Stan Laurel tem milhares de fãs pelo mundo todo como o inocente e quase infantil parceiro de Oliver Hardy, com quem formou a dupla O Gordo e o Magro, uma das parcerias mais icônicas do cinema. Ao todo fizeram 105 filmes juntos e inúmeras apresentações em teatros pelos Estados Unidos. Mas Stan tinha uma carreira consolidada quando conheceu o colega, já tendo atuado em 76 filmes.
Arthur Stanley Jefferson nasceu em Ulverston, Inglaterra, em 16 de junho de 1890. Filho de um empresário teatral, estreou nos palcos ao terminar os estudos na escola. Tinha dezesseis anos de idade quando fez sua primeira peça, encenada na Escócia.
Viajou com várias companhias de teatro até entrar na trupe de Fred Karno em 1910, da qual fazia parte o ator Charles Chaplin. Quando Chaplin, que já era astro da Companhia, Stan (ainda com o nome de Stan Jefferson) passou a substituí-lo em alguns espetáculos.
Stan e Chaplin ao centro da foto, em 1913
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Stan substituindo Chaplin na Cia Karno |
Stan havia criado um personagem de nome Jimmy, e iria apresentar para Fred Karno. Chaplin viu Stan ensaiando e copiou os trejeitos, que deram origem ao personagem Carlitos, que deixou Chaplin famoso.
Em 1917 Stan migrou para a América, onde estreou no cinema no filme Nuts in May (1917), com a atriz Mae Dahlberg, com quem teve um relacionamento. Foi Mae que sugeriu que ele trocasse seu nome para Laurel, mais sonoro. Ela teve grande influência no começo de sua carreira. Fizeram alguns filmes juntos, onde ela assinava como Mae Laurel, embora eles nunca tenham se casado oficialmente.
O comediante começou a fazer muitos filmes como free lance para diversos estúdios, até assinar um contrato com Joe Rock para atuar em doze comédias curtas. Mas uma das cláusulas do contrato estipulava que Mae não aparecesse em nenhum de seus filmes. Rock achava que a atriz interferia demais na carreira de seu novo contratado e ofereceu a ela uma passagem só de ida para a Austrália, que ela aceitou. Separando-se definitivamente de Laurel.
Mae e Stan
Stan já era famoso quando Hal Roach o escalou para atuar em Slipping Wives (1927), o primeiro filme como parceiro de Oliver Hardy. Na verdade, ambos já haviam atuado em The Lucky Dog (1921), protagonizado por Stan. Oliver na época atuava com o nome de Babe Hardy, e faz um pequeno papel como assaltante que rouba Stan.
The Lucky Dog (1921)
Stan, Priscilla Dean, Albert Conti e Oliver Hardy, no primeiro filme oficial da dupla
A dupla tornou-se um grande sucesso de imediato, e um nunca mais faria um filme sem o outro. Perderam um pouco de popularidade com o advento da Segunda Guerra Mundial, mas voltaram a encantar o público quando seus filmes retornaram na televisão. O último filme da dupla feito nos Estados Unidos, Toureiros (The Bullfighters, 1945) foi um retumbante fracasso. Eles ainda fariam mais um filme, A Ilha da Bagunça (Atoll K, 1951), uma produção franco-italiana.
Em 1955 começaram a planejar uma série de televisão, mas o projeto não foi adiante. Laurel sofreu um AVC que o deixou com problemas de mobilidade. Meses depois Harvey também sofreria um AVC, falecendo pouco tempo depois, em 07 de agosto de 1957.
Com a morte do amigo, Stan recusou todos os convites para atuar novamente. Dizia achar impossível pisar em um estúdio sem o colega de três décadas. Recusou também ser consultor de Jerry Lewis, que queria contratá-lo como assistente de roteiro para seus filmes, mas Lewis o homenageou em O Mensageiro Trapalhão (The Bellboy, 1960). No filme o ator Bill Richmond interpretou Stan Laurel. Também recusou o convite de Stanley Kramer para atuar em Deu a Louca no Mundo (It's a Mad Mad Mad Mad World, 1963) que reunia todos os grande comediantes do cinema da época. Apesar da recusa, o filme foi dedicado a dupla Oliver e Laurel.
