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Robert Taylor, o ídolo das matinês


A atriz Audrey Meadows dizia "Robert Taylor não é exatamente um grande ator, mas é o homem mais lindo do mundo". Meadows talvez ainda não tivesse visto alguns de seus grandes trabalhos, onde desempenhou papéis notáveis, mas realmente estava certa sobre sua beleza, que fez de Taylor o galã que ficou mais tempo sob contrato na MGM, onde permaneceu 25 anos (superando o recorde de 24 anos de Clark Gable).



Robert Taylor era o nome artístico de Spangler Arlington Brugh, e ele nasceu em Filley, Nebraska, em 05 de agosto de 1911. Ele recebeu o nome de seu pai, um médico, e era o filho único de Spangler Andrew Brugh e Ruth Stanhope Brugh.

Quando jovem, ele era um rapaz era tímido e muito estudioso, que estudava violoncelo. Robert Taylor se interessava pela profissão do pai, acompanhando-o em muitas visitas médicas. As amigas de sua mãe logo notaram a beleza do rapaz, fazendo constantes elogios, mas Ruth dizia que faria de tudo para manter "o filho puro".


Robert Taylor e sua mãe Ruth



Medindo 1,80, dotado de belos olhos azuis e cabelos castanhos escuros sempre muito bem alinhados, ele se tornou muito popular na faculdade, embora ainda fosse muito tímido e tivesse problemas de falar em público. Foi nos desafios de oratória, que ele acabou desenvolvendo uma boa dicção.

Robert Taylor queria ser médico como pai, mas a mãe o fez desistir do sonho para estudar música, já que ela queria que ele continuasse tocando violoncelo e se tornasse um artista a qualquer custo. 

Ruth fez com que toda a família se mudasse para Califórnia, onde ele começou a tomar aulas de teatro.

A influência de sua mãe durou a vida toda do ator, e afetou inclusive seus relacionamentos.


Robert Taylor e a mãe

Taylor atuou em diversas peças de teatro, e chegou a receber um convite para um teste na MGM, mas recusou a oportunidade, pois queria primeiro receber seu diploma de ator, recebido em 1933. No mesmo ano, seu pai faleceu.

Após se formar, o jovem ator fez teste para os estúdios de Samuel Goldwyn, mas não impressionou o produtor. Mas acabou chamando a atenção de Oliver Tinsdell, um instrutor dramático da MGM. Tinsdell trabalhou muito para polir sua nova descoberta, e em fevereiro e 1934 conseguiu para ele um contrato de 7 anos na MGM.

Ida Kiverman, secretária particular de Louis B. Mayer sugeriu que ele adotasse o nome artístico de Robert Taylor, embora sua mãe tivesse brigado para que ele passasse a se chamar Robert Stanhope (seu sobrenome de solteira), mas Louis B. Mayer ignorou as súplicas e vaidades de Ruth.

Antes de escalar Robert Taylor para qualquer produção do estúdio, ele foi emprestado para a Fox, onde viveu o namorado de Mary Carlisle em Receita Para a Felicidade (Handy Andy, 1934).


Mary Carlisle e Robert Taylor em Receita Para a Felicidade

Na MGM ele fez então Promessa de Mãe (A Wicked Woman, 1934), Especialista em Amor (Society Doctor, 1935), Cadetes do Ar (West Point of the Air, 1935) e O Cruzador Misterioso (Murder in the Fleet, 1935). Robert Taylor em pouco tempo no cinema se firmou em definitivo como o ídolo de todas as moças, recebendo um volume de cartas de fãs que já ultrapassavam Clark Gable, o que provava que ele estava agradando. 

O estúdio então aumentou seu salário, e o escalou para uma grande produção, Melodia da Broadway de 1936 (Broadway Melody of 1936).


Cartaz de Melodia da Broadway de 1936


Mas sua consagração definitiva ocorreu quando a Universal pediu emprestado o jovem e atraente ator para viver um médico em Sublime Obsessão (Magnificent Obsession, 1935), ao lado de Irene Dunne. Irene foi a primeira grande estrela com quem ele fez par romântico, e se tornou uma espécie de madrinha do ator. O filme fez um enorme sucesso, e elevou Robert Taylor ao time dos astros de primeira grandeza.


