmes, aqueles que ela queria esconder, e tornaria os tornaria público, o que acabaria com sua carreira.

Joan havia acabado de se casar com seu primeiro marido, o ator Douglas Fairbanks Jr., que anos mais tarde, em sua biografia, escreveria que a atriz, aos prantos, contou sobre seu passado, com medo de que Fairbanks a deixasse caso os filmes viessem a público. O ator também relatou que recebia diversos telefonemas dos chantagistas, que queriam dinheiro para manter os filmes eróticos em segredo.

A MGM incumbiu Eddie Mannix para resolver o caso. Ele era um produtor cuja função era ser uma espécie de capanga para manter os escândalos dos artistas em segredo. Apelidado de "o buldogue", Mannix era o "fixer" (consertador) do estúdio.

A MGM pagou 100 mil dólares para os chantagistas, incluindo o irmão de Crawford, e comprou todas as cópias dos filmes que encontrou, que foram incinerados. Hal LeSueur também ganhou um contrato com a MGM, onde também trabalhou como ator, embora nunca tenha despontado para a fama.


Hal LeSueuer e Joan Crawford

As chantagens porém continuaram, e em 1935 a colunista de fofocas Hedda Hooper comunicou a atriz que um homem estava oferecendo uma cópia para a imprensa. A MGM novamente pagou uma fortuna para esconder os rolos de filmes que haviam sobrevivido.

O FBI, órgão do governo americano, investigava a vida de todos os astros da época, e nos arquivos de Joan Crawford consta o pagamento de pequenas fortunas para os chantagistas, e também descreve ao menos uma das cenas de seus filmes secretos, onde Joan fazia sexo com um homem.

Em 1962 Hal LeSueur já havia abandonado a irrelevante carreira de ator, e trabalhava como atendente de um hotel. Em dificuldades financeiras, ele voltou a chantagear a irmã, que também já não gozava o estrelato de outrora.

Joan foi até o hotel onde o irmão trabalhava, e discutiu com ele. Esta cena foi mostrada na cena da série Feud, que mostrava os bastidores das filmagens de O Que Teria Acontecido com Baby Jane? (1962). Pouco tempo depois, Hal faleceu, encerrando o martírio que perseguiu a atriz por muitas décadas.


Jessica Lange e Raymond Barry como Joan Crawford e Hal LeSueur em Feud


Joan sempre se recusou a falar sobre o assunto, e limitou-se a comentar apenas que "era pobre, e fez escolhas erradas na juventude".

A atriz faleceu em 10 de maio de 1977, aos 73 anos de idade.




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