Por Diego Nunes
Quando Christopher Reeve foi apresentado ao veterano ator John Wayne, em abril de 1979, o velho cowboy de Hollywood virou-se para o colega Cary Grant e disse: "este é nosso novo homem, ele está assumindo o controle!". Dois meses depois, em 11 de junho de 1979, Wayne falecia, enquanto Reeve despontava para o estrelato em Hollywood.
Christopher D'Oliver Reeve nasceu em Nova York, em 25 de setembro de 1952. Filho de uma família tradicional, ele era descendente das primeiras famílias que imigraram para os Estados Unidos, vindos da aristocracia francesa. Seu avô paterno também foi juiz da Suprema Corte Americana, enquanto seu pai era um renomado professor, jornalista e escritor.
Reeve destacava academicamente e era um aluno de honra na escola. Atlético, jogava futebol americano beisebol, tênis e hóquei. Mas o jovem promissor não tinha um a boa relação com o pai, em sua biografia, publicada em 1998, ele escreveu que o "amor de meu pai por seus filhos sempre parecia ligado ao desempenho deles". Os dois só reataram o relacionamento em 1995, após o ator sofrer o acidente que o deixou tetraplégico.
Christopher Reeve também desenvolveu a paixão por atuar em 1962, aos 9 anos de idade, quando foi escalado para uma peça amadora, uma das muitas que fez quando estudante. A partir dos 11 anos de idade, ele começou a estudar teatro em uma importante escola em Massachusetts.
Por imposição de seu pai, Reeve foi para a Universidade Princeton, mas após terminar a faculdade, ele se mudou para Nova York, para retomar sua carreira no teatro. Em Nova York, ele matriculou-se na lendária escola de interpretação Juillard, onde virou colega de classe do jovem ator Robin Williams. Eles se tonaram grandes amigos (para o resto da vida) e dividiam um quarto em Nova York.
Os amigos prometeram um ao outro que o primeiro que fizesse sucesso, ajudaria na carreira do outro.
Em 1975 Reeve conseguiu um papel na novela Love of Life, e enquanto gravava para a televisão, ele fez teste para a peça A Matter of Gravity, na Broadway. A estrela da peça era a atriz Katharine Hepburn, que após ver a audição do jovem ator o escalou para viver o seu neto no espetáculo.
Por causa das gravações da novela e os ensaios da peça, Reeve quase não se alimentava, comendo apenas barras de chocolates e tomando muito café. Na noite da estreia da peça, sofrendo de exaustão e desnutrição, ele desmaiou no palco. Hepburn virou para a plateia e disse "esse menino é um idiota, ele não se alimenta direito", justificando seu desmaio.
Katharine Hepburn tornou-se uma grande incentivadora da carreira de Reeve, vendo nele figura do filho que nunca teve. As colunas de fofocas insinuavam que eles tinham um caso, mesmo a atriz estando cm 77 anos e o rapaz 22. Mas nem só notas maldosas sobre o ator eram publicadas na imprensa, pois a crítica rendeu diversos elogios ao seu desempenho nos palcos.
Em 1978 ele conseguiu seu primeiro papel no cinema, atuando em S.O.S - Submarino Nuclear (Gray Lady Down, 1978), estrelado por Charlton Heston. O papel de Reeve era muito pequeno, e não creditado.
Em Sem Suspeita, Christopher Reeve interpretava um policial que ficava paralisado, e seis dias depois da estreia deste nos cinemas, o ator sofreu o grave acidente de cavalos, que o deixou paralisado na vida real.
Dana Morosini, agora Dana Reeve, não mediu esforços para cuidar do marido, garantindo a ele uma melhor qualidade de vida. Sua carreira de atriz ficou para depois.
Reeve passou vários meses no hospital, e passou por várias cirurgias. Ele chegou a pensar em suicídio quando soube que ficaria tetraplégico e só voltou a sorrir quando o amigo Robins Williams entrou em seu quarto, vestido como o médico do filme Patch Addams, fazendo palhaçadas.
Seu tratamento de saúde custou uma fortuna, e Robins Willians o ajudou a pagar as contas do hospital, que consumiram todo o patrimônio de Reeve. Williams não só ajudou o amigo financeiramente, como garantiu os custos de educação de Will Reeve, o filho ator.
Robin Williams também bancou o sustento de Will após a morte de sua mãe, em 2006. O ator inclusive deixou parte de sua fortuna para ele em seu testamento.
Ao deixar o hospital, Reeve passou a fazer palestras sobre a sua condição física, e fundou e tornou-se um grande ativista, fazendo campanha para arrecadar fundos para pesquisas na área da paralisia, bem como ajudar a custear o tratamento de famílias mais necessitadas.
Ele retomou sua carreira aos poucos, e começou dublando o documentário Whithout Pity: A Film About Abillities (1996), que ganhou um prêmio Emmy. No ano seguinte, dirigiu o filme Armadilha Selvagem (In the Gloaming, 1997), estrelado por Glenn Close.
Em 1998 ele voltou a atuar, em um filme que ele também produziu. Christopher Reeve estrelou o remake de Janela Indiscreta (Rear Window, 1998), fazendo o papel do vizinho paralisado vivido por James Stewart no clássico de Alfred Hitchcok. Por este papel o ator foi indicado ao Globo de Ouro e ganhou o Screen Actors Guild Award.
Em 1998 o ator publicou sua biografia, Still Me, que ficou várias semanas na lista dos livros mais vendidos. No mesmo ano, ganhou um prêmio Grammy por um disco que gravou declamando.
Em 200 ele apareceu no programa infantil Vila Sésamo e em fevereiro de 2003fez seu último trabalho como ator, quando atuou na série Smalville, como o Dr. Virgil Swann, um cientista que tem informações importantes para o jovem Clark Kent. Tom Welling, que estrelava a série, fez campanhas para ajudar a promover a Christopher Reeve Paralysis Foundation.
a animação O Pequeno Herói (Everyone's Hero, 2006), que também era dirigida pelo seu marido. O filme só foi lançado em 2006, após ser finalizado por outro diretor.
Dana Reeve também não viu o filme pronto, porque ela faleceu meses antes, com apenas 44 anos de idade. Dez meses após a morte de seu marido Christopher Reeve, a atriz descobriu um câncer de pulmão. A atriz tinha uma vida saudável, e nunca havia sido fumante.
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