Márcia de Windsor era uma mulher elegante, tanto que todos os diretores sempre a escalavam para papéis de mulheres sofisticadas. Ela também é lembrada por trabalhar como jurada no programa Flávio Cavalcanti, onde sempre atribuía "nota dez" para os calouros, ao contrário de jurados rabugentos que esculhambavam os candidatos.
Márcia Couto Barreto nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em 03 de outubro de 1934. Nascida em uma família tradicional e abastada, Márcia foi criada para ser uma dama da sociedade, mas acabou rompendo com a família para se casar, ainda adolescente, com Arlindo Assis Montanha de Andrade, com quem teve três filhos: os gêmeos Antenor e Arlindo Barreto, e Gilberto Márcio.
Mas o casamento durou pouco, e eles se divorciaram em 1955, e ela se mudou para o Rio de Janeiro. Lá, a jovem da alta sociedade mineira acabou ingressando no teatro de revista, trabalhando como vedete.
Márcia estreou nos palcos em 1958, e recebeu seu nome artístico de Stanislaw Ponte Preta, que dizia que ela parecia com a "Duquesa de Windsor".
Márcia de Windsor como vedete
Deste período, existe um raro registro da jovem Márcia de Windsor trabalhando ao lado da também novata Norma Benguell, em um comercial do achocolatado Toddy, feito em 1958.
Em 1959 começou também a aparecer em programas de televisão, trabalhando como freelancer em emissoras como a TV Continental, Record e TV Rio.
Ao mesmo tempo, ainda atuava em revistas e espetáculos musicais de teatro, e começou ganhar destaque no programa Chocolate e Seus Bombons (1963-1964), na TV Record.
No cinema, estreou no filme As Sete Evas (1962). Depois, ainda atuaria em Sangue na Madrugada (1964), Crônica da Cidade Amada (1964), O Mundo Alegre de Helô (1967), A Um Pulo da Morte (1969), Um Crime no... Verão! (1972) e A Força do Sexo (1978).
Cartaz de As Sete Evas
Márcia de Windsor no filme Um Crime no... Verão!
Mas foi na televisão que Márcia conquistou o grande público. Ela estreou na novela O Acusador (1964), produzida pela TV Tupi do Rio de Janeiro.
Durante as gravações da novela, ela contracenava com o ator Jardel Filho, com quem se casou em 1965 (embora tenham se separado em 1965).
Jardel e Márcia então foram contratados pela Rede Globo, onde estrelaram a série 22-2000 Cidade Alerta (1965). Depois, sem o marido, ela também atuou na série TNT (1965), também na Globo.
Jardel Filho e Márcia de Windsor
Márcia também atuou em algumas das primeiras novelas do canal, como O Sheik de Agadir (1966) e A Sombra de Rebecca (1967).
Henrique Martins e Márcia de Windsor em O Sheik de Agadir
Márcia de Windsor depois foi para a TV Excelsior, onde fez Os Fantoches (1967). No canal, também atuou em A Menina do Veleiro Azul (1968) e Os Estranhos (1969), uma novela que ficou famosa por retratar extraterrestres, e por ser estrelada pelo jogador de futebol Pelé.
Nesta época também fez A Última Testemunha (1968), na TV Record.
Márcia de Windsor e Vida Alves em Os Fantoches
Depois, de volta a TV Tupi, atuou em E Nós, Aonde Vamos? (1970), Bel-Ami (1972), Na Idade do Lobo (1972) e O Profeta (1977). E durante um breve período, ainda atuou novamente na Record, em Venha Ver o Sol na Estrada (1973).
Márcia de Windsor e Adriano Reys emE Nós, Aonde Vamos?
Márcia de Windsor (de véu) em Venha Ver o Sol na Estrada
John Herbert, Débora Duarte e Márcia de Windsor em O Profeta
Na televisão também se consagrou como jurada, trabalhando em programas de calouros apresentados por nomes como Silvio Santos e Flávio Cavalcante. Por seus constantes trabalhos na televisão, ganhou o Troféu Imprensa de A Mais Elegante da TV, em 1971.
Márcia de Windsor como jurada
Márcia de Windsor e Silvio Santos
Em 1979 ela foi contratada pela TV Bandeirantes, onde atuo nas novelas Cara a Cara (1979), Cavalo Amarelo (1980), Os Adolescentes (1981) e Ninho da Serpente (1982).
Fernanda Montenegro e Márcia de Windsor em Cara a Cara
Márcia de Windsor e Alexandre Raymundo em Os Adolescentes
E novamente ao lado de Flávio Cavalcanti, apresentava o quadro Meu Netinho é Uma Graça, dentro do programa Boa Noite Brasil.
No dia 03 de agosto de 1982 Márcia gravou o quadro do programa, e depois foi para o hotel onde estava hospedada em São Paulo. No dia seguinte, ela tinha gravações dos capítulos finais da novela Ninho da Serpente, mas não apareceu nas gravações.
Sempre muito pontual e responsável, membros da equipe foram procurar a atriz no hotel onde ela estava, e a encontraram morta, vítima de um infarto fulminante.
Márcia de Windsor morreu na manhã de 04 de agosto de 1982, com apenas 47 anos de idade
Márcia de Windsor no Boa Noite Brasil de 03 de agosto de 1982
(na noite anterior de sua morte)
Márcia era mãe do ator Arlindo Barreto, que foi astro das pornochanchadas da década de 1970, e na década de 1980 foi um dos apresentadores a vestir a fantasia do palhaço Bozo, no SBT. A vida de Arlindo foi contada no filme Bingo, o Rei das Manhãs (2017).
E embora os nomes originais tenham sido alterados no filme, Ana Lúcia Torres interpretou Márcia de Windsor na obra.
Arlindo Barreto e Márcia de Windsor
Veja Também: Os Estranhos (1969), uma novela da TV Excelsior
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