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O belo Tony Curtis, o galã de olhos azuis


Tony Curtis foi um ator cuja carreira durou seis décadas, mas que alcançou o auge de sua popularidade nos anos 1950 e início dos anos 1960. Ele atuou em mais de 100 filmes, em diversos gêneros, da comédia leve ao drama sério.

Embora seus primeiros papéis no cinema tenham se aproveitado principalmente de sua boa aparência, na segunda metade da década de 1950, ele demonstrou alcance e profundidade em vários papéis dramáticos e cômicos.


Tony Curtis era o nome artístico de Bernard Schwartz, filho de imigrantes judeus que nasceu em Nova York, em 03 de junho de 1925. Seu pai era da Tchecoslováquia e sua mãe da Hungria, e Tony só aprendeu a falar inglês por volta dos seis anos de idade.

Sua família era muito pobre, e o ator teve uma infância difícil. Sua mãe era esquizofrênica, e batia muito nos filhos. Um de seus irmãos também sofria da mesma doença. Aos oito anos de idade ele e e seu irmão Julius foram mandados para um orfanato, porque sua família não tinha condições de sustentá-los. Em 1937 Julius morreu atropelado por um caminhão.

Curtis ingressou em uma gangue, e começou a praticar pequenos delitos, mas foi salvo por um vizinho quando tinha 11 anos de idade. Preocupado com o futuro do menino, o vizinho o colocou em um grupo de escoteiros, onde Tony Curtis encontrou seu rumo. Aos 16 anos de idade, ele fez seu primeiro trabalho como ator amador.

Curtis então alistou-se na marinha, e serviu durante os anos da Segunda Guerra Mundial. A bordo do navio onde trabalhava, ele testemunhou a rendição japonesa na Baía de Tóquio.

Tony Curtis, marinheiro

Ao dar baixa da marinha, ele foi estudar atuação na The New School em Greenwich Village, tendo como colegas de curso Elaine Stritch, Harry Belafonte, Walter Matthau, Bea Arthur e Rod Steiger. Em 1948 ele foi descoberto por Joyce Selznick, uma agente de talentos que era sobrinha do produtor de filmes David O. Selznick.

Curtis conseguiu um contrato com a Universal, e fez amizade com os novatos Rock Hudson, Julie Adams e Piper Laurie. Na Universal, ele recebeu treinamento de esgrima e equitação, mas em sua biografia ele afirmou que entrou para o cinema apenas pensando em ganhar algum dinheiro e namorar garotas bonitas. E parece que deu certo, pois em 1948 ele teve um romance com a então iniciante Marilyn Monroe.

No estúdio, seu nome foi mudado para Anthony Curtis (Kurtis, era o sobrenome de solteira de sua mãe). Ele estreou no cinema como figurante, interpretando um gigolô que dança rumba com Yvonne de Carlo em Baixeza (Criss Cross, 1949).

Tony Curtis em Baixeza

O ator seguiu fazendo papéis menores em filmes como Almas Abandonadas (City Across the River, 1949), Traficantes da Morte (Johnny Stool Pigeon, 1949) e E... O Mulo Falou (Francis, 1950). Em 1951 ele ganhou um papel com certo destaque no western Serras Sangrentas (Sierra, 1950), estrelado por Audie Murphy. Ele trabalharia com Murphy novamente em Cavaleiros da Bandeira Negra (Kansas Raiders, 1950), onde teve um papel maior. Este foi o primeiro filme onde ele foi creditado como Tony Curtis.

Tony Curtis em Cavaleiros da Bandeira Negra 

Curtis recebia centenas de cartas de fãs, e a Universal resolver testá-lo como protagonista do filme O Príncipe Ladrão (The Prince Who Was a Thief, 1951). Co-estrelado por Piper Laurie, o filme era uma aventura passada do Oriente Médio, feita em Technicholor, e fez um enorme sucesso nas bilheterias.

Tony Curtis e Piper Laurie em O Príncipe Ladrão

Tony Curtis tornava-se um astro. Ainda em 1951, ele se casou com a atriz Janet Leigh, que anos mais tarde ficaria famosa como a vítima da cena do chuveiro, em Psicose (Psico, 1960), de Alfred Hitchcock.

Em seguida ele atuou em Tormenta da Carne (Flesh and Fury, 1952) e fez mais dois filmes contracenando com Piper Laurie, a comédia ...E o Noivo Voltou (No Room for the Groom, 1952) e a aventura O Filho de Ali Babá (son of Ali Baba, 1952).