Irene Dunne e Robert Taylor em Sublime Obsessão


Entre 1936 e 1939, Robert Taylor atuou ao lado de algumas das maiores estrelas de Hollywood: Janet Gaynor em Garotas do Interior (Small Town Girl, 1936); Loretta Young em O Amor É Assim (Private Number, 1936); Barbara Stanwyck em A Mulher que Eu Amo (His Brother's Wife, 1936) e A Força do Coração (This Is My Affair, 1936); Joan Crawford em Mulher Sublime (The Gorgeous Hussy, 1937); Greta Garbo em A Dama das Camélias (Camillie (1937); Jean Harlow em Seu Criado, Obrigado (Personal Property, 1937); Myrna Loy em Noite Feliz (Lucky Night, 1939); e Hedy Lamarr em Flor dos Pântanos (Lady of the Tropics,1939).


Robert Taylor e Joan Crawford em Mulher Sublime


Diz a lenda que foi Greta Garbo quem exigiu Taylor como Armand Duvall em A Dama das Camélias, mas isto não é verdade. A MGM havia visto que o ator agradava as fãs quando usava trajes de gala ou roupas de época, e Irving Thalberg queria ganhar dinheiro com a produção, então juntou sua maior estrela com o galã mais promissor do estúdio na época.


Greta Garbo e Robert Taylor em A Dama das Camélias

Na época, Robert Taylor estava namorado com a atriz Virginia Bruce, recém separada do ator John Gilbert. Foi Virginia que fez Taylor deixar de ser o filhinho da mamãe, quando tornou-se a primeira a enfrentar a possessiva Ruth Stanhope. Mas a união do casal terminou quando a MGM os proibiu de casar, uma vez que o público feminino preferia ver o novo ídolo com a imagem de "disponível".

Mas em 1939, contrariando a MGM, Robert Taylor se casou com a atriz Barbara Stanwick, com quem havia contracenado anos antes. 


Robert Taylor e Barbara Stanwick


Em 1940, Robert Taylor alcançou um dos seus maiores sucessos, num filme que ele havia considerado o melhor que havia feito, e no qual teve o seu desempenho preferido, A Ponte de Waterloo (Waterloo Bridge, 1940), sob a direção de Mervyn LeRoy. No filme, ele contracenava com Vivien Leigh, a estrela do grande sucesso ...E O Vento Levou (...Gone With the Wind, 1939). Os dois já haviam atuados juntos  dois anos antes em Um Ianque em Oxford (A Yank at Oxford, 1938).

Foi neste filme em que Robert Taylor apareceu com os caprichados bigodinhos que tão bem o identificaram em outros filmes posteriores, embora vez ou outra, os raspasse caso o papel exigisse, como Gentil Tirano (Billy The Kid 1941), seu primeiro western.


Vivien Leigh e Robert Taylor em A Ponte de Waterloo


Em 1942 o ator estrelou, ao lado de Lana Turner, o filme Estrada Proibida (Johnny Eager, 1942), que é considerado um de seus melhores desempenhos. O ator Van Heflin, que também estava no elenco, recebeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu desempenho nesta produção.


Lana Turner e Robert Taylor em  Estrada Proibida


Para o desespero de sua mãe e esposa, o ator resolveu se alistar como piloto civil durante a Segunda Guerra Mundialinteresse despertado durante as filmagens de Supremo Comando (Flight Command, 1940). Em pouco tempo, estava pilotando seu próprio avião.

Em 1943 ele fez dois filmes bélicos: As Pontes do Inferno (Stand By Action, 1943) e A Patrulha de Bataan (Bataan, 1943). No mesmo ano, alistou-se no corpo aéreo da marinha, mas por já ter 32 anos de idade, foi recusado para o combate. Mas por ter experiência como piloto e em atuação, foi escalado para fazer filmes de treinamento de voos. 

Robert Taylor deu baixa do exército em 1946, e voltou a atuar no filme Correntes Ocultas (Undercurrent, 1946), ao lado de Katharine Hepburn.


Katharine Hepburn e Robert Taylor em Correntes Ocultas


A esta altura, o casamento com Barbara Stanwick já não ia bem, e eles raramente passavam algum tempo juntos. Bob Taylor preferia ficar caçando, pescando ou andando de motocicleta. Além disto, Ruth Stanhope se interferia muito no relacionamento, e nunca se deu bem com a atriz com quem Taylor se casou.

