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Zaquia Jorge, a Vedete que Fez Madureira Chorar


Em 1957 os compositores Júlio Monteiro e Carvalinho (o conhecido comediante), compuseram o samba Madureira Chorou, em homenagem a vedete Zaquia Jorge, que havia morrido afogada pouco tempo antes.

Zaquia era uma estrela do teatro de revistas, e era dona do Teatro Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Madureira Chorou foi gravada originalmente por Joel de Almeida, que havia trabalhado com ela no teatro.


Joel de Almeida canta Madureira Chorou

Zaquia Jorge

Zaquia Jorge nasceu em Silva Jardim, em 06 de janeiro de 1924. Zaquia começou a atuar no teatro de revistas como girl (espécie de corista), na companhia de Walter Pinto. Ela também havia feito alguns trabalhos como atriz no cinema brasileiro, atuando em Sob a Luz do Meu Bairro (1946), Fantasma Por Acaso (1946), Caídos do Céu (1946), Pinguinho de Gente (1949) e A Serra da Aventura (1950).

Zaquia Jorge em A Serra da Aventura


Mas foram as revistas que a fizeram famosa. Zaquia fez peças como Quero Ver Isso de Perto! (1949), Boa Noite, Rio! (1950) e Me Leva Que Eu Vou (1950). Em 1951 ela já era uma grande cartaz, e fundou com o ator Fernando Vilar o Teatro de Bolso.

Naquele tempo, o teatro de revista era muito popular, mas era acessível apenas para a elite carioca, que frequentava os teatros da Praça Tiradentes

Zaquia Jorge

Zaquia então teve uma grande ideia, levar as revistas para o subúrbio. Ela construiu um teatro de 450 lugares em frente a estação de Madureira, e fundou o seu teatro, o Teatro Madureira. Os moradores da Zona Norte adoraram, e Zaquia Jorge tornou-se um fenômeno, passando a ser chamada de "a vedete do subúrbio" ou "a estrela da Madureira".

Seu teatro foi inaugurado em 23 de abril de 1952, com a revista  Trem de Luxo, uma brincadeira com os artistas consagrados que teriam que pegar um trem para se locomover para fazer apresentações em Madureira.


No cinema, Zaquia também despontava como uma grande estrela do cinema brasileiro. Convidada por Adhermar Gonzaga, estrelou ao lado de Totó a comédia Aguenta Firme Isidoro! (1951), uma produção da Cinédia.

Totó e Zaquia Jorge em Aguenta Firme, Isidoro!

Ela ainda faria mais um filme, A Baronesa Transviada (1957), ao lado das estrelas Dercy Gonçalves e Otelo Zeloni. O filme estreou após a morte de Zaquia Jorge.

Dercy Gonçalves e Zaquia Jorge em A Baronesa Transviada

Catalano, Dercy Gonçalves, Zaquia Jorge e Otelo Zeloni em A Baronesa Transviada


Na segunda-feira (único dia de folga dos teatros da época), dia 22 de abril de 1957, Zaquia Jorge reuniu alguns amigos para ir a praia, na então deserta Barra da Tijuca. Ela estava acompanhada das amigas vedetes Celeste Aída, Neide Lopes, Carmen Vic (eleita Rainha das Girls de 1957), Aída Santos, Iolanda Just e do comediante Costinha, então chamado de Mário Costa (uma revelação de Zaquia Jorge).

Pouco depois do meio dia, Celeste Aída resolveu entrar no mar. Mas acabou caindo em um buraco e começou a se afogar. Zaquia Jorge entrou na água para salvar a amiga, e também foi pega pela correnteza. Os amigos e alguns banhistas socorreram, e conseguiram salvar Celeste, mas Zaquia afundou no mar. 

A vedete de Madureira foi resgata, mas acabou falecendo na areia da praia. Um dia depois, o Teatro Madureira recebeu uma grande encomenda, um banquete encomendado pela artista para comemorar os cinco anos de seu teatro.

Enquanto a comida era entregue, quatro mil pessoas acompanhavam o enterro da vedete do subúrbio, que morreu afogada com apenas 33 anos de idade. Madureira chorava a morte de sua estrela.

Sua amiga Carmen Vic, que estava no momento da tragédia, voltou ao local do acidente no dia 24 de abril, e se jogou ao mar tentando tirar a própria vida. Mas foi resgatada e levada ao hospital, onde se recuperou.

Carmen Vic

O Teatro Madureira foi rebatizado de Teatro Zaquia Jorge em sua homenagem. No local, hoje, fica uma loja de artigos domésticos.



O antigo Teatro Zaquia Jorge, atualmente

Após a sua morte, Joel de Almeida gravou o samba Madureira Chorou. Ele apareceu cantando a música (que foi regravada por diversos artistas) no filme É de Chuá (1958), cantando ao lado de Jupira e Suas Cabrochas.

Joel de Almeida em É de Chuá

Em 1975 Zaquia Jorge, a Vedete do Subúrbio, Estrela de Madureira, foi o tema da escola de samba carioca Império Serrano.






Veja também: A História de Bibi Ferreira







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1 Comentários

  1. marina sidrim teixeira18 de março de 2021 às 19:29

    Adorei a matéria. Como lhe disse, tornei-me fã da Zaquia depois do desfile do Império Serrano em sua homenagem!

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