Em Houndi, o Homem Miraculoso (Houdine, 1953), ele trabalhou pela primeira vez ao lado da esposa Janet Leigh. O casal teve duas filhas, as atrizes Kelly Curtis (nascida em 1956) e Jammie Lee Curtis (nascida em 1958). Curtis fez muitos filmes na primeira metade da década de 50, na maioria deles, filmes de aventuras onde exploraram seu físico musculoso e beleza, normalmente em produções de baixo orçamento. Ele também cantou no musical Três Marujos em Paris (So This is Paris, 1954).

Tony Curtis e Janet Leigh em Houndi, o Homem Miraculoso


Tony Curtis, Janet Leigh e as filhas

A primeira super produção em que participou foi o filme Trapézio (Trapeze, 1956), ao lado de Burt Lancaster e Gina Lollobrigida. O filme foi um dos maiores campeões de bilheteria daquele ano. Ele voltaria a trabalhar com Lancaster no ano seguinte, em A Embriaguez do Sucesso (Sweet Smell of Sucess, 1957), que não foi muito bem sucedido, mas rendeu a Tony Curtis excelentes críticas.

Burt Lancaster, Gina Lollobrigida e Tony Curtis em Trapézio

Em 1958 Kirk Douglas exigiu o ator no elenco do filme Vikings, os Conquistadores (The Vikings, 1958), que ainda tinha Janet Leigh no elenco. E ao lado de Franck Sinatra e Natalie Wood, fez sucesso no filme Só Ficou a Saudade (Kings Go Forth, 1958).

No mesmo ano fez aquele é considerado um de seus melhores filmes, Acorrentados (The Defiant Ones, 1958). Ao lado de Sidney Poitier, Curtis interpretava um fugitivo da prisão, branco, acorrentado a um prisioneiro negro. Ambos os atores foram indicados ao Oscar na categoria de Melhor Ator.

Sidney Poitier e Tony Curtis em Acorrentados

Ainda em 1958 o ator estrelou a comédia leve De Folga Para Amar (The Perfect Furlough, 1958), novamente ao lado da esposa Janet Leigh. Este seria o primeiro filme do ator com o diretor Blake Edwards, com quem ele trabalharia em outras ocasiões.

Foi então que Billy Wilder o escalou para atuar em Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot, 1959). Junto com Jack Lemmon, Curtis interpretava um músico que se vestia de mulher e ingressava em uma banda feminina para fugir de gângster que os perseguiam. A comédia, considerada uma das melhores de todos os tempos, também era estrelada por Marilyn Monroe, com quem Curtis já havia namorado.

Durante as filmagens, ele disse que beijar Marilyn foi "como beijar Hitler". Na época, esta declaração foi atribuida aos constantes atrasos e problemas que a atriz causava nos bastidores. Porém, em 2008, quando publicou sua biografia, Curtis revelou que teve outro relacionamento com Monroe durante as filmagens (ambos era casados na época), e que a atriz havia engravidado de um filho seu, que posteriormente ela perdeu.

Tony Curtis, Marilyn Monroe e Jack Lemmon em Quanto Mais Quente Melhor

Curtis então voltou a trabalhar com Blake Edwards em Anáguas a Bordo (Operation Petticoat, 1959), que fez muito sucesso. Na sequência, fez comédias leves como Quem Era Aquela Pequena? (Who Was That Lady, 1960) e A Taberna das Ilusões Perdidas (That Rat Race, 1960).

Em 1960 Tony Curtis foi convidado por Kirk Douglas para interpretar o escravo Antonius no épico Spartacus (Idem, 1960), outro grande sucesso de sua carreira. Pelo seu trabalho, o ator foi indicado a um Globo de Ouro.

Tony Curtis em Spartacus

Em setembro de 1961 Tony Curtis fez uma breve passagem pelo Brasil. O ator estava a caminho da Argentina, onde iria filmar um novo épico, Taras Bulba (Idem, 1962), ao lado de Yul Bryner. A bordo de um navio, Curtis fez paradas em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, acompanhado de Janet Leigh e suas duas filhas.

Em São Paulo, foi contratado para se apresentar como atração internacional da TV Record. A emissora tinha uma longa tradição de apresentar grandes artistas estrangeiros em seus shows, e conseguiu levar Curtis por uma noite.

Porém, apesar de ter feito um musical, Tony não cantava e não tinha nenhum número preparado. Meio de improviso, o galã tocou flauta e participou de um concurso de dança, organizado de última hora pelo humorista Chocolate, que "salvou" o show.