Então com 45 anos de idade, Robert Taylor já não era o mesmo galã de antes. E nenhum filme que ele fez entre 1946 e 1950 tiveram grande prestígio, embora tenha feito um razoável sucesso ao lado de Ava Gardner (com quem ele teve um breve romance na vida real) em Lábios que Escravizam (The Bribe, 1949). Ele também chamou a atenção em Traidor (Conspirator, 1949), que fez ao lado de Elizabeth Taylor.

Acima do peso, Robert Taylor ordenou que todas as filmagens de Traidor fossem feitas da cintura para cima.




Robert Taylor e E|lizabeth Taylor em Traidor


Em 1950 o ator foi para à Itália filmar o épico religioso Quo Vadis (Idem, 1951). Barbara Stanwick ficara em Hollywood, mas logo as revistas de fofocas publicavam que Robert Taylor estava tendo um affair com a estrelinha italiana Lia de Leo, que interpretava uma manicure no filme. Barbara largou tudo e pegou um avião para Roma, e confirmou a infidelidade do marido, entrando com uma ação de divórcio tão logo regressou aos Estados Unidos.

Quo Vadis foi uma super produção que poderia ter levado a MGM a falência, mas acabou tornando-se um grande sucesso, sendo o filme de maior bilheteria nos cinemas mundiais no ano de 1951.



Deborah Kerr e Robert Taylor em Quo Vadis


Após o divórcio, Robert Taylor teve casos com diversas mulheres, mas a imprensa respeitava a sua privacidade, principalmente devido ao estilo discreto mantido pelo ator por toda a sua carreira. Ele teve um longo namoro com a atriz Eleanor Parker, com quem contracenou em três filmes: Seu Nome e Sua Honra (Above and Beyond, 1953); Vale dos Reis (Valley of the Kings, 1954); e Sangue Aventureiro (Many Rivers to Cross, 1955).


Robert Taylor e Eleanor Parker

Mas durante as filmagens de Sangue Aventureiro (Many Rivers to Cross, 1955), Taylor conheceu a atriz Ursula Thiess, com quem se casou em 1954, para tristeza de Parker. Divorciada do diretor alemão George Thiess, e com dois filhos pequenos, Taylor viu em Ursula uma "mulher para casar".

O casal passou a viver em um rancho, onde andavam a cavalo, criavam galinhas e cuidavam da plantação. O casal permaneceu junto até a morte do ator, e Ursula Thiess lhe deu dois filhos biológicos.


Ursula Thiess e Robert Taylor no rancho

Na década de 1950, Taylor se especializou também em filmes de faroeste, onde se destacaram A Bela e o Renegado (Ride Vaquero, 1953); A Última Caçada (The Last Hunt, 1956); Irmão contra Irmão (Saddle in the Wind1958); Duelo na Cidade Fantasma (The Law and the Jake Wade1958); O Mensageiro da Morte (The Hangman (1959); e Pistolas do Sertão (Cattle King, 1963).




Robert Taylor ainda foi o protagonista de filmes épicos, como Quo Vadis (Idem, 1951); Ivanhoé, o Vingador do Rei (Ivanhoe, 1952); Os Cavaleiros da Távola Redonda (Kinights of the Round Table, 1954); e A Coroa e a Espada (Quentin Durward, 1954).


Robert Taylor e Elizabeth Taylor em Ivanhoé


Após 25 na MGM, ele despediu-se do estúdio com A Bela do Bas-Fond (Party Girl, 1958). No ano seguinte, o ator ingressou na televisão, atuando na série  The Detectives (1959-1962).




Em 1964 ele voltou a contracenar com Barbara Stanwick no terror Quando Descem as Sombras (The Night Walker, 1964). E já sem contrato, retornou a MGM atuando no western A Volta do Pistoleiro (Return of the Gunfighter, 1966).


Barbara Stanwick e Robert Taylor em Quando Descem as Sombras


Em 1968 Robert Taylor fez seu último filme em Hollywood, Diabruras dos Anjos Rebeldes (Where Angeles Go Trouble Follows!, 1968), e também fez produções menos significativas na Itália e França em seus últimos anos de carreira.


Robert Taylor em Diabruras dos Anjos Rebeldes


Seu último trabalho como ator foi na série Death Valley Days, onde fez participações regulares entre 1966 e 1969. Fumante inveterado, Robert Taylor fumou três maços diários por muitos anos, o que lhe causou um câncer de pulmão.


Taylor sofreu muitos anos com a doença, até que perdeu a batalha em 08 de junho de 1969, aos 57 anos de idade. Sua mãe, Ruth Stanhope Brugh, morreria alguns anos depois, em 1974.







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