Últimas Notícias

6/recent/ticker-posts

Em 1945 a estrela Maureen O'Hara já denunciava a o assédio sexual em Hollywood


A atriz irlandesa Maureen O'Hara foi uma das grandes estrelas da Era de Ouro de Hollywood. Ela despontou para o sucesso após viver a cigana Esmeralda no clássico O Corcunda de Notre Dame (1939), e esteve no elenco de sucessos como Como Era Verde Meu Vale (1941).

Mas em 1945, quando a ruiva já era uma das maiores estrelas das telas, ela teve a coragem de denunciar o assédio sexual por parte de diretores e produtores, muito antes das atrizes se unirem para delatar o produtor Harvey Weinstein em 2017, que deu origem ao movimento #metoo.

Em 1945, em uma declaração ao jornal The Mirror, a atriz desabafou que por recusar as investidas de homens poderosos na indústria do cinema, foi rotulada como "uma batata fria, e sem apelo sexual".


Relato de Maureen O'Hara ao jornal The Mirror, escancarando o lado obscuro (e podre) de Hollywood

A tradução do artigo:


"Estou tão chateada com isto que estou pronto para sair de Hollywood. Está tão ruim que odeio vir trabalhar de manhã. Sou uma vítima indefesa de uma campanha de sussurros em Hollywood. Porque eu não deixo o produtor e o diretor me beijarem ou apalparem todas as manhãs, eles espalharam a notícia pela cidade que eu não sou uma mulher - que eu sou um pedaço frio de uma estátua de mármore. Acho que Hollywood não vai me considerar como nada, exceto um pedaço frio de mármore até que eu me divorcie do meu marido e doe o meu bebê, e obterei meu nome e fotografia em todos os jornais. Se essa é a ideia de Hollywood de ser uma mulher, estou pronto para deixá-la agora."

Na época, o artigo teve pouca ou nenhuma repercussão, e nada foi apurado ou feito efetivamente. A única consequência foi que, em 1945, Maureen praticamente não fez nenhum filme, embora sua carreira tenha durado por muitos anos, e ela tenha atuado em outros clássicos como De Ilusão Também Se Vive (1947) e Depois do Vendaval (1952).

E em 1957 a atriz foi vítima de outra importunação a sua vida pessoal, quando a revista Confidential publicou um artigo escandaloso, e falso, relatando que a atriz havia sido expulsa de um cinema por estar fazer sexo com um latino nas poltronas, durante a exibição de um filme.



A revista Confidential era um tabloide com uma tiragem de quase 4 milhões de cópias por semana, especializado em fofocas e fake news. A revista chegou a contratar uma falsa condessa que trabalhava como atriz, chamada Francesca de Scaffa, para dormir como os atores, e relatar o encontro sexual nas páginas da publicação.

Maureen O'Hara então processou a revista, e fez uma enorme mobilização (que incluiu até uma investigação no congresso americano), que fez com que a publicação fosse fechada, e seu dono (e Francesca de Scaffa também) fugissem para o México para não serem presos.

Durante o processo, a atriz provou que na data em que foi acusada de fazer sexo em público, em um cinema em Los Angeles, nem mesmo estava no país. Maureen O'Hara na época estava na Espanha, gravando um filme por lá, como provou com seu passaporte, registros de hotel e fotografias publicadas na imprensa local.


Maureen O'Hara depondo contra a Confidential Magazine


Maureen O'Hara faleceu em 24 de outubro de 2015, aos 95 anos de idade.






Veja também: Tributo a Cary Grant



Curta nossa página no Facebook
Se inscreva no nosso canal do Youtube
Siga também nosso Instagram

Ajude o site a se manter no ar, contribua com qualquer valor no PIX contatomemoriacine@gmail.com


Postar um comentário

0 Comentários