Depois o ator partiu rumo à Argentina.

Tony Curtis com Rose Rondelli e e Luely Figueiró no Rio de Janeiro

Janet Leigh, Tony Curtis e Odete Lara


Durante as filmagens de Taras Bulba (Idem, 1962), ele conheceu a atriz austríaca Christine Kauffman. Eles tiveram um relacionamento durante as filmagens, e o ator se divorciou de Janet Leigh para se casar com ela, em 1963.

Christine Kauffman e Tony Curtis em Taras Bulba

Sua carreira começou a entrar em declínio na década de 60, embora a comédia de Blake Edwards, A Corrida do Século (The Great Race, 1965), tenha feito bastante sucesso. Curtis também co-estrelou Boeing Boeing (Boeing, Boeing, 1965), ao lado de Jerry Lewis. E apareceu com "Stoney Curtis" no desenho Os Flintstones, em 1965.

Tony Curtis e Jerry Lewis em Boeing Boeing

Tony Curtis em Os Flintstones

Em 1962 ele fez uma participação não creditada em Quando Paris Alucina (Paris - When It Sizzles, 1962), contracenando com Audrey Hepburn. Também não foi creditado por sua participação em O Bebê de Rosemary (Rosemary's Baby, 1968), onde nem chegou a aparecer, apenas dublando um personagem ao telefone.

Em 1967 atuou ao lado de Claudia Cardinale em Não Faça Onda (Don't Make Waves, 1967) e chegou a fazer um filme na Itália, O Cinturão da Castidade (La Cintura di Castità, 1967), ao lado de Monica Vitti.

Em 1968 o ator fez seu primeiro papel dramático em muitos anos, interpretando o serial killer Albert DeSalvo, um personagem real, no filme O Homem Que Odiava as Mulheres (The Boston Strangler, 1968). Curtis recebeu muitas criticas elogiando seu trabalho, que é considerado por muitos seu último grande papel no cinema.

Tony Curtis em O Homem Que Odiava as Mulheres

Com Charles Bronson ele fez Corruptos e Sanguinários (You Can't Win 'Em All, 1970) e depois migrou para a televisão. Curtis estrelou a série Os Persuasores (The Persuaders!, 1971-1972), ao lado de Roger Moore, mas a série foi cancelada devido aos compromissos de Moore no papel de James Bond. Ele também estrelou a série McCoy (1875-1976), que foi cancelada após apenas 5 episódios.



Curtis foi um dos muitos astros veteranos em O Último Magnata (The Last Tycoon, 1976) de Elia Kazan. De volta à Itália, protagonizou a comédia Casanova e Cia. (Casanova & Co., 1977) e atuou com Mae West em Sextette - A Grande Estrela (Sextette, 1977). Também estrelou o filme de terror Manitou - O Espírito do Mal (The Manitou, 1978).

Mae West e Tony Curtis em Sextette - A Grande Estrela


Na década de 80 Tony Curtis começou a pintar quadros, paixão que tinha desde a juventude, passando a se dedicar mais a pintura do que a atuação.  Ele realmente nunca deixou de atuar, mas seus trabalhos no cinema e televisão foram ficando cada vez mais inexpressivos.

O declínio de sua carreira também se deu ao abuso de bebidas e drogas, vícios iniciados na década de 70. Em 1980 ele chegou a ser internado em uma clínica de reabilitação.




Seu último grande filme foi A Maldição do Espelho (The Mirror Crack'd, 1980), que tinha um elenco de astros como Angela Lansbury, Geraldine Chaplin, Rock Husdon, Kim Novak e Elizabeth Taylor

Kim Novak, Geraldine Chaplin, Elizabeth Taylor, Tony Curtis, Edward Fox e Rock Hudson
em A Maldição do Espelho

Tony Curtis ainda atuou na série Vega$ (1978-1981), e em filmes como Malícia Atômica (Insignificance, 1985), Nu em Nova York (Naked in New York, 1993), Os Imortais (The Immortals, 1995) e Por Uma Boa Briga (Play It to the Bone, 1999). Além de aparecer em séries como Lois & Clark - As Novas Aventuras do Superman (Lois & Clark) e Roseanne.

Tony Curtis e Eric Stolz em Nu em Nova York

Em 1994 seu filho Nicholas, fruto do seu terceiro casamento (com a atriz Leslie Curtis) faleceu de overdose de heroína, com apenas 23 anos de idade. 

