A dinamarquesa Gwili Andre foi uma famosa modelo europeia, cuja beleza abriu as portas em Hollywood. Mas apesar de ser uma bela figura nas telas, sua carreira não emplacou. Após sumir da mídia, seu nome retornou aos holofotes devido ao seu final de vida triste e trágica.
Gurli Infeborg Elna Andresen nasceu em Copenhagen, Dinamarca, em 04 de fevereiro de 1907. Usando o nome Gwili Andre, ela tornou-se uma bem sucedida modelo na Dinamarca, e foi o mundo da moda que a levou para os Estados Unidos.
Já em Nova York, tornou-se uma das modelos mais fotografadas da década de 1930, e em 1935 era considerada a modelo número 1 da América.
Em 1932 ela foi descoberta por David O. Selznick durante uma estreia de um show na Broadway. O produtor ficou impressionado com a sua beleza e lhe ofereceu um contrato para atuar na RKO. Ela estreou no cinema como protagonista de Roar of the Dragon (1932).
Em seguida, também estrelou Os Segredos da Polícia Francesa (Secrets of the French Police, 1932).
Seus olhares gélidos e penetrantes foram comparados aos de Greta Garbo e Marlene Dietrich, mas sua atuação rendeu muitas críticas ruins. Um jornal escreveu que ela era "uma artista rígida, incolor, e completamente sem talento."
A RKO então gastou uma fortuna para tentar promover a artista. A forte campanha publicitária fez com que seu nome ficasse conhecido entre o público. Mas os novos papéis que lhe foram oferecidos não condiziam com a campanha de marketing feita pelo estúdio.
Gwili foi reduzida a coadjuvante de Irenne Dunne em Mulher, Só Aquela (No Other Woman, 1933). O filme também não fez o sucesso esperado pela RKO. A atriz chegou a iniciar as filmagens de O Capitão Odeia o Mar (The Captain Hates the Sea, 1934), onde seria a protagonista, mas acabou sendo sustida durante as filmagens pela atriz Wynne Gibson.
Ela não só foi demitida do elenco, como também foi dispensada da RKO, que já não tinha interesse pela sua nova descoberta, que não havia emplacado. Gwili Andre fez o que pode para retomar sua carreira, fazendo testes de tela e tentando recorrer a todos os seus contatos em Hollywood, mas pouco conseguiu.
Ela só retornaria ao cinema em 1937, quando conseguiu um papel de apoio em Meet the Boy Friend (1937), no pequeno estúdio Republic. Depois atuou em Ela Deu o Contra (The Girl Said No, 1937), onde também tinha um pequeno papel.
Depois, só retornaria ao cinema 4 anos depois, em Um Rosto de Mulher (A Woman's Face, 1941), um filme da MGM estrelado por Joan Crawford. Novamente, era um papel secundário. Sua carreira se encerrou após atuar em um papel minúsculo em O Irmão do Falcão (The Falcon's Brother, 1942), feito na RKO, estúdio que havia lhe descoberto e promovido a estrela uma década antes.
O papel de Gwili Andre consistia apenas em ficar deitada no chão, interpretando uma vítima de assassinato em um filme policial.
Depois, apesar de seus esforços, não surgiram novos papéis no cinema.
Em 1942 ela se casou com o engenheiro William Dallas Cross Jr., com quem teve um filho, nascido em 1944.
Após a gravidez, Gwili Andre não conseguiu mais trabalhos como modelo. Seu casamento acabou em 1948, e a atriz entrou em depressão. Andre começou a beber muito, desgostosa com os rumos de sua vida e carreira. Ela ainda fazia plantão na porta dos estúdios, que nunca lhe chamavam de volta.
A dependência do álcool fez ela perder a guarda de seu único filho.
Em 05 de fevereiro de 1959 Gwili Andre morreu sozinha, em um pequeno apartamento na Califórnia. A atriz morreu de inalação por fumaça de um incêndio em seu apartamento. Na época, foi dito que a atriz teria colocado fogo em seu álbum de fotos e recortes de lembranças de sua carreira, iniciando o princípio de incêndio no apartamento.
Mas na verdade, a atriz foi encontrada morta no banheiro, e seu álbum de fotografia foi encontrado intacto no interior de sua residência. Gwili Andre tinha apenas 51 anos de idade.
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