Fernanda Montenegro é uma das atrizes mais consagradas da dramaturgia brasileira. Com mais de 70 anos de carreira no rádio, teatro, cinema e televisão, a atriz é reconhecida internacionalmente, sendo a única artista brasileira indicada ao Oscar por sua atuação. Aliás, Fernanda coleciona uma vasta premiação, tanto no Brasil como no exterior.
Fernanda Montenegro é o nome artístico de Arlette Pinheiro Esteves da Silva Torres, nascida no Rio de Janeiro, em 16 de outubro de 1929. Neta de portugueses dos Açores, e italianos da Sardenha, Fernanda era a mais velha de três irmãs. Curiosamente, ela que se tornaria uma das mais respeitáveis atrizes do teatro brasileiro, é neta de um dos operários que ajudou a construir o Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Fernanda estudou secretariado, estenografia e datilografia, mas aos 15 anos se inscreveu em um concurso do Rádio MEC, que procurava novas rádio atrizes. Fernanda foi aprovada, e começou a trabalhar na emissora como locutora. A Rádio carioca ficava ao lado da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, e levada pela atriz Neli Rodrigues (que viria a ser a terceira esposa do brasileiro Raul Roulien), Fernanda ingressou no grupo de teatro amador dos alunos da faculdade. Seu primeiro papel foi na peça Nuestra Natascha (1945), dirigida por Roulien. Mais tarde, ela ingressou no elenco do Teatro Ginástico.
Paralelamente a carreira teatral que se iniciava, a atriz continuava no rádio, onde permaneceu dez anos. Primeiro como locutora, depois rádio-atriz. No rádio, ela também escrevia alguns textos, e foi nesta época que começou a assinar como Fernanda Montenegro. Mas nem sempre seu trabalho radiofônico era remunerado.
Em 1950 ela conheceu o ator Fernando Torres, seu colega de elenco na peça Alegre Canções nas Montanhas (1950). Eles viriam a se casar em 1953. Sem dinheiro para comprar um vestido de noiva, ela usou um vestido emprestado por Eva Todor, que havia se casado pouco tempo atrás.
Fernando Torres e Fernanda Montenegro
A união durou até 2008, quando o ator faleceu. O casal teve dois filhos, o diretor Cláudio Torres (1962) e a atriz Fernanda Torres (1965).
Em 1951 Fernanda se tornou a primeira artista contratada pela TV Tupi do Rio de Janeiro, sendo um dos primeiros rostos exibidos na transmissão inaugural da emissora. Entre 1951 e 1953, ela atuou em mais de 80 teleteatros em programas como Grande Teatro Tupi e Retrospectiva do Teatro Universal.
Fernanda Montenegro na TV Tupi
No Teatro, foi eleita a atriz revelação pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais em 1952, por seu trabalho na peça Está Lá Fora Um Inspetor e Loucuras do Imperador.
Na década de 50, fez parte da companhia Maria Della Costa e do lendário Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, e recebeu diversos prêmios importantes no período.
Fernanda Montenegro recebendo o Troféu Saci, em 1959, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri e Maria Della Costa
Fernanda Montenegro, eleita Rainha das Atrizes, em 1959
Em 1954 estreou no cinema em Mãos Sangrentas (1954), que tinha no elenco o ator mexicano Arturo de Córdova, que era famoso também em Hollywood.
Após uma breve passagem pela TV Rio, em 1956, onde atuou ao lado de Fada Santoro, Graça Mello e André Villon no programa Teatro das Variedades Moinhos de Ouro. Das várias peças encenadas pelo elenco, a primeira foi O Morro dos Ventos Uivantes.
Em 56 ainda, Fernanda Montenegro retornou a TV Tupi, onde ficou até 1963. Neste período, atuou em mais de 160 peças na emissora, muitas com o Teatro dos Sete, companhia teatral que ajudou a fundar em 1959, ao lado de Sérgio Britto, Ítalo Rossi, Gianni Ratto, Luciana Petrucelli, Alfredo Souto de Almeida e Fernando Torres. Nesta época, já era considerada uma das grandes damas dos palcos brasileiros.
Na televisão, também era muito respeitada, sendo constantemente premiada por seus trabalhos em teleteatros.
Em 1963 retornou a TV Rio, onde atuou nas novelas Pouco Amor Não É Amor e A Morta Sem Espelho, ambas escritas por Nélson Rodrigues, e dirigidas por Fernando Torres e Sérgio Britto, respectivamente.
Fernanda Montenegro e Nélson Rodrigues
Em 1965 retornou ao cinema no clássico A Falecida (1965), de Leon Hirzman. Por sua atuação, recebeu todos os principais prêmios do cinema brasileiro daquele ano.
Ao longos dos anos, a atriz participou de mais de 40 filmes, alguns deles considerados verdadeiras obras primas da cinematografia nacional. Entre seus filmes destacamos Em Família (1970), Eles Não Usam Black-Tie (1981), A Hora da Estrela (1985), Veja Esta Canção (1994), Gêmeas (1999), O Auto da Compadecida (2000), Olga (2004), Casa de Areia (2005), O Amor nos Tempos de Cólera (2007), Boa Sorte (2014) e A Vida Invisível de de Eurídice Gusmão (2019).
Fernanda Montenegro e Gianfrancesco Guarnieri em Eles Não Usam Black Tie
Fernanda Montenegro e Maurício Gonçalves em O Auto da Compadecida
Fernanda Montenegro, Seu Jorge e Fernanda Torres em Casa de Areia
Ela também atuou em O Que é Isso Companheiro? (1997) que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. No ano seguinte, estrelou Central do Brasil (1998), que além de ser indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro, valeu a atriz uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Fernanda além de ser a única brasileira indicada ao Oscar, é também a única artista indicada ao prêmio atuando em língua portuguesa. E embora não tenha ganho o Oscar, ela também foi indicada ao Globo de Ouro e diversos prêmios internacionais.
Fernanda Montenegro e Vinícius de Oliveira em Central do Brasil
O papel de Dora, a escritora de cartas da Central do Brasil, rendeu a Fernanda muitos prêmios em festivais internacionais, como o Urso de Prata no Festival de Berlim.
Fernanda Montenegro e Walter Salles em Berlim
Na televisão, ainda atuou na TV Excelsior, onde participou de Redenção (1967), a novela mais longa da televisão brasileira, e no sucesso Sangue do Meu Sangue (1969). Também fez novelas na TV Tupi e na Bandeirantes e atuou em diversas produções na Rede Globo, onde atuou pela primeira vez em 1965, quando a emissora inaugurou.
Tonia Carreto, Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg em Sangue do Meu Sangue
Entre seus trabalhos mais famosos na TV Globo estão Guerra dos Sexos (1983), Riacho Doce (1990), Incidente em Antares (1994), Zazá (1997) e Hoje é Dia de Maria (2005). Em 2014, por seu trabalho no especial Doce de Mãe (2014), ganhou o prêmio Emmy Internacional, tornando-se também a primeira brasileira premiada com tal honraria.
Fernanda Montenegro e Paulo Autran em Guerra dos Sexos
Fernanda Montenegro com seu prêmio Emmy
A atriz esteve na primeira fase da novela A Dona do Pedaço (2019) e recentemente gravou o especial Amor e Sorte (2020), ao lado da filha Fernanda Torres. Com a filha, também fez a continuação, Gilda, Lucia e o Bode (2020).
Em 2021 ela ainda atuou no longa Piedade, e está com uma vaga garantida na Academia Brasileira de Letras, já que todos os candidatos retiraram a candidatura em respeito a carreira da atriz.
Fernanda Montenegro em A Dona do Pedaço
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