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O enigmático Yul Brynner


Ex-protagonista dos filmes americanos, famoso tanto por sua careca como por suas atuações, Yul Brynner mascarou grande parte de sua vida em mistério e mentiras descaradas destinadas a provocar as pessoas que ele considerava ingênuas. Por muitos anos o ator mentiu sobre sua origem, afirmando hora ser meio suíço, meio japonês. A verdade só foi revelada anos depois, quando seu filho publicou uma biografia do pai, revelando suas origens.


Yuli Borisovich Bryner tinha realmente uma origem exótica para os padrões de Hollywood, tendo nascido em Vladivostok, na antiga União Soviétiva, em 11 de julho de 1920. Seu pai era um inventor russo, de ascendência alemã,  e sua mãe era russa. 

Quando Yul era muito pequeno, seu pai abandonou a família, e sua mãe levou ele e a irmã para morarem em Paris. Lá, ele abandonou os estudos e tornou-se guitarrista em casa noturnas, ingressando em um conjunto de ciganos. Foi nesta época que ele conheceu o cineastra e dramaturgo francês Jean Cocteau, e tornou-se seu discípulo. Na França, Yul Brynner também trabalhou como trapezista e estudou filosofia em Sorbone.

O jovem Yul Brynner

Em 1941 ele mudou-se para os Estados Unidos e passou a ter aulas de interpretação com Michael Chekhov, ingressando posteriormente em sua companhia teatral, estreando nos palcos ainda no mesmo ano.

Em 1944 ele estreou na Broadway, ganhando prêmios importantes de atuação. Ainda em 44, estreou na televisão, fazendo participação em um seriado. Com sua primeira esposa, a atriz Virginia Gilmore, Brynner apresentou o programa Mr. and Mrs (1948), um dos primeiros talk shows da história da televisão.

Yul Brynner e Virginia Gilmore

Sua estréia no cinema ocorreu somente em Porto de New York (Port of New York, 1949), um drama policial.

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Mas o reconhecimento como ator só viria quando Mary Martin, sua colega na Broadway, o indicou para viver o rei do Sião no musical The King and I, de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein, na Broadway, em 1951. Brynner tornou-se uma sensação imediata após a peça, tornando-se um astro reconhecido. Ao contrário do que muitos pensam, o ator não era careca, ele raspou a cabeça para pegar o papel, e acabou adotando o visual como sua marca registrada.

A peça lhe rendeu um prêmio Tony de Melhor ator.

Mas foi somente em 1956 que o ator retornou as telas do cinema, encarnando novamente o rei Monkut no filme O Rei e Eu (The King and I, 1956), papel que o consagrara na Brodway. Originalmente a Fox queria o ator Rex Harrison para o papel, mas o ator não estava disponível. Ao lado de Deborah Kerr, Brynner brilhou como protagonista, e recebeu um Oscar de Melhor ator, em seu segundo trabalho no cinema.

Deborah Kerr e Yul Brynner em O Rei e Eu

No mesmo ano ele interpretou outro de seus papéis mais famosos, o faraó Ramses no clássico Os Dez Mandamentos (The Teb Commandments, 1956), estrelado por Charlton Heston.

Charlton Heston e Yul Brynner em Os Dez Mandamentos

Ainda em 1956 ele também estrelou outro grande sucesso, Anastácia, a Princesa Esquecida (Anastasia, 1956), que marcou o retorno de Ingrid Bergman a Hollywood.

Yul Brynner e Ingrid Bergman em Anastácia, a Princesa Esquecida 


Nos anos seguintes, atuou em filmes como Os Irmãos Karamazov (The Brothers Karamazov, 1958), Lafite, o Corsário (The Buccaneer, 1958), Crepúsculo Vermelho (The Journey, 1959) e Salomão e a Rainha de Sabá (Solomon and Sheba, 1959), ao lado da italiana Gina Lollobrigida.

Gina Lollobrigida e Yul Brynner

Em 1960 viajou para França, atuando em O Testamento de Orfeu (Le Testament d'Orphée, 1960), dirigido por seu antigo mestre, Jean Cocteau. De volta aos EUA, atuou em outro clássico, o western Sete Homens e Um Destino (The Magnificent Seven, 1960).

"Os Sete Magníficos"

Em 1963 o ator serviu de modelo de inspiração para Stan Lee criar o Professor Charles Xavier nos quadrinhos dos X-Men. Brynner também tinha paixão por fotografia, registrando muitos colegas nos bastidores das produções.

Yul Brynner e Charles Xavier



Brynner ainda destacou-se em filmes como Taras Bulba (Idem, 1962), O Ópio Também é Uma Flor (Poppies Are Also Flowers, 1966), A Volta dos Sete Homens (Return of the Seven, 1966) e Villa, o Caudilho (Villa Rides, 1968).

Em 1969 ele atuou em A Louca de Chaillot (The Madwoman of Chaillot, 1969), estrelado por Katharine Hepburn. No mesmo ano, fez uma participação especial em Um Beatle no Paraíso (The Magic Christian, 1969), estrelado por Ringo Starr.

Katharine Hepburn e Yul Brynner

Entrando em decadência, estrelou o wester italiano Sabata Adeus (Indio Black, sai che ti dico: Sei un gran figlio di..., 1970), feito na Europa.

Na década de 70 atuou em filmes menores e retornou à Broadway para novamente estrelar O Rei e Eu. Com a atriz Samantha Eggar, estrelou a série de televisão Anna and the King (1972), que durou só 13 episódios.

Yul Brynner e Samantha Eggar

Em 1976 Brynner atuou em seu último filme, Na Trilha da Morte (Con la Rabbie agli Occhi, 1976), também feito na Itália. Depois o ator afastou-se da carreira, devido a um câncer de pulmão, causado pelo cigarro.

Yul Brynner faleceu em 10 de outubro de 1985, aos 65 anos de idade. Antes de partir, gravou um depoimento comovente pendido para as pessoas não fumarem, hábito que o levou a morte.

Brynner faleceu no mesmo dia em que morreu Orson Welles, com quem ele atuou em A Batalha de Neretva (Bitka na Neretvi, 1969).




Veja também: Omar Sharrif, a biografia
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7 Comentários

  1. Independente da época de existência, denominar um homem de exótico em relação a outros, me parece no mínimo um momento infeliz da pessoa que escreveu isso. Seria o autor do texto um Deus para dizer quem é o que!?
    Lógico que não...

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  2. O conheci no filme Westworld. Não dizia uma palavra, mas era dono de impressionante presença.

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  3. Esqueceram de citar que ele atuou em Westworld - Onde Ninguém Tem Alma de 1973

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Um dos homens mais lindos do cinema, perfeito e talentoso.

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