Na década de 40, os musicais de Hollywood estavam sempre buscando inovar, apresentando nas telas novos talentos de todo o mundo. Fosse com uma nadadora como Esther Williams, uma patinadora norueguesa como Sonja Heine ou a nossa brasileira Carmen Miranda cantando sambas com frutas na cabeça.
A espanhola Carmen Amaya também foi uma das muitas atrações internacionais exóticas importadas por Hollywood.
Não se sabe ao certo a data de nascimento de Carmen Amaya, pois ela nasceu em uma comunidade cigana itinerante, sem documentação. Mas o mais provável é que ela tenha nascido em Somorrostro, distrito de Barcelona, em 02 de novembro de 1913. Filha do guitarrista José Amaya Amaya 'El Chino', Carmen Amaya era a segunda de onze filhos do casal, sendo que apenas seis sobreviveram até a fase adulta, devido às grandes dificuldades financeiras da família.
Carmen começou a dançar ainda muito pequena, acompanhando o pai. Aos seis anos de idade, com o apelido de 'La Capitana', já era famosa, e aos oito estava se apresentando no Palace Theatre de Paris. Considerada "a maior dançarina de Flamenco e dança cigana de sua geração", foi a primeira dançarina a executar passos antes reservados apenas aos dançarinos do sexo masculino. Às vezes ela se apresentava com calças de cintura alta, para demonstrar a sua força na dança.
Além disto, ela se viu em meio a ditadura de Franco na Espanha. Com a situação cada vez mais complicada, ela fugiu do país como fizeram muitos artistas espanhóis, como a atriz Angelines Fernandes, que anos mais tarde ficaria famosa no México ao interpretar 'a Bruxa do 71' no seriado Chaves.
Carmen Amaya fugiu da Espanha indo para Lisboa, e de lá partiu para uma turnê em Buenos Aires. Nesta época ela apresentou-se também no Brasil, Uruguai, Chile, Colômbia, Cuba, Venezuela e México. Durante sua turnê pela América Latina conheceu o maestro Leopold Stokowsky, que viajava pela região em busca de estudar a música local. O maestro fez inúmeros elogios a artista, que lhe valeram um convite para se apresentar no Carnegie Hall em Nova York.
O sucesso no Carnegie Hall lhe valeu um convite para cantar para o presidente Franklyn Delano Roosevelt, na Casa Branca. Em seguida, ela assinou contrato com a MGM e apareceu em um número musical em 'Lourinha do Panamá' (Panama Hattie, 1942). Em Hollywood ela ainda faria 'Revolucionário Romântico' (Knickerbocker Holiday, 1944), 'Epopeia da Alegria' (Follow the Boys, 1944) e 'Processando Doidos' (See My Lawyer, 1945).
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