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Olga Baclanova, uma estrela russa em Hollywood






Olga Baclanova foi uma atriz russa que fez muito sucesso em seu país antes da Revolução de 1917. Posteriormente, ela conquistou Hollywood, onde foi estrela do cinema mudo, mas não conseguiu fazer uma boa transição para o cinema falado.

Baclanova é mais lembrada por atuar em clássicos como O Homem Que Ri (The Man Who Laughs, 1928) e Monstros (Freaks, 1932), e também pela sua semelhança com a cantora Madonna.


Na esquerda, Olga Baclanova, na direita Madonna

Olga Vladimirovna Baklanova nasceu na Rússia, em 19 de agosto de 1893. Sua mãe, Alexandra Baklanov atuou nos primeiros filmes russos, e seu irmão Gleb Baklanov foi um general soviético, que foi herói na Segunda Guerra Mundial.

Olga Baclanova estudou no Instituto Cherniavsky, e depois foi aceita no Teatro de Arte de Moscou, onde foi colega de classe da atriz Maria Ouspenskaya.

Olga tornou-se uma popular artista em seu país natal, apresentando-se no teatro e no rádio, e até gravando alguns discos. Ela também estreou no cinema russo em 1914, e fez 18 filmes até 1918.

Olga chegou a estrelar Khleb (1918), o primeiro filme feito no país após a Revolução Russa. Ao contrário de algumas de suas conterrâneas, ela não era de origem nobre, e não precisou fugir do país durante o conflito que destituiu o Czar.


Olga Baclanova no teatro russo


Olga chegou a ser homenageada pelo governo russo, em 1925. Mas no mesmo ano ela foi convidada a fazer uma turnê em Nova York, e depois recusou-se a voltar para ser país, sendo então considerada uma desertora.

Ao deixar a Rússia, o diretor Vladimir Nemirovich-Danchenko, admirador de seu trabalho, promoveu a ex-corista Lyubov Orlova a estrela de cinema, justamente por sua semelhança física com Olga Baclanova.


Lyubov Orlova


Enquanto Olga se apresentava nos palcos de Los Angeles, ela foi convidada para atuar no cinema, aparecendo em Mulher Cobiçada (The Dove, 1927). No ano seguinte, interpretou a imperatriz russa Catarina, a Grande, em The Czarina's Secret (1928).


Olga Baclanova em The Czarina's Secret 

Olga logo se tornou uma estrela dos tempos do cinema mudo, e com frequência interpretava baronesas, condessas, mulheres da nobreza em geral, como a duquesa Josiana em O Homem Que Ri (The Man Who Laughs, 1928). Olga era a antagonista feminina, e contracenava com o ator Conrard Veidt, cuja maquiagem e caracterização serviram de inspiração para que Bob Kane criasse a imagem do vilão Coringa (Jocker).


Conrard Veidt e Olga Baclanova em O Homem Que Ri

Assim como sua conterrânea Nazimova, a atriz era constantemente creditada apenas como Baclanova. Em 1928 ela foi aclamada pela crítica pelos seus papéis em Rua do Pecado (Street of Sin, 1928), Docas de Nova York (The Docks of New York, 1928) e Armadilha Perfumada (Forgotten Faces, 1928).


Clive Brook e Olga Baclanova em Armadilha Perfumada


Infelizmente, estes filmes ainda eram mudos, e o público ansiava por produções faladas, que já eram produzidas há cerca de um ano. Estrela da Paramount, o estúdio escalou Olga para estrelar seu primeiro filme sonoro, Amor Perigoso (A Dangerous Woman, 1929).


Cartaz de Amor Perigoso

O filme, entretanto, foi um grande fracasso, principalmente devido ao forte sotaque russo da atriz. O público dizia que não entendia a pronúncia de seu inglês. Seu estrelato logo desapareceu, e ela acabou relegada a papéis coadjuvantes.

Na Paramount, onde havia sido estrela, ainda fez um papel de apoio em O Homem Que Amo (The Man I Love, 1929), e depois foi demitida.

Olga fez dois filmes menores na FOX, que nem chegaram a ser exibidos no Brasil, e depois foi uma das diversas mulheres seduzidas em O Eterno D. Juan (The Great Lover, 1931), na MGM.


Olga Baclanova e Adolphe Menjou em O Eterno D. Juan 

A atriz estava em decadência quando atuou no filme de terror, Monstros (Freaks, 1932), dirigido por Todd Browning. O sotaque forte de Olga não foi problema para sua personagem, a artista circense Cleopatra, que trabalha como trapezista em um espetáculo de aberrações.

A interesseira Cleopatra acaba sendo a grande vilã de Monstros (Freaks), que foi severamente censurada na época, e foi um grande fracasso de bilheteria, embora na década de 1980 a obra tenha se tornado um cult.


Olga Baclanova em Monstros (Freaks)


Olga Baclanova em Monstros (Freaks)


Mas apesar de hoje cultuado, Monstros não reviveu a sua carreira na época. Ela ainda conseguiria pequenos papéis nos filmes Onde os Caminhos do Amor Se Cruzam (Downstairs, 1932) e The Billion Dollar Scandal (1933). Na década de 1930, ainda aparecia em alguns curta-metragens musicais, onde aparecia cantando.

A atriz então faria alguns trabalhos nos palcos londrinos, e em 1943 atuou em Claudia (1943), seu último trabalho no cinema. Depois, ainda fez algumas aparições na televisão, e cantou em algumas boates, antes de se aposentar.


Olga Baclanova em Claudia

Olga Baclanova foi casada três vezes. Seu primeiro marido foi o advogado Vladimir Zoopi, com quem teve seu primeiro filho. Seu segundo marido foi o ator Nicholas Soussanin, com quem teve um segundo filho, o ator Nicholas Saunders. Seu terceiro casamento foi o mais duradouro (de 1937 a 1974), e foi com o russo David Judovith, mais conhecido como Richard Davis, que era dono de um teatro em Nova York.

A atriz nacionalizou-se americana em 1931.


Richard Davis e Olga Baclanova em 1965


A atriz passou seus últimos anos em uma casa de repouso na Suíça, após ser diagnosticada com Mal de Alzheimer. Olga Baclanova morreu em 06 de setembro de 1974, vítima de câncer de pulmão. Ela tinha 81 anos de idade.





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