Por Diego Nunes
Escrito e dirigido por Lima Barreto, com diálogos de Rachel de Queiroz, o filme O Cangaceiro (1953) foi o primeiro filme Brasileiro a fazer sucesso internacionalmente. Vencedor do prêmio de Melhor Filme de Aventura e Melhor Trilha Sonora no Festival de Cannes, o filme foi comprado pela Columbia Pictures, que o distribuiu para 80 países, e só na França ficou cinco anos em cartaz.
Inspirado na história de Lampião, o ator Milton Ribeiro dava vida ao cangaceiro Capitão Galdino.
Milton Ribeiro nasceu em Passos, Minas Gerais, em 21 de agosto de 1921.
Ele iniciou sua carreira como rádio-ator na Rádio Cruzeiro do Sul, já em São Paulo, em 1944. Depois, foi contratado pelas Rádios Associadas (Tupi e Difusora), onde atuou em diversas rádio-novelas. Também atuou em alguns teleteatros nos primeiros tempos da TV Tupi, de São Paulo.
Na mesma época, participou de algumas peças de teatro produzidas pelo TBC (Teatro Brasileiro de Comédias).
Mas foi somente em 1953, quando Lima Barreto o escolheu para protagonizar O Cangaceiro (1953), que o ator passou a ser reconhecido pelo público. Mesmo Ribeiro já tendo atuado anteriormente no cinema, nos filmes Ângela (1951) e Sai da frente (1952), todos produzidos pela Vera Cruz.
O sucesso mundial de O Cangaceiro fez de Milton Ribeiro um astro popular, e ele ganhou até a sua própria história em quadrinhos, com aventuras ambientadas no cangaço. O Gibi era desenhando pelo quadrinista Gedeone Malagola, e publicados pela Editora Júpiter.
Vanja Orico, Alberto Ruschell e Marisa Prado, seus colegas de elenco de O Cangaceiro, receberam convites internacionais, e fizeram sucesso atuando em filmes na Europa, mas Milton Ribeiro, apesar de ter recebido convites para fazer filmes no México, acabou nunca trablhando no exterior.
No Brasil, entretanto, passou a ter papéis melhores na televisão, contratado pela TV Tupi. Ele atuou em muitos teleteatros, e ao lado de Sônia Maria Dorce (a estrelinha mirim do canal), atuou no seriado 48 Horas com Bibinha (1953). Mas na maioria das vezes, acabou repetindo papéis semelhantes ao de Galdino, até mesmo em programas humorísticos.
O ator retornou ao cinema em Três Garimpeiros (1954), e nos anos seguintes, atuaria em diversos filmes do chamado "ciclo do cangaço", que bebia na fonte de O Cangaceiro.
Atuando no ciclo do cangaço, o ator apareceu nos filmes A Lei do Sertão (1956), Arara Vermelha (1957), Cara de Fogo (1958), A Morte Comanda o Cangaço (1960), Três Cabras de Lampião (1962), O Cabeleira (1963), Lapião, o Rei do Cangaço (1964), Entre o Amor eo Cangaço (1965), O Diabo de Vilha Velha (1966), Cangaceiros de Lampião (1967), Corisco, o Diabo Loiro (1969), Meu Nome é Lampião (1969), Pantanal de Sangue (1971) e O Homem do Corpo Fechado (1973). Esses filmes eram uma espécie de western brasileiros, e faziam bastante sucesso com o público com o público.
O ator também atuaria em filmes de outros gêneros, mas com menos frequência, aparecendo em Vou Te Contá (1958), Férias no Arraial (1960), Agnaldo, Perigo à Vista (1969) e Se Meu Dólar Falasse (1970). Também atuou em O Homem do Rio (L'Homme de Rio, 1964), produção francesa estrelada por Jean-Paul Belmondo e Françoise Dorléac, rodada no Rio de Janeiro.
Na TV, Milton Ribeiro ainda atuaria em alguns episódios da série O Vigilante Rodoviário, e faria duas novelas na TV Excelsior: As Minas de Prata (1966) e O Tempo e o Vento (1967).
Em 16 de março de 1972 Milton Ribeiro faleceu após sofrer um infarto fulminante, aos 50 anos de idade.
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