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Carmen Amaya, a cigana que levou o flamenco a Hollywood


Na década de 40, os musicais de Hollywood estavam sempre buscando inovar, apresentando nas telas novos talentos de todo o mundo. Fosse com uma nadadora como Esther Williams, uma patinadora norueguesa como Sonja Heine ou a nossa brasileira Carmen Miranda cantando sambas com frutas na cabeça.

A espanhola Carmen Amaya também foi uma das muitas atrações internacionais exóticas importadas por Hollywood.


Não se sabe ao certo a data de nascimento de Carmen Amaya, pois ela nasceu em uma comunidade cigana itinerante, sem documentação. Mas o mais provável é que ela tenha nascido em Somorrostro, distrito de Barcelona, em 02 de novembro de 1913. Filha do guitarrista José Amaya Amaya 'El Chino', Carmen Amaya era a segunda de onze filhos do casal, sendo que apenas seis sobreviveram até a fase adulta, devido às grandes dificuldades financeiras da família.

Carmen começou a dançar ainda muito pequena, acompanhando o pai. Aos seis anos de idade, com o apelido de 'La Capitana', já era famosa, e aos oito estava se apresentando no Palace Theatre de Paris. Considerada "a maior dançarina de Flamenco e dança cigana de sua geração", foi a primeira dançarina a executar passos antes reservados apenas aos dançarinos do sexo masculino. Às vezes ela se apresentava com calças de cintura alta, para demonstrar a sua força na dança.

Carmen Amaya e sua tia Juana

No final dos anos 20 já era uma estrela, se apresentando por toda à Espanha. Em 1930 se apresentou na Exposição Internacional de Madri e era destaque no elenco de várias companhias de espetáculos de revista. Ela estreou no cinema em La hija de Juan Simón (1935). Em 1939 estrelou Maria de La Ó (1939), um clássico da cultura espanhola.


No auge do sucesso, Carmen Amaya se viu em uma situação complicada quando estourou a Segunda Guerra Mundial. Os ciganos, como ela, também eram enviados para os campos de concentração pelos nazistas.

Além disto, ela se viu em meio a ditadura de Franco na Espanha. Com a situação cada vez mais complicada, ela fugiu do país como fizeram muitos artistas espanhóis, como a atriz Angelines Fernandes, que anos mais tarde ficaria famosa no México ao interpretar 'a Bruxa do 71' no seriado Chaves.

Carmen Amaya fugiu da Espanha indo para Lisboa, e de lá partiu para uma turnê em Buenos Aires. Nesta época ela apresentou-se também no Brasil, Uruguai, Chile, Colômbia, Cuba, Venezuela e México. Durante sua turnê pela América Latina conheceu o maestro Leopold Stokowsky, que viajava pela região em busca de estudar a música local. O maestro fez inúmeros elogios a artista, que lhe valeram um convite para se apresentar no Carnegie Hall em Nova York.

Carmen Amaya é destaque na revista Life em 10 de março de 1941.


O sucesso no Carnegie Hall lhe valeu um convite para cantar para o presidente Franklyn Delano Roosevelt, na Casa Branca. Em seguida, ela assinou contrato com a MGM e apareceu em um número musical em 'Lourinha do Panamá' (Panama Hattie, 1942). Em Hollywood ela ainda faria 'Revolucionário Romântico' (Knickerbocker Holiday, 1944), 'Epopeia da Alegria' (Follow the Boys, 1944) e 'Processando Doidos' (See My Lawyer, 1945).

Carmen Amaya no cartaz de Processando Doidos

Com o fim da Guerra, ela deixou os Estados Unidos, passando a se apresentar em Londres, Paris, Alemanha, Itália e diversos outros países.

Em 1955 ela retornou aos EUA, e durante sua turnê norte-americana ela teve um romance com o ator Marlon Brando, o que causou um escândalo na época. Carmen tinha 43 anos e o ator 31.


Carmen Amay e Marlon Brando

Ela ainda faria mais alguns trabalhos no cinema. Na Argentina atuou em Dringue, Castrito y la lámpara de Aladino (1954), no México estrelou Música na Noite (Música en la noche, 1958) e de volta à Espanha fez  Los Tarantos (1963), que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Carmen Amaya em Los Tarantos

Pouco tempo depois de atuar em Los Tarantos, em 19 de novembro de 1963, ela faleceu devido a problemas renais, com apenas 50 anos de idade. Na sua cidade natal hoje existe uma estátua em sua homenagem.




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