Dois anos antes, David Mandel-Bloch (que quando criança interpretou o Adam Stephens na série de televisão A Feiticeira), e seu irmão gêmeo, foram a um programa de televisão afirmarem que eram filhos de Tony Curtis com uma modelo que ele engravidará em 1968. O caso foi resolvido extra judicialmente em 2004, sem que o resultado viesse a público. (leia mais sobre esta história aqui)

Tony Curtis e David-Mandel Bloch, ambos aos 48 anos de idade

Na década de 90 o ator também buscou resgatar sua herança judaíca. Curtis e sua filha Jamie Lee Curtis ajudaram a financiar a reconstrução da Grande Sinagoga em Budapeste, na Hungria. A maior sinagoga da Europa hoje em dia, foi originalmente construída em 1859 e sofreu danos durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1998, ele também fundou a Fundação Emanuel para a Cultura Húngara, e serviu como presidente honorário. A organização trabalha para a restauração e preservação das sinagogas e dos 1300 cemitérios judaicos na Hungria e é dedicada às 600.000 vítimas judias do Holocausto na Hungria e às terras ocupadas pelo exército húngaro. 

Tony Curtis, Janet Leigh e Jammie Lee Curtis

Ele e Jill Vandenberg Curtis, sua sexta exposa, também gastaram alguns milhares de dólares resgatando cavalos que seriam abatidos. 

Em 08 de julho de 2010 0 ator foi internado devido a doenças pulmonares crônicas, resultado de anos de tabagismo. E no dia 29 de setembro desde mesmo ano, ele teva uma parada cardíada, falecendo com 85 anos de idade. Meses antes, ele havia retirado todos os seus filhos do testamento, deixando tudo para sua última esposa, Jill.

Tony Curtis, em 2010



Veja também: A Outra Doris Day






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8 Comentários

  1. Era o meu ídolo tão lindo. Nós matinês fazia a gente sonhar com aqueles olhos lindos.Amei

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  2. Tony Curtis marcou época, conseguia aliar beleza física e talento. Quem não se lembra de Spartacus que ele estrelou ao lado de Kirk Douglas?

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  3. Michael Carvalho Silva18 de setembro de 2024 às 13:33

    Tony Curtis era um homem de classe e de berço ao contrário do Mirtes Carvalho no Jardim Atlântico que sempre foi apaixonado por ele e do Gilberto Gil e do José Luíz Datena também.

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  4. Michael Carvalho Silva18 de setembro de 2024 às 13:48

    É uma pena que Jamie Lee Curtis não tenha herdado a mesma classe e o berço de seus próprios pais Tony Curtis e Janet Leigh. O mesmo pode ser dito de todo o lixo pornô e racista branco e anglo-saxão de Hollywood como Kim Basinger, Dan Aykroyd, Sigourney Weaver, Michael Biehn, Peter Jackson, Mary Steenburgen, Clint Eastwood e Corinne Russell que são apenas a escória e o expurgo da humanidade inteira sobre o Planeta Terra também.

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  5. Michael Carvalho Silva19 de setembro de 2024 às 09:17

    O cineasta neozelandês Peter Jackson inclusive é a tradução perfeita daquele velho ditado brasileiro que diz que quem não tem vergonha na cara, o mundo inteiro lhe pertence como é o caso dele próprio também.

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  6. Michael Carvalho Silva19 de setembro de 2024 às 09:43

    Não é para menos que a Marlene Mattos é uma bruxa pois o pai dela era um sem vergonha que nem ela e mais ainda que nem o Mirtes Carvalho da Rua 47 no Jardim Atlântico também.

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  7. Michael Carvalho Silva19 de setembro de 2024 às 14:36

    O Tony Curtis era um artista internacional de altíssimo nível ao contrário desses sambistas brasileiros e nojentos de merda como o Martinho da Vila, o João Nogueira, o Zeca Pagodinho e a Alcione por exemplo que não tem um pingo sequer de vergonha na cara e que jamais receberam nenhum tipo de educação em casa feito os seus próprios filhos e netos.

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  8. Michael Carvalho Silva19 de setembro de 2024 às 14:42

    Outro também que não tem um pingo sequer de educação e nem de vergonha na cara é aquele tal de Dominic Monaghan que vivia transando o tempo todo com aquele porco neozelandês do Peter Jackson durante as filmagens daquela bosta inútil de O Senhor dos Anéis que eu jamais tive o menor interesse em ver e nem em ler também além dele ter dado em cima de praticamente todo o elenco da série Lost também que era realmente ótima em todos os sentidos da palavra.

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