Por Diego Nunes
Em 11 de outubro de 1957 o ator Marlon Brando, um dos solteiros mais cobiçados de Hollywood, casou-se com a atriz indiana Anna Kashfi, recém chegada em Hollywood.
Kashfi era uma beldade exótica, que havia despontando na terra do cinema ao interpretar uma garota hindu em A Maldição da Montanha (The Mountain, 1956), de Edward Dmytryk.
Ana Kashfi
Anna tinha uma história fantástica, era uma garota indiana com um passado triste, uma jovem orfã, que tinha um passado de vida miserável, mas que se tornara uma estrela em Hollywood.
Muita publicidade foi feita em torno da exótica moça, que ganhou ainda mais destaque com o casamento com Brando.
Muita publicidade foi feita em torno da exótica moça, que ganhou ainda mais destaque com o casamento com Brando.
O casamento com o ator elevou sua carreira, e ela foi escalada para co-estrelar Hino de uma Consiência (Battle Hymm, 1957), onde fazia a esposa coreana de Rock Hudson.
Anna Kafshi e Rock Hudson em Hino de uma Consiência
Em seguida, ela fez o principal papel feminino em Como Nasce um Bravo (Cowboy, 1958), estrelado por Glenn Ford, Jack Lemmon e Dick York. No filme, ela interpretava uma garota mexicana. Depois Anna interpretou a esposa afro-americana de Nat King Cole em Noite de Lua Minguante (Night of the Quarter Moon, 1959).
Anna Kafshi e Nat King Cole em Noite de Lua Minguante
Porém, em 1959 a revista Time publicou uma matéria que abalou a carreira da atriz. Nela, o inglês
William O'Callaghan declarava "esta é minha filha, Joan O'Callaghan"
William O'Callaghan declarava "esta é minha filha, Joan O'Callaghan"
Joan O'Callaghan havia realmente nascido na Índia, em 30 de setembro de 1934, mas era filha de um inglês com uma escocesa, e só nasceu no país porque seu pai era funcionário da empresa inglesa de trens, e fora transferido para lá. Ela viveu em Calcutá parte da infância, mas havia sido criada em Cardiff, no País de Gales. E sua história também não era tão triste.
Ela havia sido modelo em Londres, e junto com o publicitário Glyn Mortimer haviam criado sua nacionalidade exótica. Kafshi tinha um irmão também, que estava então frequentando uma faculdade em Cardiff.
A notícia foi um escândalo, e destruiu a carreira da atriz. Ela ainda faria mais alguns trabalhos na televisão, mas sem grandes convites para atuar, desistiu da carreira em 1963. Marlon Brando, ao saber que fora enganado, pediu o divórcio, e eles se separaram em abril de 1959. Acredita-se que ele também possa ter sabotado sua carreira junto aos grandes estúdios, principalmente devido a disputa judicial pelo filho do casal.
Em 1958 ela havia tido um filho com o ator, chamado Christian Brando. Eles brigavam nos tribunais pela guarda do menino, mas Brando ganhou a custódia. A mentira de Anna Kafshi ajudou a desqualificá-la perante o júri.
Anna Kafshi e Christian Brando
Em maio de 1971, já afastada do cinema há muitos anos, Kafshi tornou-se guardiã legal da atriz Gia Scala, que estava em depressão e sob observação psiquiátrica após tentar o suicídio algumas vezes. Elas haviam trabalhados juntas em Como Nasce um Bravo (1958) e eram amigas desde então. Mas em abril de 1972 Gia finalmente tirou a própria vida, com apenas 38 anos de idade.
Em 1979 Anna Kafshi publicou um livro de memórias, onde afirmava ser sim metade indiana, e que William O'Callaghan não era seu verdadeiro pai, mas sim seu pai de criação. Sua mãe teria tido um caso com um rapaz indiano, e O'Callaghan teria a assumido. Sua mãe negou categoricamente a acusação ao ser questionada pela imprensa.
Em 1990 seu filho Christian Brando discutiu com o marido da meia irmã, a modelo Cheyenne Brando. Cheyenne confessara ao irmão, que mesmo grávida, apanhava do marido. Christian discutiu com o cunhado na casa de seu pai, Marlon Brando, e matou o rapaz a tiros. Ele foi preso e condenado a dez anos de prisão.
Deprimida, Cheyenne cometeu suicídio em 1995, com apenas 25 anos de idade. Christian deixou a prisão em 1996, e morreu de pneumonia em 2008.
Anna Kafshi morreu pobre, em 16 de agosto de 2015, em Woodland, Washington. Ela tinha 80 anos de idade.
Anna Kashifi, em 2015
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