Oliver Hardy, Suzy Delair e Stan Laurel em A Ilha da Bagunça
Em 1955 começaram a planejar uma série de televisão, mas o projeto não foi adiante. Laurel sofreu um AVC que o deixou com problemas de mobilidade. Meses depois Harvey também sofreria um AVC, falecendo pouco tempo depois, em 07 de agosto de 1957.
Com a morte do amigo, Stan recusou todos os convites para atuar novamente. Dizia achar impossível pisar em um estúdio sem o colega de três décadas. Recusou também ser consultor de Jerry Lewis, que queria contratá-lo como assistente de roteiro para seus filmes, mas Lewis o homenageou em O Mensageiro Trapalhão (The Bellboy, 1960). No filme o ator Bill Richmond interpretou Stan Laurel. Também recusou o convite de Stanley Kramer para atuar em Deu a Louca no Mundo (It's a Mad Mad Mad Mad World, 1963) que reunia todos os grande comediantes do cinema da época. Apesar da recusa, o filme foi dedicado a dupla Oliver e Laurel.
Bill Richmond como Stan Laurel
Em 1960 o ator foi agraciado com o Oscar pelo conjunto da obra. Mas não foi receber a honraria, devido a problemas de fala originados pelo AVC raramente aparecia em público. Pediu para o amigo Danny Kaye receber o prêmio e agradecer em seu nome.
Ele faleceu vítima de um ataque cardíaco em 23 de fevereiro de 1965.
Stan Laurel e seu Oscar
Ele faleceu vítima de um ataque cardíaco em 23 de fevereiro de 1965.
Algumas curiosidades sobre Stan Laurel
- O ator tinha olhos azuis, mas na era do cinema mudo as câmeras davam a impressão de pessoas com olhos claros serem cegas. George Stevens então sugeriu que ele usasse lentes de contatos negras.
- Seu cabelo espetado, uma de suas marcas registradas, surgiu por acaso. O ator teve os cabelos raspados para o filme Prisioneiros Azarados (The Second 100 Years, 1927). Quando ele voltou a crescer, ficou irregular. Hal Roach achou o visual legal e mandou ele manter o estilo.
- Ele odiava fazer as cenas que chorava, a cara de choramingo que aparecia em quase todos os filmes. Stan achava humilhante, mas era obrigado pelo estúdio a fazer.
- Caiu do cenário de Era Uma Vez Dois Valentes (Babes in Toyland, 1934), rompendo os ligamentos da perna direita. Mesmo assim, continuou filmando.
- No filme Chama Ardente (Harlow, 1965), sobre a vida da atriz Jean Harlow, foi interpretado pelo ator Jim Plunkett. E foi interpretado por Matthew Cottle no filme Chaplin (Idem 1992).
- Foi casado quatro vezes, e teve dois filhos. Stan Laurel Jr. morreu com apenas nove dias de idade, após complicações no parto. Sua filha, Lois Laurel, também foi atriz. (Leia mais sobre ela aqui).
- Considerava Dick Van Dyke seu melhor imitador. Doou seu chapéu usado nos filmes para o ator usar em seu programa na década de sessenta.
- Antes de morrer declarou "Se vocês chorarem no meu funeral, nunca mais falarei com vocês!"
Laurel e Dick Van Dyke
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8 Comentários
grande ator comediante...
ResponderExcluirconfirme, por favor, a data do nascimento dele, pois me parece que foi em 1890 e não em 1860. Grato!
ResponderExcluirEstava errada sim, obrigado por informar. Já corrigi.
Excluireternamente em meu coração...
ResponderExcluirMeu me levava, não perdia nenhum filme deles. Sou fã até hoje e sempre estou procurando assistir.
ResponderExcluirTem reprises as 6 da manhã na Rede Brasil de Televisão.
ExcluirTem reprises as 6 da manhã na Rede Brasil de Televisão.
ResponderExcluirPena que são poucas , mas assisto assim mesmo !!!
Tem vários epis deles no youtube.
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